terça-feira, 31 de maio de 2011

ENQUANTO...

 

Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas.
*
Acenda sua lâmpada, enquanto há claridade em torno de seus passos. Viajor algum fugirá às surpresas da noite.
*
Ajude o próximo, enquanto as possibilidades permanecem de seu lado. Chegará o momento em que você não prescindirá do auxílio dele.
*
Utilize o corpo físico para recolher as bênçãos da vida Mais Alta, enquanto suas peças se ajustam harmoniosamente. O vaso que reteve essências sublimes ainda espalha perfume, depois de abandonado.
*
Dê suas lições sensatamente, na escola da vida, enquanto o livro das provas repousa em suas mãos. Aprender é uma bênção e há milhares de irmãos, não longe de você, aguardando uma bolsa de estudos na reencarnação.
*
Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã, todos os quadros podem surgir transformados.
*
Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta. Mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1999.

* * * Estude Kardec * * *

domingo, 29 de maio de 2011

FÉ ESPÍRITA RACIOCINADA - DEUS



Allan Kardec
1. Há um Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
A prova da existência de Deus temo-la neste axioma:
Não há. efeito sem causa. Vemos constantemente uma imensidade de efeitos, cuja causa não está na Humanidade, pois que a Humanidade é impotente para produzi-los, ou, sequer, para os explicar. A causa está acima da Humanidade. É a essa causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Brama, Fo-Hi, Grande Espírito, etc.
Tais efeitos absolutamente não se produzem ao acaso, fortuitamente e em desordem. Desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante semente, até a lei que rege os mundos que circulam no Espaço, tudo atesta uma idéia diretora, uma combinação, uma previdência, uma solicitude que ultrapassam todas as combinações humanas. A causa é, pois, soberana-mente inteligente.
2. Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
Deus é eterno. Se tivesse tido começo, alguma coisa houvera existido antes dele, ou ele teria saído do nada, ou, então, um ser anterior o teria criado. É assim que, degrau a degrau, remontamos ao infinito na eternidade.
É imutável. Se estivesse sujeito à mudança, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
É imaterial. Sua natureza difere de tudo o a que chamamos matéria, pois, do contrário, ele estaria sujeito às flutuações e transformações da matéria e, então, já não seria imutável.
É único. Se houvesse muitos Deuses, haveria muitas vontades e, nesse caso, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
É onipotente, porque é único. Se ele não dispusesse de poder soberano, alguma coisa ou alguém haveria mais poderoso do que ele; não teria feito todas as coisas e as que ele não houvesse feito seriam obra de outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas mais mínimas coisas como nas maiores e essa sabedoria não permite se duvide nem da sua justiça, nem da sua bondade.
3. Deus é infinito em todas as suas perfeições.
Se supuséssemos imperfeito um só dos atributos de Deus, se lhe tirássemos a menor parcela de eternidade, de imutabilidade, de imaterialidade, de unidade, de onipotência, de justiça e de bondade, poderíamos imaginar um ser que possuísse o que lhe faltasse, e esse ser, mais perfeito do que ele, é que seria Deus. (Allan Kardec, Obras Póstumas, Primeira Parte.)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

SEMPRE É TEMPO DE DOAR


Certo dia, uma jovem estava à espera de seu voo, na sala de embarque de um aeroporto. Como deveria esperar por muitas horas, ela resolveu comprar um livro para matar o tempo. Também comprou um pacote de biscoitos.
Depois, achou uma poltrona numa parte reservada do aeroporto para que pudesse descansar e ler em paz. Ao lado dela se sentou um homem.
Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um.
Ela ficou indignada, mas não disse nada. Pensou: Que sujeito abusado. E ainda sorri quando olho para ele.
A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um.
Aquilo a foi deixando sempre mais indignada. Tão incomodada que ela nem conseguia reagir.
Por fim, restava apenas um biscoito no pacote e ela pensou: O que será que o abusado vai fazer agora?
O homem sorriu outra vez, dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.
Aquilo a deixou furiosa. Era o cúmulo! Ela pegou o seu livro, seus pertences e foi para o embarque.
Quando se sentou confortavelmente, no interior da aeronave, abriu a bolsa à procura de um espelho para ver como estava o seu rosto. Deveria estar vermelho de raiva!
Sua surpresa foi enorme. Ali, dentro da bolsa, fechadinho, estava o seu pacote de biscoitos.
Agora ela estava vermelha de vergonha. Quem estava errada o tempo todo era ela. E já nem havia tempo para voltar e pedir desculpas ao homem, a quem nem agradecera a gentileza de dividir os biscoitos.
Tinha ficado tão transtornada por pensar que eram os seus biscoitos que estavam sendo devorados pelo desconhecido e, no entanto, ele dividira sem mostrar preocupação alguma.
* * *
O fato nos leva a meditar em quantas vezes ficamos com raiva, perdemos nosso bom humor por pouca coisa. Até por coisa nenhuma.
Pessoas como o homem do aeroporto nos demonstram que o bom da vida é mesmo dividir, cooperar.
Afinal, se pensarmos bem, estamos todos numa mesma e grande escola, e pertencemos a uma grande, numerosa e mesma família, que se chama Humanidade.
O correto mesmo é viver assim, dividindo, repartindo. Ter um sorriso sempre pronto na fila de embarque do aeroporto, na sala de espera do dentista, na fila enorme do supermercado, na fila do coletivo.
O mundo seria melhor se todos aprendêssemos a sorrir e a dividir mais.
* * *
A nossa busca deveria sempre ser no sentido de mais dar do que receber.
E todos somos capazes de nos comportar assim. Basta querer. E querer é fácil. Quem de nós, afinal, não deseja transformar o mundo à sua volta?
E o mundo somente se mudará se nos mudarmos, mudarmos as nossas atitudes.
Não foi outro o motivo que levou Francisco de Assis a dizer: É dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, é semeando amor que se recebe amor.
Redação do Momento Espírita, com base no texto Biscoitos, de autoria ignorada.
Em 13.05.2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

TENHAMOS FÉ



Emmanuel

”... vou preparar-vos lugar.” — Jesus. (João, capítulo 14, versículo 2.)

Sabia o Mestre que, até à construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, “sem lugar” adequado aos sublimes ideais que entesouram.
Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido:
Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos.
Se exercita a humildade, é tido à conta de covarde.
Se adota a vida simples, é acusado pelo delito de relaxamento.
Se busca ser bondoso, é categorizado por tolo.
Se administra dignamente, é julgado orgulhoso.
Se obedece quanto é justo, é considerado servil.
Se usa a tolerância, é visto por incompetente.
Se mobiliza a energia, é conhecido por cruel.
Se trabalha, devotado, é interpretado por vaidoso.
Se procura melhorar-se, assumindo responsabilidades no esforço intensivo das boas obras ou das preleções consoladoras, é indicado por fingido.
Se tenta ajudar ao próximo, abeirando-se da multidão, com os seus gestos de bondade espontânea, muitas vezes é tachado de personalista e oportunista, atento aos interesses próprios.
Apesar de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo, em nome do Senhor.
Reconhecendo que o domicílio de seus seguidores não se ergue sobre o chão do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta.
Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores provisoriamente distanciados do verdadeiro lar.
“Há muitas moradas na Casa do Pai.”
E o Cristo segue servindo, adiante de nós.
Tenhamos fé.
(Emmanuel, Fonte Viva, 44, FCXavier, FEB)

domingo, 22 de maio de 2011

PUBLICAÇÕES DIGITAIS REVISTA REFORMADOR

http://www.mflip.com.br/pub/febnet/

ALVO CERTO



Um dos principais problemas no relacionamento entre as pessoas é a falta de jeito para falar.

Nem todos conseguimos escolher a melhor forma de dizer algo que gostaríamos de dizer. E, por isso, surgem os desentendimentos.
Façamos uma comparação bem simples, que poderá nos ajudar a resolver esse problema.
Imaginemos que uma pessoa que esteja com um sério problema de saúde vá consultar um médico. O que ela espera? Certamente, que ele combata sua enfermidade e lhe restitua a saúde, não é mesmo?
Mas, se ao contrário, o médico começasse a atacar o paciente, o doente, o que aconteceria? No mínimo diríamos que esse médico é louco.
Pois bem, na relação entre as pessoas acontece algo semelhante.
Quando percebemos algum problema no comportamento de alguém partimos para a agressão ao problemático e não ao problema.
Se nosso filho, por exemplo, age de forma incorreta, o que fazemos? Chamamos o garoto e o atacamos com agressões verbais, diretamente à sua pessoa.
Ao invés de combater o problema em si agredimos seus sentimentos, suas emoções, sua personalidade.
Quando a criança deixa suas roupas sujas jogadas no banheiro, qual é o problema? A roupa jogada. Então, numa conversa, devemos tentar evitar que isso ocorra novamente, e para tanto não resolverá chamar a criança de relaxada, de descuidada, de irresponsável.
Se nosso filho está usando drogas devemos envidar todos os esforços para que ele deixe disso. De nada vale chamá-lo de fraco, de doente, de mau caráter. Ao contrário, essa atitude o fará se sentir ainda mais dependente.
Se alguém sente ciúme, inveja, ódio e queremos ajudar esse alguém, devemos atacar os maus sentimentos, e não o indivíduo.
Em qualquer situação, quando atacamos o enfermo em vez da enfermidade, estamos incentivando a baixa autoestima da pessoa, estamos dizendo que ela é o problema, que ela é incapaz, que é um zero à esquerda.
Mas quando a fazemos refletir sobre o problema, sobre o vício, sobre os desregramentos, as chances de resolver a questão são bem maiores.
Dizendo à criatura que ela tem problemas é diferente de dizer que ela é o problema.
Demonstrando que queremos ajudá-la a superar as dificuldades, ela sentirá em nós um aliado, e não um inquisidor.
Quando nossa filha tem uma crise de ira e depois nos sentamos ao seu lado e buscamos um diálogo sincero e afetuoso sobre o assunto, fazendo-a refletir sobre os inconvenientes da liberação desse sentimento, dos efeitos físicos maléficos que acarretam, temos grande chance de lograr êxito.
Quando oferecemos o antídoto, o remédio contra a ira, que é a calma, a tranquilidade, a benevolência, estamos no caminho certo.
Mas se, ao contrário, nos iramos também e a agredimos com palavras amargas, só reforçaremos a sua atitude.
Por todas essas razões, vale a pena direcionar nossa mira para o alvo certo, atacando a enfermidade em vez do enfermo.
Estamos na era da razão e não podemos continuar errando o alvo. Já não há mais espaço para a negligência quanto à autoeducação e a educação dos seres que estão sob nossa responsabilidade.
É preciso dedicar esforços e buscar esclarecimentos para que a nossa ação seja efetiva e traga bons resultados.
A Terra é uma escola. Todos os que aqui estamos precisamos ajudar-nos mutuamente para o progresso geral.
É preciso que voltemos nossos olhares para os verdadeiros males sociais, que são o orgulho e o egoísmo, combatendo-os sem trégua.
Uma vez abatidos esses males, a Humanidade estará apta a receber o troféu mais valioso de todos os tempos: a felicidade suprema.
Redação do Momento Espírita

Em 16.11.2010

sábado, 21 de maio de 2011

AJUDA E SOCORRO

Certa feita, o Doutor Júlio David, nobre facultativo baiano, pediu a um motorista que o levasse urgente para atender a um paciente em determinado bairro da cidade.




O motorista lhe respondeu que não podia, que iria se deitar, pois já era tarde.



O médico insistiu, dizendo que precisava atender a um chamado urgente...



O motorista respondeu insatisfeito:



Estou cansado! Vire-se por aí. O que não falta são veículos...



O doutor insistiu um tanto mais.



Mas é tarde. Estamos perdendo tempo enquanto uma vida se vai diluindo. Seja rápido, leve-me por favor...



Irritado, o motorista arrancou o carro e saiu resmungando:



Ora essa. Era só o que me faltava aparecer. Não levo ninguém. Vou é dormir.



Chegando à casa, que estava em alaridos e expectativas, o motorista mal-humorado defrontou com o filhinho de 5 anos em lamentável convulsão, semiasfixiado.



Sem saber o que fazer, propôs colocá-lo no veículo para conduzi-lo ao Pronto Socorro, quando outro carro estacionou à porta e um médico saltou apressado.



O médico examinou o caso e identificou o grande mal asmático. Aplicou imediatamente uma adrenalina no pequeno, ensejando reação orgânica que lhe permitia conduzir o paciente ao hospital com possibilidades de salvação.



O motorista olhou o venerável senhor e baixou os olhos, envergonhado. Era o médico que ele se negara a trazer há pouco.



O paciente a quem o médico precisava atender, com urgência, era seu próprio filho.



Tantas vezes nos negamos a atender a um pedido que nos é feito porque achamos que não tem nada a ver conosco.



Esquecemos a recomendação de Jesus de fazermos aos outros o que gostaríamos que os outros nos fizessem.



Diz-nos o bom senso que devemos fazer o bem sem olhar a quem, e para o praticarmos uma única condição é necessária: a de que alguém precise do nosso auxílio.



Não importa quem seja, que religião professe, a que nível social pertença.



Nada disso importa se levarmos em conta que somos todos filhos do mesmo Pai, do Criador do Universo que a todos nos colocou no mundo para que nos ajudemos mutuamente.



Costumamos dizer com frequência: Que Deus te ajude!



E temos também que nos perguntar:



Como é que Deus vai ajudar as pessoas, senão através das próprias pessoas?



É importante que pensemos nisso. Deus conta conosco, e cada vez que alguém precisar de ajuda, nos questionemos: E se fosse um ente muito caro ao meu coração? Como é que eu gostaria que o tratassem?



Agindo assim, jamais nos arrependeremos e certamente estaremos construindo um mundo bem melhor para todos nós.



* * *



Controla a má vontade e vence as qualidades inferiores.



O que negas a alguém te fará falta, agora ou depois.



Reflexiona, portanto, vigilante, antes de reagir.



Redação do Momento Espírita

Em 18.05.2009

sexta-feira, 20 de maio de 2011

DE ÂNIMO FORTE

"Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação." - Paulo. (II TIMÓTEO, 1:7.)
Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.
Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.
A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.
Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?
Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.
Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.
Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?
Nesse caso. temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no mundo.
Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranqüilize e ajude a nós mesmos? como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?
Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação".
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 31. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

DEFINIÇÕES

 

O que sentes
revela o rumo
para onde te diríges.
O que pensas te aponta
o lugar
em que te encontras.
O que falas
indica o que sabes.
O que fazes
mostra quem és.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 2 edição. Jabaquara, SP: CEU. 1981.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A CADA UM

"Levanta-te direito sobre os teus pés." - Paulo. (ATOS, capítulo 14, versículo 10.)
De modo geral, quando encarnados no mundo físico, apenas enxergamos os aleijados do corpo, os que perderam o equilíbrio corporal, os que se arras tam penosamente no solo, suportando escabrosos defeitos. Não possuímos suficiente visão para identificar os doentes do espírito, os coxos do pensamento, os aniquilados de coração.
Onde existissem somente cegos, acabaria a criatura perdendo o interesse e a lembrança do aparelho visual; pela mesma razão, na Crosta da Terra, onde esmagadora maioria de pessoas se constituem de almas paralíticas, no que se refere à virtude, raros homens conhecem a desarmonia de saúde espiritual que lhes diz respeito, conscientes de suas necessidades incontestes.
Infere-se, pois, que a missão do Evangelho émuito mais bela e mais extensa que possamos imaginar. Jesus continua derramando bênçãos todos os dias. E os prodígios ocultos, operados no silêncio de seu amor infinito, são maiores que os verificados em Jerusalém e na Galiléia, porqüanto os cegos e leprosos curados, segundo as narrativas apostólicas, voltaram mais tarde a enfermar e morrer. A cura de nossos espíritos doentes e paralíticos é mais importante, porqüanto se efetua com vistas à eternidade.
É indispensável que não nos percamos em conclusões ilusórias. Agucemos os ouvidos, guardando a palavra do apóstolo aos gentios. Imprescindível éque nos levantemos, individualmente, sobre os próprios pés, pois há muita gente esperando as asas de anjo que lhe não pertencem.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 28 edição. Capítulo 79. Brasília: FEB. 2009.

sábado, 14 de maio de 2011

BUSCAI E ACHAREIS

 


Há uma passagem no Evangelho na qual Jesus afirma: Buscai e achareis.

É interessante notar que a atividade consistente em buscar pressupõe um certo esforço.

Quem procura alguma coisa movimenta os recursos de que dispõe para encontrá-la.

A promessa do Cristo é que quem procura acha.

Assim, resta a cada um analisar qual é a sua busca pessoal.

A liberdade rege o Universo e cada alma decide o caminho que deseja trilhar.

Caso a criatura se encante pelas ilusões mundanas, terminará por vivê-las, em alguma medida.

O resultado varia conforme os meios de que estiver disposta a lançar mão e o esforço que despender.

Tudo tem um custo na vida, inclusive a preguiça e a inércia.

Quem opta pelo comodismo arca com o elevado preço das oportunidades desperdiçadas.

Considerando a efemeridade da vida humana, convém refletir bem a respeito do que se elege por meta.

O que realmente compensa buscar com afinco?

Alguns gastam suas energias para enriquecer.

Contudo, as incertezas do mundo dos negócios por vezes causam dolorosas surpresas.

Ainda que um homem logre enriquecer, ele não poderá levar a própria fortuna ao morrer.

Fatalmente deixará seus haveres para trás, ao retornar para a pátria espiritual.

Assim, conquanto nobres e necessárias, as atividades econômicas não constituem a razão do existir.

A vida é triunfante e jamais se acaba, mas a experiência do corpo físico não dura mais do que algumas décadas.

Justamente por isso, tudo o que se liga à matéria constitui apenas instrumento para realizações maiores.

Não é sensato confundir os meios com os fins, sob pena de preparar amargas surpresas para si próprio.

Constitui desatino comprometer a própria dignidade em troca de gozos fugazes.

Os valores e os êxitos mundanos ficam no caminho.

Entretanto, a consciência o Espírito leva consigo aonde quer que vá.

Na carne ou fora dela, não pode se livrar de si próprio.

Ciente disso, reflita sobre suas opções.

O que você incessantemente busca, com quais objetivos gasta suas energias?

Dentro de cem anos, suas metas atuais terão alguma relevância?

Sem olvidar suas responsabilidades humanas, não seria mais sensato cuidar de seus interesses imortais?

Você achará o que procurar, assevera o Evangelho.

Pode ser que o salário de suas buscas sejam roupas caras, passeios e gozos os mais diversos.

Nessa hipótese retornará ao plano espiritual na condição de um mendigo.

Mas pode optar por ser alguém generoso e de hábitos puros, um autêntico alento para seus irmãos de jornada.

Se resolver buscar com afinco sua libertação de vícios e mediocridades, fatalmente atingirá essa meta.

O resultado será uma dignidade espiritual que o acompanhará para sempre.

Pense nisso.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

PODE ACREDITAR

 

Falará você na bondade a todo instante, mas, se não for bom, isso será inútil para a sua felicidade. Sua mão escreverá belas páginas, atendendo a inspiração superior; no entanto, se você não estampar a beleza delas em seu espírito, não passará de estafeta sem inteligência.
Lerá maravilhosos livros, com emoção e lágrimas; todavia, se não aplicar o que você leu, será tão-somente um péssimo registrador.
Cultivará convicções sinceras, em matéria de fé; entretanto, se essas convicções não servirem à sua renovação para o bem, sua mente estará resumida a um cabide de máximas religiosas.
Sua capacidade de orientar disciplinará muita gente, melhorando personalidades; contudo, se você não se disciplinar, a lei o defrontará com o mesmo rigor com que ela se utiliza de você para aprimorar os outros.
Você conhecerá perfeitamente as lições para o caminho e passará, ante os olhos mortais do mundo, à galeria dos heróis e dos santos; mas, se não praticar os bons ensinamentos que conhece, perante as leis Divinas recomeçará sempre o seu trabalho e cada vez mais dificilmente.
Você chamará a Jesus; mestre e senhor...; se não quiser, porém, aprender a servir com ele, suas palavras soarão sem qualquer sentido.
* * *
André Luiz
(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A INDULGÊNCIA

 


Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará de indulgência para convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.
Sustentai os fortes: animai-os à perseverança. Fortalecei os fracos, mostrando-lhes a bondade de Deus, que leva em conta o menor arrependimento; mostrai a todos o anjo da penitência estendendo suas brancas asas sobre as faltas dos humanos e velando-as assim aos olhares daquele que não pode tolerar o que é impuro. Compreendei todos a misericórdia infinita de vosso Pai e não esqueçais nunca de lhe dizer, pelos pensamentos, mas, sobretudo, pelos atos: "Perdoai as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos hão ofendido." Compreendei bem o valor destas sublimes palavras, nas quais não somente a letra é admirável, mas principalmente o ensino que ela veste.
Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação.
Quando perdoardes aos vossos irmãos, não vos contenteis com o estender o véu do esquecimento sobre suas faltas, porquanto, as mais das vezes, muito transparente é esse véu para os olhares vossos. Levai-lhes simultaneamente, com o perdão, o amor; fazei por eles o que pediríeis fizesse o vosso Pai celestial por vós. Substitui a cólera que conspurca, pelo amor que purifica. Pregai, exemplificando, essa caridade ativa, infatigável, que Jesus vos ensinou; pregai-a, como ele o fez durante todo o tempo em que esteve na Terra, visível aos olhos corporais e como ainda a prega incessantemente, desde que se tornou visível tão-somente aos olhos do Espírito. Segui esse modelo divino; caminhai em suas pegadas; elas vos conduzirão ao refúgio onde encontrareis o repouso após a luta. Como ele, carregai todos vós as vossas cruzes e subi penosamente, mas com coragem, o vosso calvário, em cujo cimo está a glorificação.
João, bispo de Bordéus. (1862.)
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo X, item 18. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.

terça-feira, 10 de maio de 2011

SINAIS

 

Sua conversação dirá das diretrizes que você escolheu na vida.
*
Suas decisões, nas horas graves, identificam a posição real de seu espírito.
*
Seus gestos, na luta comum, falam de seu clima interior.
*
Seus impulsos definem a zona mental em que você prefere movimentar-se.
*
Seus pensamentos revelam suas companhias espirituais.
*
Suas leituras definem os seus sentimentos.
*
Seu trato pessoal com os outros esclarece até que ponto você tem progredido.
*
Suas solicitações lançam luz sobre os seus objetivos.
*
Suas opiniões revelam o verdadeiro lugar que você ocupa no mundo.
*
Seus dias são marcas no caminho evolutivo. Não se esqueça de que compactas assembléias de companheiros encarnados e desencarnados conhecem-lhe a personalidade e seguem-lhe a trajetória pelos sinais que você está fazendo.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Perante os Fatos do Momento

 

"Vede que ninguém dê a outrem
mal por mal, segui sempre o
bem, tanto uns para com outros,
como para com todos".
Paulo (I Tessalonicenses, 5:15)
Em tempo algum empolgar-se por emoções desordenadas ante ocorrências que apaixonem a opinião pública, como, por exemplo, delitos, catástrofes, epidemias, fenômenos geológicos e outros quaisquer.
Acalmar-se é acalmar os outros.
*
Nas conversações e nos comentários acerca de notícias terrificantes, abster-se de sensacionalismo.
A caridade emudece o verbo em desvario.
*
Guardar atitude ponderada, à face de acontecimentos considerados escandalosos, justapondo a influência do bem ao assédio do mal.
A palavra cruel aumenta a força do crime.
*
Resguardar-se no abrigo da prece em todos os transes aflitivos da existência.
As provações gravitam na esfera da Justiça Divina.
*
Aceitar nas maiores como nas menores decepções da vida humana, por mais estranhas ou desconcertantes que sejam, a manifestação dos Desígnios Superiores atuando em favor do aprimoramento espiritual.
Deus não erra.
*
Ainda mesmo com sacrifício, entre acidentes inesperados que lhe firam as esperanças, jamais desistir na construção do bem que lhe cumpre realizar.
Cada Espírito possui conta própria na Justiça Perfeita.
* * *
Vieira, Waldo. Da obra: Conduta Espírita.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
FEB.

domingo, 8 de maio de 2011

ENQUANTO...

 

Busque agir para o bem, enquanto você dispõe de tempo. É perigoso guardar uma cabeça cheia de sonhos, com as mãos desocupadas.
*
Acenda sua lâmpada, enquanto há claridade em torno de seus passos. Viajor algum fugirá às surpresas da noite.
*
Ajude o próximo, enquanto as possibilidades permanecem de seu lado. Chegará o momento em que você não prescindirá do auxílio dele.
*
Utilize o corpo físico para recolher as bênçãos da vida Mais Alta, enquanto suas peças se ajustam harmoniosamente. O vaso que reteve essências sublimes ainda espalha perfume, depois de abandonado.
*
Dê suas lições sensatamente, na escola da vida, enquanto o livro das provas repousa em suas mãos. Aprender é uma bênção e há milhares de irmãos, não longe de você, aguardando uma bolsa de estudos na reencarnação.
*
Acerte suas contas com o vizinho, enquanto a hora é favorável. Amanhã, todos os quadros podem surgir transformados.
*
Ninguém deve ser o profeta da morte e nem imitar a coruja agourenta. Mas, enquanto você guardar oportunidade de amealhar recursos superiores para a vida espiritual, aumente os seus valores próprios e organize tesouros da alma, convicto de que sua viagem para outro gênero de existência é inevitável.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

sábado, 7 de maio de 2011

O PODER DO AMOR

 

Acredita no amor e vive-o plenamente.
Qualquer expressão de afetividade propicia renovação de entusiasmo, de qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.
O amor não é somente um meio, porém o fim essencial da vida.
Emanado pelo sentimento que se aprimora, o amor expressa-se, a princípio, asselvajado, instintivo, na área da sensação, e depura-se lentamente, agigantando-se no campo da emoção.
Quando fruído, estimula o organismo e oferece-lhe reações imunológicas, que proporcionam resistência às células para enfrentar os invasores perniciosos, que são com batidos pelos glóbulos brancos vigilantes.
A força do amor levanta as energias alquebradas, e torna-se essencial para a preservação da vida.
Quando diminui, cedendo lugar aos mecanismos de reação pelo ciúme, pelo ressentimento, pelo ódio, favorece a degeneração da energia vital, preservadora do equilíbrio fisiopsíquico, ensejando a instalação de enfermidades variadas, que trabalham pela consumpção dos equipamentos orgânicos...
Situação alguma, por mais constrangedora, ou desafio, por maior que se apresente, nas suas expressões agressivas, merecem que te niveles à violência, abandonando o recurso valioso do amor.
Competir com os não-amáveis é tornar-se pior do que eles, que lamentavelmente ainda não despertaram para a realidade superior da vida.
Amá-los é a alternativa única à tua disposição, que deves utilizar, de forma a não te impregnares das energias deletérias que eles exalam.
Envolvê-los em ondas de afetividade é ato de sabedoria e recurso terapêutico valioso, que lhes modificará a conduta, senão de imediato, com certeza oportunamente.
O amor solucionará todos os teus problemas. Não impedirá, porém, que os tenhas, que sejas agredido, que experimentes incompreensão, mas te facultará permanecer em paz contigo mesmo.
É possível que não lhe vejas a florescência, naquele a quem o ofertas, no entanto, a sociedade do amanhã vê-lo-á enfrutecer e beneficiar as criaturas que virão depois de ti. E isto, sim, é o que importa.
Quando tudo pareça conspirar contra os teus sentimentos de amor, e a desordem aumentar, o crime triunfar, a loucura aturdir as pessoas em volta, ainda aí não duvides do seu poder. Ama com mais vigor e tranqüilidade, porque esta é a tua missão na Terra - mar sempre.
Crucificado, sob superlativa humilhação, Jesus prosseguiu amando e em paz, iniciando uma Era Nova para a Humanidade, que agora lhe tributa razão e amor.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

PRESENÇA DIVINA

 

Um homem, ignorante ainda das Leis de Deus, caminhava ao longo de enorme pomar, conduzindo um pequeno de seis anos.
Eram Antoninho e seu tio, em passeio na vizinhança da casa em que residiam.
Contemplavam, com água na boca, as laranjas maduras, e respiravam, a bom respirar, o ar leve e puro da manhã.
A certa altura da estrada, o velho depôs uma sacola sobre a grama verde e macia e começou a enchê-la com os frutos que descansavam em grandes caixas abertas, ao mesmo tempo que lançava olhares medrosos, em todas as direções.
Preocupado com o que via, Antoninho dirigiu-se ao companheiro e indagou:
- Que fazes, titio?
Colocando o indicador da mão direita nos lábios entreabertos, o velho respondeu:
- Psiu!... psiu!
Em seguida, acrescentou em voz baixa:
Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas, às escondidas.
O menino, contudo, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e exclamou:
Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo?
Muito espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde os havia retirado, murmurando:
Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a minha consciência, pelos lábios de uma criança.
E, desde esse momento, o tio de Antoninho passou a ser realmente outro homem.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.
19a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

EFETIVAMENTE

 

Vigiar não é desconfiar. É acender a própria luz, ajudando os que se encontram nas sombras. Defender não é gritar. É prestar mais intenso serviço às causas e às pessoas.
Ajudar não é impor. É amparar, substancialmente, sem pruridos de personalismo, para que o beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz por si mesmo.
Ensinar não é ferir. É orientar o próximo, amorosamente, para o reino da compreensão e da paz.
Renovar não é destruir. É respeitar os fundamentos, restaurando as obras para o bem geral.
Esclarecer não é discutir. É auxiliar, através do espírito de serviço e da boa-vontade, o entendimento daquele que ignora.
Amar não é desejar. É compreender sempre, dar de si mesmo, renunciar ao próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz divina do verdadeiro amor resplandeça.
* * *
André Luiz
(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 3 de maio de 2011

TRISTEZA SEM RAZÃO




Por vezes, erguemo-nos pela manhã envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa, com certeza não saberemos responder.

Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há quem não as tenha. É o filho que não vai bem na escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno de saúde.

Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.

Nesse dia tudo parece difícil. Saímos de casa e a entrevista marcada não se concretiza. A pessoa que marcou hora conosco cancelou por compromisso de última hora. E lá se vão as nossas esperanças de emprego, outra vez.

O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou nas prateleiras, antes de nossa chegada. A fila no banco está enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.

É... Nada dá certo mesmo! Dizemos que nem deveríamos ter saído de casa, nesse dia. Agora, à tristeza se soma o desalento, o desencanto.

Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes, abandonados, sozinhos.

Ninguém que nos ajude.

E, no entanto, Deus vela. Ao nosso lado, seguem os seres invisíveis que nos amam, que se interessam por nós e tudo fazem para o nosso bem-estar.

O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão do que nos acontece.

Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos encontros espirituais, durante o sono físico, que para isso colaboraram.

Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou porque não nos preparamos para dormir, com a oração. Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para retornar à nossa batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.

Ao nos sentirmos assim, busquemos de imediato a luz da prece, que fortalece e ilumina, espancando as sombras do desalento.

Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva e frio. Verifiquemos como as árvores, quando castigadas pelos ventos e pela água, balançam ao seu compasso.

Passada a tempestade, se recompõem e continuam enriquecendo a paisagem com seus galhos, folhas, flores e frutos.

Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas, deixam suas marcas coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo caminho.

Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza de que, depois da tempestade, retornará o tempo bom, o sol, o calor.

Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos mal, nos sentiremos mal e, naturalmente, tudo se nos tornará mais difícil.

Nunca estaremos sós. Jesus está no leme das nossas vidas, atento, vigilante, e não nos faltará em nossas necessidades.

* * *

Se estamos tristes, abramos os ouvidos para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas regiões do amor Celeste.

Busquemos ajuda, peçamos socorro, não dando campo a essas energias de modo que possamos, na condição de filhos de Deus, alegrar-nos com tudo quanto o Pai construiu e colocou à nossa disposição a fim de que pudéssemos crescer, amar e servir.


Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais
do cap. 12 do livro Revelações da luz, pelo Espírito
Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráte

domingo, 1 de maio de 2011

GENTILEZA,VIRTUDE ESQUECIDA!


É cada vez mais raro se observar atitudes de gentileza nas relações que vivenciamos na agitada correria do dia a dia das nossas vidas.

Levados pelos inúmeros compromissos assumidos e pela pressa em resolvê-los, não nos damos conta de quantas vezes atropelamos os bons costumes, e as boas
atitudes para com o nosso próximo, e por isso mesmo, já não nos incomodamos muito com suas más atitudes em relação a nós.

Como cobrar dos outros, o que não oferecemos por nossa vez? O resultado dessa falta de consideração mútua, é a ausência de cordialidade, de
afeto, de convívio saudável, que se observa na sociedade dita moderna, onde cada indivíduo parece ser único, pois, pouco lhe importa o que se passa à sua volta com seu semelhante, seja ele, seu parente, seu vizinho, etc..., mostrando com esse seu procedimento a árvore frondosa do egoísmo, que cultiva no canteiro de seu coração, a exibir frutos amargos de frieza e indiferença, como se fôssemos auto suficientes em tudo e não necessitássemos uns dos outros para nada.

Só abr
imos uma exceção, isto é, só modificamos esse comportamento egoístico, se nos deparamos na presença de alguém do qual esperamos obter algum favor ou alguém de quem aguardamos tirar alguma vantagem pessoal.

“O
verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.” (E.S.E. Cap. XVII – item 3 - O Homem de Bem).

O ser humano precisa urgentemente refletir sobre esse s
eu comportamento equivocado e irracional, precisa ver em seu semelhante um irmão de quem depende sua própria elevação como ser imortal, criado com a finalidade maior que é a perfeição em todos os sentidos, e que para isso não prescinde da convivência salutar com seu irmão, em constante troca de experiências, e com o qual tem muito a aprender.

Somente com s
eus próprios e limitados recurso e conhecimentos, não será capaz de chegar ao seu destino, no encontro tão sonhado com a verdadeira felicidade no seu estado de pureza ritual'>espiritual.

Precisa entender que só através do trabalho na sua reforma interior, buscando “amar a D
eus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, poderá se promover na escala hierárquica da criação universal da qual faz parte integrante, e que sem a mudança em seus métodos e atitudes, priorizando as conquistas espirituais, não conseguirá obter a tão almejada paz interior, que não conseguirá encontrar na conquista e realização dos seus sonhos materiais, que logo alcançados, passarão a segundo plano, surgindo imediatamente nova necessidade de conquista que por sua vez, com o passar do tempo também deixará de ser tão importante, e assim sucessivamente.

O gesto de gentileza é sem dúvida um grande passo que damos para modificar, em muitas ocasiões, uma inimizade nascente, uma suspeita infundada, uma informação infeliz abrindo horizontes novos e facilitando a compreensão e a concórdia.

Não devemos aguardar a gentileza dos outros para conosco, para nos decidirmos por mudar nosso
comportamento, sejamos nós os cultivadores da gentileza, usando-a como exercício na metodologia do nosso burilamento, usando a força de vontade como fonte propulsora a nos impulsionar para frente em direção ao crescimento moral ritual'>espiritual; e nesse particular, nós seguidores da filosofiaespírita muito mais que os nossos irmãos de outras correntes religiosas, pois dispomos de tantos ensinos contidos na codificação que nos orientam sempre nesse sentido conforme a mensagem que segue:

“Bem compreendido, mas sobretudo
bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam. Muitos, entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as conseqüências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. A que atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois que ela não contém egoria'>alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza é da sua essência mesma e é donde lhe vem toda a força, porque a faz ir direito à inteligência. Nada tem de misteriosa e seus iniciados não se acham de posse de qualquer segredo, oculto ao vulgo.” (E.S.E. Cap. XVII – item 4 – Os Bons Espíritas).

Os Espí
ritos Superiores reforçam os ensinamentos sobre o assunto, ao responderem ao dor'>codificador a esse respeito na questão seguinte constante do Livro dos Espíritos:

799. De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o
progresso?

“Destruindo o
materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.”

Sejamos nós portanto, os primeiros a dar os passos em direção ao nosso irmão, mesmo que ele não nos retribua, sigamos a meta de amar a todos sem esperar que sejamos amados por todos, respeitando a maneira de agir e
pensar de cada um, compreendendo nos irmãos ingratos e frios, da nossa estrada, criaturas de coração endurecidos, necessitados por isso mesmo de nossa maior cota de gentileza e compreensão, esta é a verdadeira caridade que Deus nosso Pai espera que pratiquemos, cumprindo com nossos compromissos como SERES racionais que somos, com responsabilidades para com a sociedade em que vivemos.

Agindo assim, estaremos vivenciando a fraternidade conosco mesmo e com nosso semelhante, fazendo a p
arte que nos cabe, participando de forma positiva na intenção maior de ver a humanidade transformada moralmente falando, isto é, menos egoísta e mais humanitária.

Bibliografia:
Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB, 106ª Edição – Cap. XVII
Kardec, Allan – O Livro dos Espí
ritos – FEB, 76ª Edição.