sábado, 31 de dezembro de 2011

Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?



 

E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam fazer sua refeição. - Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem dele, pois diziam que perdera o espírito.
Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lodo de fora, mandaram chamá-lo. - Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam. - Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; - pois, todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS. cap. III, vv. 20, 21 e 31 a 35 - S. MATEUS, cap. XII, vv. 46 a 50.)
Singulares parecem algumas palavras de Jesus, por contrastarem com a sua bondade e a sua inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não deixaram de tirar daí uma arma, pretendendo que ele se contradizia. Fato, porém, irrecusável é que sua doutrina tem por base principal, por pedra angular, a lei de amor e de caridade. Ora, não é possível que ele destruísse de um lado o que do outro estabelecia, donde esta conseqüência rigorosa: se certas proposições suas se acham em contradição com aquele princípio básico, é que as palavras que se lhe atribuem foram ou mal reproduzidas, ou mal compreendidas, ou não são suas.
Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse Jesus tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegasse sua mãe.
Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam crédito".
Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter. Semelhante idéia não poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica.
Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo XIV. Itens 5, 6 e 7. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Oração no Ano Novo

 

Senhor Jesus!
Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com aqueles com quem nos honraste o caminho iluminativo:
as mães solteiras, desesperadas, a quem prometemos o pão do entendimento;
as crianças delinqüentes que nos buscaram com a mente em desalinho;
os calcetas que, vencidos em si mesmos, nos feriram e retornaram às nossas portas;
os enfermos solitários, que nos fitaram, confiantes em nosso auxílio;
os esfaimados e desnudos que chegaram até nossas parcas provisões;
os mutilados e tristes, ignorantes e analfabetos, que nos visitaram, recordando-nos de Ti...
Sabemos, Senhor, o pouco valor que temos, identificamo-nos com o que possuímos intimamente, mas, contigo, tudo podemos e fazemos. Auda-nos a manter o compromisso de amar-Te, amando neles toda a família universal em cujos braços renascemos.
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"Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e concedidos vos será o que pedirdes". Marcos: 11-24.
"Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a lhe inspirar idéias sãs". Evangelho Segundo O Espiritismo - Cap. XXVII - Item 11.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Espírito e Vida. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Luta Pela Vida

 

Uma fotografia se torna novo estandarte a favor da vida.
Há algum tempo, esta manchete ocupou espaço em vários jornais nos Estados Unidos.
A imagem foi captada por Paul Harris, que fazia a cobertura fotográfica de uma cirurgia, feita dentro do útero materno, para corrigir um problema na espinha de um feto de apenas vinte e uma semanas de gestação.
A foto é realmente espetacular. O fotógrafo conseguiu registrar o exato momento em que o bebê põe a mãozinha para fora da pequena abertura, feita pelo médico na placenta, e segura num dos seus dedos.
A minúscula mão segura firme a ponta do dedo do médico Joseph Bruner, como se quisesse agarrar-se à vida com todas as suas forças.
O tamanho da mão do bebê corresponde a mais ou menos um terço do dedo do Dr. Joseph, mas percebe-se que o pequeno está agarrando fortemente. A imagem retrata uma verdadeira proeza médica e talvez um dos mais eloquentes gritos em favor da vida registrados até hoje.
A mão pequena que comoveu o mundo pertence a Samuel Alexander.
A vida de Samuel literalmente estava por um fio, já que os especialistas sabiam que não conseguiriam mantê-lo vivo fora do útero materno e que deveriam tratá-lo lá dentro, corrigir a anomalia do feto e deixá-lo lá para continuar seu crescimento.
Seus pais, Julie e Alex, lutaram por muito tempo para ter um bebê e Julie já havia sofrido dois abortamentos naturais antes de ficar grávida do pequeno Samuel.
No entanto, após quatorze semanas de gestação, os problemas apareceram. O teste de ultrassom mostrou que Samuel tinha má-formação do cérebro e anomalias na espinha dorsal.
Mas o casal resolveu esgotar todos os recursos para salvar o bebê. Eles buscaram ajuda e foram informados de que, na Universidade de Naderbilt, em Nashville, Tennessee, uma equipe estava realizando cirurgia fetal em caráter experimental. Não tiveram dúvida: entraram em contato com o Dr. Joseph Bruner, o dono do dedo que Samuel segura, e começou a corrida contra o tempo.
A operação foi um sucesso. Os médicos trataram daquele minúsculo serzinho, menor que um porquinho da Índia, dentro do útero da sua mãe. As anomalias foram corrigidas e, agora, Samuel passou a ser o paciente mais novo a submeter-se àquele tipo de cirurgia.
É impossível não se comover com fatos como esse. É impossível ficar indiferente diante daquela pequena mão segurando o dedo do cirurgião. A imagem é tão poderosa que talvez seja um dos mais fortes argumentos contra o abortamento.
É também um grande motivo para que os médicos pensem na importante tarefa que lhes compete na grande missão de salvar vidas.
As mãos do Dr. Joseph eram, para o pequeno Samuel, a única chance. Talvez seja por esse motivo que ele segurou um dos dedos, com tanta força.
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Jesus, o sublime Médico das almas, afirmou com a certeza de quem tem autoridade: Vós sois deuses.
Talvez as pessoas que O ouviram falar assim, tivessem pensado que isso era uma blasfêmia, mas hoje nós sabemos que Ele tinha razão.
Quando vemos a mão do homem realizar micro-cirurgias no ventre materno, temos a certeza de que ele é capaz de fazer muito mais.
Não duvidamos de que, em cada ser humano, está depositada uma pequena centelha do Criador que, mais cedo ou mais tarde brilhará, mostrando-se e dando notícias da sua origem divina.
Assim, entendemos que as ciências são as mãos de Deus socorrendo as Suas criaturas, através das abençoadas mãos dos profissionais sérios.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita. Obs.: A foto está disponível na página: http://www.fundadores.org.br/AbortoNao/principal.asp?IdTexto=883&pag=1&categ=1 Em 03.04.2009..

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Rogativas

 

Na oração, pede você um raio de luz, esquecendo, quase sempre, que tem ao seu dispor o Foco Solar para você cumprir os Sublimes Desígnios.
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Seu espírito suplica uma réstia de amor e, em torno, a Humanidade aguarda a manifestação da sua capacidade de amar.
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Roga você a concessão de encargos que o habilitem a colaborar com a Sabedoria Divina e olvida que milhões de seres estão à espera de sua disposição de servir, em nome do Pai Celestial.
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Seu coração reclama sinais do céu, e, enquanto o Sábio dos Sábios manda colorir flores e horizontes para seus olhos, você procura vãos entretenimentos e nada vê.
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Você exige justiça para seus casos pessoais e diariamente complica situações e problemas, sem reparar que a Harmonia Suprema retifica sempre, ao redor de seus pés, por intermédio da dor e da morte.
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Você deseja oportunidades de crescimento e ascensão na espiritualidade superior, mas freqüentemente foge aos degraus do esforço laborioso e humilde de cada dia, concedidos a você pela Infinita Bondade, a título de misericórdia.
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Se está sempre rogando felicidade eterna, recusando os recursos para adquiri-la, que espera você para o caminho?
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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domingo, 25 de dezembro de 2011

Prece de Cárita

 


 

Deus, nosso Pai, que tendes poder e bondade, dai força àquele que passa pela provação, dai luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus, dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor, que a Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.
Piedade, meu Deus, para aquele que Vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.
Deus, um raio de luz, uma centelha do Vosso amor pode iluminar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão; um só coração, um só pensamento, subirão até Vós, como um grito de reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh! poder, oh! bondade, oh! beleza, oh! perfeição, e queremos de algum modo alcançar a Vossa misericórdia.
Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se deve refletir a Vossa imagem.
Sra. W. Krell. Da obra: Anuário Espirita 2002. Ditado pelo Espírito Cárita. A Prece de Cárita original foi recebida no Natal de 1873, em Bordéus, França, pela médium Sra. W. Krell.. Instituto de Difusão Espírita.
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Algo por Eles Neste Natal

 

Compadece-te de todos aqueles que não podem ou não sabem esperar. Estão eles em toda parte...
Quase sempre são vítimas da inquietação e do medo. Observa quantos já transpuseram as linhas da própria segurança.
São casais que não se toleram nas primeiras rusgas do matrimônio e desfazem a união em que se compromissaram, abraçando riscos pelos quais, em muitas circunstâncias, cedo se encaminham para sofrimento maior;
são mães que rejeitam os filhos que carregam no seio, entregando-se à prática do aborto, recusando a presença de criaturas que se lhes fariam instrumentos de redenção e reconforto no futuro, caindo, às vezes, em largas faixas de doença ou desequilíbrio;
são homens que repelem os problemas inerentes às tarefas que lhes dizem respeito, escapando para situações duvidosas, sob a alegação de que procuram distração e repouso, quando apenas estão dilapidando a estabilidade das obras que, mais tarde, lhes propiciariam refazimento e descanso;
são amigos doentes ou desesperados que se rebelam contra os supostos desgostos da vida e se inclinam para o suicídio, destruindo os recursos e oportunidades que transportariam para a conquista da vitória e da paz em si mesmos;
são jovens, famintos de liberdade e prazer que, impedidos naturalmente do acesso a satisfações imediatas, se engolfam no abuso dos alucinógenos, estragando as faculdades com que o tempo os auxiliaria na construção da felicidade porvindoura.
Neste NATAL, façamos algo por eles, os nossos irmãos que ignoram ou que não querem aceitar os benefícios da serenidade e da esperança.
Pronuncia algumas frases de otimismo e encorajamento; escreve algum bilhete que os reanime para a bênção de viver e servir; estende simpatia em algum gesto espontâneo de gentileza; repete consideração e concurso amigo nos diálogos que colaborem na sustentação da paz e da solidariedade.
Não te declares sem possibilidade de contribuir, nem digas que tens todas as tuas horas repletas de encargos e serviços dos quais não te podes distanciar.
Faze algo, no soerguimento do bem.
Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Deus Aguarda. Ditado pelo Espírito Meimei.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ressonâncias do Natal

 

Na paisagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam os animais.
Não havia outro lugar que O pudesse receber.
O mundo, repleto de problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer.
Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas, dificultando-lhes os passos.
Mas hoje, tudo permanece quase que da mesma forma.
Não obstante, durante aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em quase dois mil anos...
Inaugurando a era da humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real.
O Seu reino, que então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas dependências.
E o Seu nascimento modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas.
Homens e mulheres, que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade.
*
Guerreiros triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis.
Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e ruíram dolorosamente.
Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram.
Ditadores indomáveis e aristocratas incomuns surgiram no proscênio terrestre, envergando posição, orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou.
...Estiveram, por algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.
Jesus, porém, foi diferente.
Incompreendido, o Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos.
Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia.
*
Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis demonstram afragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece e mata; quando os tóxicos arruinam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo menos uma pessoa.
Lembrando-te dEle, na noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que jamais te separes dEle.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1994.

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sábado, 17 de dezembro de 2011

AMOR APENAS TERRESTRE




Amor apenas terrestre
Carrega dupla feição;
Uma parece cordeiro,
Outra parece leão.

Ambas formam na pessoa
Um todo, conforme sinto;
Vejo o cordeiro no afeto
E noto o leão no instinto.

A vida une as criaturas
Nos passos do dia-a-dia;
Logo após criam-se grupos
Nos laços da simpatia.

Afinidade surgindo,
A amizade vem depois
E aparecem, comumente,
Ligações de dois a dois.

Quando o par se enxerga preso
A cativante feitiço,
O casamento é o socorro
Para proveito e serviço.

Mas quando a fera triunfa,
Largando o cordeiro ao chão,
Quem não queira compromisso,
Fuja logo do leão.


pelo Espírito Jair Presente - Do livro: Seguindo Juntos, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dentro do Lar

Famílias-problemas!...

Irmãos que se antagonizam...

Cônjuges em lamentáveis litígios...

Animosidades entre filho e pai, farpas filha e mãe...

Afetos conjugais que se desmantelam torvas acrimônias...

Sorrisos filiais que se transfiguram idiossincrasias e vinditas...

Tempestades verbais em discussões extemporâneas...

Agressões infelizes de conseqüências fatais...

Tragédias nas paredes estreitas das famílias...

Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...

Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.

Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de ira...

Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados com vinagre e fel de queixa e recriminações...

Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas!

*

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.

A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontâneo, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade.

O esposo negligente de ontem, hoje recebe no lar a antiga companheira nas vestes de filha ingrata e maldizente.

A nubente atormentada, que no passado desrespeitou o lar, acolhe nos braços, no presente, o esposo traído vestindo as roupas de filho insidioso e cruel.

O companheiro do pretérito culposo se reivincula pela consangüinidade à vítima, desesperada, reencontrando-a em casa como irmão impenitente e odioso.

O braço açoitador se imobiliza sob vergastadas da loucura encarcerada nos trajos da família.

Desconsideração doutrora, desrespeito da atualidade.

Insânia gerando sandice e criminalidade alimentando aversões.

Chacais produzindo chacais.

Lobos tombando em armadilhas para lobos.

Cobradores reencarnados junto às dívidas, na província do instituto da família, dentro do lar.

*

Acende a claridade do Evangelho no lar e ama a tua família-problema, exercitando humildade e resignação.

Preserva a paciência, elaborando o curso de amor nos exercícios diários do silêncio entre os panos da piedade para os que te compartem o ninho doméstico, revivendo os dias idos com execrandas carantonhas, sorvendo aze­ dume e miasmas.

Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.

Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos Egrégios.

Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos.

Solicitaste a bênção da presença dos que te cercam em casa, para librares com segurança nos cimos para onde rumas.

Sem eles faltariam bases para os teus pés jornadeiros.

Sem a exigência deles, não serias digno de compartilhar a vilegiatura espiritual com os Amorosos Guias que te esperam.

São eles, os parentes severos nos trajos de verdugos inclementes, a lição de paciência que necessitas viver, aprendendo a amar os difíceis de amor para te candidatares ao Amor que a todos ama.

A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compreendendo, desculpando, confiando em horas e dias melhores para o futuro...

Apóia-te ao bastão da certeza reencarnacionista, aproveita o padecimento ultriz, ajuda os verdugos da tua harmonia, mas dá-lhes a luz do conhecimento espírita para que, também eles, os problemas em si mesmos, elucidem os próprios enigmas e dramas, rumando para experiências novas com o coração afervorado e o espírito tranqüilo.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: S.O.S. Família. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 9.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Problemas Pessoais

 

A fé viva não é patrimônio transferível. É conquista pessoal.
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A felicidade legítima não é mercadoria que se empresta. É realização íntima.
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A graça do Céu não desce a esmo. Tem que ser merecida.
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A melhor caridade não é a que se faz por substitutos. Cabe-nos executá-la por nós mesmos.
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A fortaleza moral não é produto de rogos alheios. Provém do nosso esforço na resistência para o bem.
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A esperança fiel não se nos fixa no coração através de simples contágio. É fruto de compreensão mais alta.
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O verdadeiro amor não nasce das sombras do desejo. É fonte cristalina e inexaurível do espírito eterno.
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O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.
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O paraíso jamais será adquirido pela sagacidade da compra. É atingível pela nossa boa-vontade em fugir ao purgatório ou ao inferno da própria consciência.
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A proteção da Esfera Superior é inegável para todos nós que ainda nos movimentamos na sombra. Ai de nós, todavia, se não procurarmos as bênçãos da luz!...
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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domingo, 11 de dezembro de 2011

APELO DE UM IDOSO



Dizem que sou um velho. Por vezes, você passa por mim, com um grupo de amigos e ri do meu andar lento e atrapalhado.

Você pode achar que eu não percebo os seus risos. Contudo eles me ferem, porque eu gostaria de andar rápido como fazia há tão pouco tempo. Mas as pernas não obedecem ao meu comando com presteza.

Às vezes, não consigo distinguir com clareza o letreiro do ônibus e acabo por tomar a direção errada.
Motorista, tenha um pouco de paciência comigo. Reconheço que você tem horário a cumprir, que muitos reclamam do seu desempenho, das suas freadas e da sua forma de dirigir.

Pense um pouco. Não errei por querer lhe atrapalhar, simplesmente me enganei. Pense em quantas vezes você já se enganou na vida e precisou da compreensão dos outros.

Explique-me onde descer, de preferência aquele ponto que seja menos complicado para eu retornar ao lugar onde estava e depois tomar o ônibus certo.

Ajude-me. Eu poderia ser seu avô, a quem, com certeza, você trata com carinho e atenção.

Se eu tivesse um neto como você, possivelmente não andaria sozinho pelas ruas. Ele me tomaria pela mão e me guiaria, impedindo que eu corresse tantos riscos.

Ah, não esqueça. Quando eu estiver atravessando a rua e o sinal abrir, espere um minutinho mais.

Não me apresse com buzina ou arrancada brusca. Posso tentar ser mais rápido e cair.

Você que anda pela rua e é indagado por mim a respeito de algum local, use de paciência.

Posso demorar um pouquinho para desdobrar o papel que trago no bolso com o endereço exato de onde eu devo chegar. Minhas mãos tremem e os dedos parecem rígidos.

Espere que eu pergunte e se eu não entender, explique outra vez. Pense em quantas vezes você já pediu a seus pais, seus professores, seus colegas que repetissem a explicação de algo que você não entendeu.

Procure ser claro. Fale devagar. Se possível, me acompanhe até o local mais próximo de onde eu devo chegar.
Você que está na fila do caixa eletrônico, tenha calma. Preciso fazer tudo devagar. Afinal, ainda não consegui assimilar as grandes mudanças da eletrônica.

Passar o cartão, guardar números de memória, a tal da senha e digitar... Tudo é um tanto complicado. Eu consigo fazer direitinho, se você me der um tempo.

Lembre: sou um idoso, hoje. Já fui jovem, fui ágil, preciso, produtivo.

Também fui impaciente. O tempo me ensinou a ter paciência comigo mesmo, pois já não consigo fazer tudo que desejaria. E com os outros que não conquistaram ainda a paciência.

A comunidade que despreza os seus idosos está longe do caminho da civilização. Mesmo que tecnologicamente apresente avanços surpreendentes, se não alcançou o respeito à vida humana, aos mais velhos, aos mais fracos, ainda necessita andar muito.

A mais elevada nação será aquela que souber amparar o mais fraco. Que estabelecer programas de atendimento especializado aos necessitados e primar pela atenção àqueles que se esforçaram para que as leis fossem implantadas, a economia direcionada e a felicidade florescesse nos corações da infância, da juventude e da madureza.

Redação do Momento Espírita. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3256&stat=

sábado, 10 de dezembro de 2011

Meditação

 

Reserva-te alguns minutos para a meditação antes de tomares atitudes, de assumires compromissos.
Os melhores conselhos que recebas são guias e não soluções.
Os teus problemas pertencem-te e a ti cabe solucioná-los.
Transferir responsabilidades para os outros é fugir ao dever.
Como não é justo que te acredites responsável por tudo, também não é correto que culpes os outros por todas as ocorrências infelizes que te alcancem.
Renovação moral é compromisso para já, e não para oportunamente.
Cada vez que postergas a ação dignificadora em favor de ti mesmo, as circunstâncias se tornam mais complexas e difíceis.
*
Em ti próprio estão as respostas para as interrogações que bailam em tua mente.
Aclimata-te ao silêncio interior e ouvirás com clareza as diretrizes para equacioná-las.
No dia-a-dia aprenderás a te encontrares, se o intentares sempre.
Um dia é valioso período de tempo, cheio de incidentes para serem resolvidos e rico de oportunidade para elevação pessoal.
Ganha cada momento, fazendo uma após a outra cada tarefa, e terminarás a jornada em paz.
Reflexiona, portanto, antes de agires, para que, arrependido, não venhas a meditar só depois.

Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 31. LEAL.

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Filhos

 

"Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais, no Senhor, porque isto é justo." - Paulo. (EFÉSIOS, 6:1.)
Se o direito é campo de elevação, aberto a todos os espíritos, o dever é zona de serviço peculiar a todos os seres da Criação.
Não somente os pais humanos estão cercados de obrigações, mas igualmente os filhos, que necessitam vigiar a si mesmos, com singular atenção.
Quase sempre a mocidade sofre de estranhável esquecimento. Estima criar rumos caprichosos, desdenhando sagradas experiências de quem a precedeu, no desdobramento das realizações terrestres, para voltar, mais tarde, em desânimo, ao ponto de partida, quando o sofrimento ou a madureza dos anos lhe restauram a compreensão.
Os filhos estão marcados por divinos deveres, junto daqueles aos quais foram confiados pelo Supremo Senhor, na senda humana.
É indispensável prestar obediência aos progenitores, dentro do espírito do Cristo, porque semelhante atitude é justa.
Se muitas vezes os pais se furtam à claridade do progresso espiritual, escolhendo o estacionamento em zonas inferiores, nem mesmo nas circunstâncias dessa ordem seria razoável relegá-los ao próprio infortúnio. Claro está que os filhos não devem descer ao sorvedouro da insensatez ou do crime por atender-lhes aos venenosos caprichos, mas encontrarão sempre o recurso adequado para retribuírem aos benfeitores os inestimáveis dons que lhes devem.
Não nos esqueçamos de que o filho descuidado, ocioso ou perverso é o pai inconsciente de amanhã e o homem inferior que não fruirá a felicidade doméstica.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 136. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

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