sábado, 31 de dezembro de 2011

Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?



 

E, tendo vindo para casa, reuniu-se aí tão grande multidão de gente, que eles nem sequer podiam fazer sua refeição. - Sabendo disso, vieram seus parentes para se apoderarem dele, pois diziam que perdera o espírito.
Entretanto, tendo vindo sua mãe e seus irmãos e conservando-se do lodo de fora, mandaram chamá-lo. - Ora, o povo se assentara em torno dele e lhe disseram: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te chamam. - Ele lhes respondeu: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E, perpassando o olhar pelos que estavam assentados ao seu derredor, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; - pois, todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (S. MARCOS. cap. III, vv. 20, 21 e 31 a 35 - S. MATEUS, cap. XII, vv. 46 a 50.)
Singulares parecem algumas palavras de Jesus, por contrastarem com a sua bondade e a sua inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não deixaram de tirar daí uma arma, pretendendo que ele se contradizia. Fato, porém, irrecusável é que sua doutrina tem por base principal, por pedra angular, a lei de amor e de caridade. Ora, não é possível que ele destruísse de um lado o que do outro estabelecia, donde esta conseqüência rigorosa: se certas proposições suas se acham em contradição com aquele princípio básico, é que as palavras que se lhe atribuem foram ou mal reproduzidas, ou mal compreendidas, ou não são suas.
Causa admiração, e com fundamento, que, neste passo, mostrasse Jesus tanta indiferença para com seus parentes e, de certo modo, renegasse sua mãe.
Pelo que concerne a seus irmãos, sabe-se que não o estimavam. Espíritos pouco adiantados, não lhe compreendiam a missão: tinham por excêntrico o seu proceder e seus ensinamentos não os tocavam, tanto que nenhum deles o seguiu como discípulo. Dir-se-ia mesmo que partilhavam, até certo ponto, das prevenções de seus inimigos. O que é fato, em suma, é que o acolhiam mais como um estranho do que como um irmão, quando aparecia à família. S. João diz, positivamente (cap. VII, v. 5), "que eles não lhe davam crédito".
Quanto à sua mãe, ninguém ousaria contestar a ternura que lhe dedicava. Deve-se, entretanto, convir igualmente em que também ela não fazia idéia muito exata da missão do filho, pois não se vê que lhe tenha nunca seguido os ensinos, nem dado testemunho dele, como fez João Batista. O que nela predominava era a solicitude maternal. Supor que ele haja renegado sua mãe fora desconhecer-lhe o caráter. Semelhante idéia não poderia encontrar guarida naquele que disse: Honrai a vosso pai e a vossa mãe. Necessário, pois, se faz procurar outro sentido para suas palavras, quase sempre envoltas no véu da forma alegórica.
Ele nenhuma ocasião desprezava de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que se lhe deparou, com a chegada de sua família, para precisar a diferença que existe entre a parentela corporal e a parentela espiritual.
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo XIV. Itens 5, 6 e 7. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Oração no Ano Novo

 

Senhor Jesus!
Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com aqueles com quem nos honraste o caminho iluminativo:
as mães solteiras, desesperadas, a quem prometemos o pão do entendimento;
as crianças delinqüentes que nos buscaram com a mente em desalinho;
os calcetas que, vencidos em si mesmos, nos feriram e retornaram às nossas portas;
os enfermos solitários, que nos fitaram, confiantes em nosso auxílio;
os esfaimados e desnudos que chegaram até nossas parcas provisões;
os mutilados e tristes, ignorantes e analfabetos, que nos visitaram, recordando-nos de Ti...
Sabemos, Senhor, o pouco valor que temos, identificamo-nos com o que possuímos intimamente, mas, contigo, tudo podemos e fazemos. Auda-nos a manter o compromisso de amar-Te, amando neles toda a família universal em cujos braços renascemos.
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"Seja o que for que peçais na prece, crede que obtereis e concedidos vos será o que pedirdes". Marcos: 11-24.
"Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a lhe inspirar idéias sãs". Evangelho Segundo O Espiritismo - Cap. XXVII - Item 11.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Espírito e Vida. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Luta Pela Vida

 

Uma fotografia se torna novo estandarte a favor da vida.
Há algum tempo, esta manchete ocupou espaço em vários jornais nos Estados Unidos.
A imagem foi captada por Paul Harris, que fazia a cobertura fotográfica de uma cirurgia, feita dentro do útero materno, para corrigir um problema na espinha de um feto de apenas vinte e uma semanas de gestação.
A foto é realmente espetacular. O fotógrafo conseguiu registrar o exato momento em que o bebê põe a mãozinha para fora da pequena abertura, feita pelo médico na placenta, e segura num dos seus dedos.
A minúscula mão segura firme a ponta do dedo do médico Joseph Bruner, como se quisesse agarrar-se à vida com todas as suas forças.
O tamanho da mão do bebê corresponde a mais ou menos um terço do dedo do Dr. Joseph, mas percebe-se que o pequeno está agarrando fortemente. A imagem retrata uma verdadeira proeza médica e talvez um dos mais eloquentes gritos em favor da vida registrados até hoje.
A mão pequena que comoveu o mundo pertence a Samuel Alexander.
A vida de Samuel literalmente estava por um fio, já que os especialistas sabiam que não conseguiriam mantê-lo vivo fora do útero materno e que deveriam tratá-lo lá dentro, corrigir a anomalia do feto e deixá-lo lá para continuar seu crescimento.
Seus pais, Julie e Alex, lutaram por muito tempo para ter um bebê e Julie já havia sofrido dois abortamentos naturais antes de ficar grávida do pequeno Samuel.
No entanto, após quatorze semanas de gestação, os problemas apareceram. O teste de ultrassom mostrou que Samuel tinha má-formação do cérebro e anomalias na espinha dorsal.
Mas o casal resolveu esgotar todos os recursos para salvar o bebê. Eles buscaram ajuda e foram informados de que, na Universidade de Naderbilt, em Nashville, Tennessee, uma equipe estava realizando cirurgia fetal em caráter experimental. Não tiveram dúvida: entraram em contato com o Dr. Joseph Bruner, o dono do dedo que Samuel segura, e começou a corrida contra o tempo.
A operação foi um sucesso. Os médicos trataram daquele minúsculo serzinho, menor que um porquinho da Índia, dentro do útero da sua mãe. As anomalias foram corrigidas e, agora, Samuel passou a ser o paciente mais novo a submeter-se àquele tipo de cirurgia.
É impossível não se comover com fatos como esse. É impossível ficar indiferente diante daquela pequena mão segurando o dedo do cirurgião. A imagem é tão poderosa que talvez seja um dos mais fortes argumentos contra o abortamento.
É também um grande motivo para que os médicos pensem na importante tarefa que lhes compete na grande missão de salvar vidas.
As mãos do Dr. Joseph eram, para o pequeno Samuel, a única chance. Talvez seja por esse motivo que ele segurou um dos dedos, com tanta força.
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Jesus, o sublime Médico das almas, afirmou com a certeza de quem tem autoridade: Vós sois deuses.
Talvez as pessoas que O ouviram falar assim, tivessem pensado que isso era uma blasfêmia, mas hoje nós sabemos que Ele tinha razão.
Quando vemos a mão do homem realizar micro-cirurgias no ventre materno, temos a certeza de que ele é capaz de fazer muito mais.
Não duvidamos de que, em cada ser humano, está depositada uma pequena centelha do Criador que, mais cedo ou mais tarde brilhará, mostrando-se e dando notícias da sua origem divina.
Assim, entendemos que as ciências são as mãos de Deus socorrendo as Suas criaturas, através das abençoadas mãos dos profissionais sérios.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita. Obs.: A foto está disponível na página: http://www.fundadores.org.br/AbortoNao/principal.asp?IdTexto=883&pag=1&categ=1 Em 03.04.2009..

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Rogativas

 

Na oração, pede você um raio de luz, esquecendo, quase sempre, que tem ao seu dispor o Foco Solar para você cumprir os Sublimes Desígnios.
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Seu espírito suplica uma réstia de amor e, em torno, a Humanidade aguarda a manifestação da sua capacidade de amar.
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Roga você a concessão de encargos que o habilitem a colaborar com a Sabedoria Divina e olvida que milhões de seres estão à espera de sua disposição de servir, em nome do Pai Celestial.
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Seu coração reclama sinais do céu, e, enquanto o Sábio dos Sábios manda colorir flores e horizontes para seus olhos, você procura vãos entretenimentos e nada vê.
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Você exige justiça para seus casos pessoais e diariamente complica situações e problemas, sem reparar que a Harmonia Suprema retifica sempre, ao redor de seus pés, por intermédio da dor e da morte.
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Você deseja oportunidades de crescimento e ascensão na espiritualidade superior, mas freqüentemente foge aos degraus do esforço laborioso e humilde de cada dia, concedidos a você pela Infinita Bondade, a título de misericórdia.
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Se está sempre rogando felicidade eterna, recusando os recursos para adquiri-la, que espera você para o caminho?
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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domingo, 25 de dezembro de 2011

Prece de Cárita

 


 

Deus, nosso Pai, que tendes poder e bondade, dai força àquele que passa pela provação, dai luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus, dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
Senhor, que a Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.
Piedade, meu Deus, para aquele que Vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.
Deus, um raio de luz, uma centelha do Vosso amor pode iluminar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão; um só coração, um só pensamento, subirão até Vós, como um grito de reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh! poder, oh! bondade, oh! beleza, oh! perfeição, e queremos de algum modo alcançar a Vossa misericórdia.
Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se deve refletir a Vossa imagem.
Sra. W. Krell. Da obra: Anuário Espirita 2002. Ditado pelo Espírito Cárita. A Prece de Cárita original foi recebida no Natal de 1873, em Bordéus, França, pela médium Sra. W. Krell.. Instituto de Difusão Espírita.
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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Algo por Eles Neste Natal

 

Compadece-te de todos aqueles que não podem ou não sabem esperar. Estão eles em toda parte...
Quase sempre são vítimas da inquietação e do medo. Observa quantos já transpuseram as linhas da própria segurança.
São casais que não se toleram nas primeiras rusgas do matrimônio e desfazem a união em que se compromissaram, abraçando riscos pelos quais, em muitas circunstâncias, cedo se encaminham para sofrimento maior;
são mães que rejeitam os filhos que carregam no seio, entregando-se à prática do aborto, recusando a presença de criaturas que se lhes fariam instrumentos de redenção e reconforto no futuro, caindo, às vezes, em largas faixas de doença ou desequilíbrio;
são homens que repelem os problemas inerentes às tarefas que lhes dizem respeito, escapando para situações duvidosas, sob a alegação de que procuram distração e repouso, quando apenas estão dilapidando a estabilidade das obras que, mais tarde, lhes propiciariam refazimento e descanso;
são amigos doentes ou desesperados que se rebelam contra os supostos desgostos da vida e se inclinam para o suicídio, destruindo os recursos e oportunidades que transportariam para a conquista da vitória e da paz em si mesmos;
são jovens, famintos de liberdade e prazer que, impedidos naturalmente do acesso a satisfações imediatas, se engolfam no abuso dos alucinógenos, estragando as faculdades com que o tempo os auxiliaria na construção da felicidade porvindoura.
Neste NATAL, façamos algo por eles, os nossos irmãos que ignoram ou que não querem aceitar os benefícios da serenidade e da esperança.
Pronuncia algumas frases de otimismo e encorajamento; escreve algum bilhete que os reanime para a bênção de viver e servir; estende simpatia em algum gesto espontâneo de gentileza; repete consideração e concurso amigo nos diálogos que colaborem na sustentação da paz e da solidariedade.
Não te declares sem possibilidade de contribuir, nem digas que tens todas as tuas horas repletas de encargos e serviços dos quais não te podes distanciar.
Faze algo, no soerguimento do bem.
Nas realizações da fraternidade, quem ama faz o tempo.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Deus Aguarda. Ditado pelo Espírito Meimei.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ressonâncias do Natal

 

Na paisagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam os animais.
Não havia outro lugar que O pudesse receber.
O mundo, repleto de problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer.
Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas, dificultando-lhes os passos.
Mas hoje, tudo permanece quase que da mesma forma.
Não obstante, durante aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em quase dois mil anos...
Inaugurando a era da humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real.
O Seu reino, que então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas dependências.
E o Seu nascimento modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas.
Homens e mulheres, que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade.
*
Guerreiros triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis.
Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e ruíram dolorosamente.
Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram.
Ditadores indomáveis e aristocratas incomuns surgiram no proscênio terrestre, envergando posição, orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou.
...Estiveram, por algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.
Jesus, porém, foi diferente.
Incompreendido, o Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos.
Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia.
*
Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis demonstram afragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece e mata; quando os tóxicos arruinam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo menos uma pessoa.
Lembrando-te dEle, na noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que jamais te separes dEle.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1994.

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sábado, 17 de dezembro de 2011

AMOR APENAS TERRESTRE




Amor apenas terrestre
Carrega dupla feição;
Uma parece cordeiro,
Outra parece leão.

Ambas formam na pessoa
Um todo, conforme sinto;
Vejo o cordeiro no afeto
E noto o leão no instinto.

A vida une as criaturas
Nos passos do dia-a-dia;
Logo após criam-se grupos
Nos laços da simpatia.

Afinidade surgindo,
A amizade vem depois
E aparecem, comumente,
Ligações de dois a dois.

Quando o par se enxerga preso
A cativante feitiço,
O casamento é o socorro
Para proveito e serviço.

Mas quando a fera triunfa,
Largando o cordeiro ao chão,
Quem não queira compromisso,
Fuja logo do leão.


pelo Espírito Jair Presente - Do livro: Seguindo Juntos, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dentro do Lar

Famílias-problemas!...

Irmãos que se antagonizam...

Cônjuges em lamentáveis litígios...

Animosidades entre filho e pai, farpas filha e mãe...

Afetos conjugais que se desmantelam torvas acrimônias...

Sorrisos filiais que se transfiguram idiossincrasias e vinditas...

Tempestades verbais em discussões extemporâneas...

Agressões infelizes de conseqüências fatais...

Tragédias nas paredes estreitas das famílias...

Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade...

Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis.

Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de ira...

Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados com vinagre e fel de queixa e recriminações...

Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas!

*

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza.

A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontâneo, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade.

O esposo negligente de ontem, hoje recebe no lar a antiga companheira nas vestes de filha ingrata e maldizente.

A nubente atormentada, que no passado desrespeitou o lar, acolhe nos braços, no presente, o esposo traído vestindo as roupas de filho insidioso e cruel.

O companheiro do pretérito culposo se reivincula pela consangüinidade à vítima, desesperada, reencontrando-a em casa como irmão impenitente e odioso.

O braço açoitador se imobiliza sob vergastadas da loucura encarcerada nos trajos da família.

Desconsideração doutrora, desrespeito da atualidade.

Insânia gerando sandice e criminalidade alimentando aversões.

Chacais produzindo chacais.

Lobos tombando em armadilhas para lobos.

Cobradores reencarnados junto às dívidas, na província do instituto da família, dentro do lar.

*

Acende a claridade do Evangelho no lar e ama a tua família-problema, exercitando humildade e resignação.

Preserva a paciência, elaborando o curso de amor nos exercícios diários do silêncio entre os panos da piedade para os que te compartem o ninho doméstico, revivendo os dias idos com execrandas carantonhas, sorvendo aze­ dume e miasmas.

Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual.

Não resides com uma família-problema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos Egrégios.

Escolheste, antes do retorno ao veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos.

Solicitaste a bênção da presença dos que te cercam em casa, para librares com segurança nos cimos para onde rumas.

Sem eles faltariam bases para os teus pés jornadeiros.

Sem a exigência deles, não serias digno de compartilhar a vilegiatura espiritual com os Amorosos Guias que te esperam.

São eles, os parentes severos nos trajos de verdugos inclementes, a lição de paciência que necessitas viver, aprendendo a amar os difíceis de amor para te candidatares ao Amor que a todos ama.

A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compreendendo, desculpando, confiando em horas e dias melhores para o futuro...

Apóia-te ao bastão da certeza reencarnacionista, aproveita o padecimento ultriz, ajuda os verdugos da tua harmonia, mas dá-lhes a luz do conhecimento espírita para que, também eles, os problemas em si mesmos, elucidem os próprios enigmas e dramas, rumando para experiências novas com o coração afervorado e o espírito tranqüilo.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: S.O.S. Família. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 9.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Problemas Pessoais

 

A fé viva não é patrimônio transferível. É conquista pessoal.
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A felicidade legítima não é mercadoria que se empresta. É realização íntima.
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A graça do Céu não desce a esmo. Tem que ser merecida.
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A melhor caridade não é a que se faz por substitutos. Cabe-nos executá-la por nós mesmos.
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A fortaleza moral não é produto de rogos alheios. Provém do nosso esforço na resistência para o bem.
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A esperança fiel não se nos fixa no coração através de simples contágio. É fruto de compreensão mais alta.
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O verdadeiro amor não nasce das sombras do desejo. É fonte cristalina e inexaurível do espírito eterno.
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O conhecimento real não é construção de alguns dias. É obra do tempo.
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O paraíso jamais será adquirido pela sagacidade da compra. É atingível pela nossa boa-vontade em fugir ao purgatório ou ao inferno da própria consciência.
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A proteção da Esfera Superior é inegável para todos nós que ainda nos movimentamos na sombra. Ai de nós, todavia, se não procurarmos as bênçãos da luz!...
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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domingo, 11 de dezembro de 2011

APELO DE UM IDOSO



Dizem que sou um velho. Por vezes, você passa por mim, com um grupo de amigos e ri do meu andar lento e atrapalhado.

Você pode achar que eu não percebo os seus risos. Contudo eles me ferem, porque eu gostaria de andar rápido como fazia há tão pouco tempo. Mas as pernas não obedecem ao meu comando com presteza.

Às vezes, não consigo distinguir com clareza o letreiro do ônibus e acabo por tomar a direção errada.
Motorista, tenha um pouco de paciência comigo. Reconheço que você tem horário a cumprir, que muitos reclamam do seu desempenho, das suas freadas e da sua forma de dirigir.

Pense um pouco. Não errei por querer lhe atrapalhar, simplesmente me enganei. Pense em quantas vezes você já se enganou na vida e precisou da compreensão dos outros.

Explique-me onde descer, de preferência aquele ponto que seja menos complicado para eu retornar ao lugar onde estava e depois tomar o ônibus certo.

Ajude-me. Eu poderia ser seu avô, a quem, com certeza, você trata com carinho e atenção.

Se eu tivesse um neto como você, possivelmente não andaria sozinho pelas ruas. Ele me tomaria pela mão e me guiaria, impedindo que eu corresse tantos riscos.

Ah, não esqueça. Quando eu estiver atravessando a rua e o sinal abrir, espere um minutinho mais.

Não me apresse com buzina ou arrancada brusca. Posso tentar ser mais rápido e cair.

Você que anda pela rua e é indagado por mim a respeito de algum local, use de paciência.

Posso demorar um pouquinho para desdobrar o papel que trago no bolso com o endereço exato de onde eu devo chegar. Minhas mãos tremem e os dedos parecem rígidos.

Espere que eu pergunte e se eu não entender, explique outra vez. Pense em quantas vezes você já pediu a seus pais, seus professores, seus colegas que repetissem a explicação de algo que você não entendeu.

Procure ser claro. Fale devagar. Se possível, me acompanhe até o local mais próximo de onde eu devo chegar.
Você que está na fila do caixa eletrônico, tenha calma. Preciso fazer tudo devagar. Afinal, ainda não consegui assimilar as grandes mudanças da eletrônica.

Passar o cartão, guardar números de memória, a tal da senha e digitar... Tudo é um tanto complicado. Eu consigo fazer direitinho, se você me der um tempo.

Lembre: sou um idoso, hoje. Já fui jovem, fui ágil, preciso, produtivo.

Também fui impaciente. O tempo me ensinou a ter paciência comigo mesmo, pois já não consigo fazer tudo que desejaria. E com os outros que não conquistaram ainda a paciência.

A comunidade que despreza os seus idosos está longe do caminho da civilização. Mesmo que tecnologicamente apresente avanços surpreendentes, se não alcançou o respeito à vida humana, aos mais velhos, aos mais fracos, ainda necessita andar muito.

A mais elevada nação será aquela que souber amparar o mais fraco. Que estabelecer programas de atendimento especializado aos necessitados e primar pela atenção àqueles que se esforçaram para que as leis fossem implantadas, a economia direcionada e a felicidade florescesse nos corações da infância, da juventude e da madureza.

Redação do Momento Espírita. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3256&stat=

sábado, 10 de dezembro de 2011

Meditação

 

Reserva-te alguns minutos para a meditação antes de tomares atitudes, de assumires compromissos.
Os melhores conselhos que recebas são guias e não soluções.
Os teus problemas pertencem-te e a ti cabe solucioná-los.
Transferir responsabilidades para os outros é fugir ao dever.
Como não é justo que te acredites responsável por tudo, também não é correto que culpes os outros por todas as ocorrências infelizes que te alcancem.
Renovação moral é compromisso para já, e não para oportunamente.
Cada vez que postergas a ação dignificadora em favor de ti mesmo, as circunstâncias se tornam mais complexas e difíceis.
*
Em ti próprio estão as respostas para as interrogações que bailam em tua mente.
Aclimata-te ao silêncio interior e ouvirás com clareza as diretrizes para equacioná-las.
No dia-a-dia aprenderás a te encontrares, se o intentares sempre.
Um dia é valioso período de tempo, cheio de incidentes para serem resolvidos e rico de oportunidade para elevação pessoal.
Ganha cada momento, fazendo uma após a outra cada tarefa, e terminarás a jornada em paz.
Reflexiona, portanto, antes de agires, para que, arrependido, não venhas a meditar só depois.

Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 31. LEAL.

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Filhos

 

"Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais, no Senhor, porque isto é justo." - Paulo. (EFÉSIOS, 6:1.)
Se o direito é campo de elevação, aberto a todos os espíritos, o dever é zona de serviço peculiar a todos os seres da Criação.
Não somente os pais humanos estão cercados de obrigações, mas igualmente os filhos, que necessitam vigiar a si mesmos, com singular atenção.
Quase sempre a mocidade sofre de estranhável esquecimento. Estima criar rumos caprichosos, desdenhando sagradas experiências de quem a precedeu, no desdobramento das realizações terrestres, para voltar, mais tarde, em desânimo, ao ponto de partida, quando o sofrimento ou a madureza dos anos lhe restauram a compreensão.
Os filhos estão marcados por divinos deveres, junto daqueles aos quais foram confiados pelo Supremo Senhor, na senda humana.
É indispensável prestar obediência aos progenitores, dentro do espírito do Cristo, porque semelhante atitude é justa.
Se muitas vezes os pais se furtam à claridade do progresso espiritual, escolhendo o estacionamento em zonas inferiores, nem mesmo nas circunstâncias dessa ordem seria razoável relegá-los ao próprio infortúnio. Claro está que os filhos não devem descer ao sorvedouro da insensatez ou do crime por atender-lhes aos venenosos caprichos, mas encontrarão sempre o recurso adequado para retribuírem aos benfeitores os inestimáveis dons que lhes devem.
Não nos esqueçamos de que o filho descuidado, ocioso ou perverso é o pai inconsciente de amanhã e o homem inferior que não fruirá a felicidade doméstica.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 136. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Caridade Essencial

 

"E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o principio ouvistes; que andeis nele." - João. (II JOÃO, 6.)
Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.
Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.
A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.
Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.
Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o espírito de boa-vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.
Em razão disso, as menores manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.
Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos. Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente nEle para que Ele viva em nós. Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas, em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 14 edição. Capítulo 110. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996.

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domingo, 20 de novembro de 2011

Ingratidão

 

Dentre os muitos inimigos morais do homem, a ingratidão assoma, relevante, na condição de filha dileta do egoísmo, que se nutre com as vérminas do orgulho.
A ingratidão estabelece síndromas de distúrbios comportamentais, que degeneram, a curto ou longo prazo, em problemas de alienação mental.
Nos dias hodiernos, a ingratidão toma corpo com muita facilidade, tornando-se elemento normal nas relações sociais, em lamentável agressão aos postulados éticos, quando não se tenha em conta a moral evangélica.
Filhos ingratos e genitores desleixados dos seus deveres, irmãos insensatos e cônjuges levianos, amigos desassisados pululam nas avenidas do mundo moderno, envergando roupagens de alto custo ou andrajos de miséria, igualados na mesma indigência espiritual.
Abençoa a mão que um dia se distendeu, generosa, no teu rumo, socorrendo-te e amparando-te.
Mesmo que ela, por acaso, se haja convertido em instrumento que te oferta o fel da amargura, recorda-te de quando te abençoou com a dádiva sem preço da misericórdia e da compreensão em que te apoiaste.
Da mesma forma que não é meritório fazer o bem e aguardar retribuição, não é justificável que se mutile a generosidade com as lâminas da ingratidão, em quem espalhou benefício.
Há pessoas que se acreditam somente credoras de receber ajuda, supondo-se privilegiados ante a vida, empanturradas de empáfia, fingindo ignorar a própria fragilidade.
Sorriem ante os que lhes estimulam as paixões dissolventes, demorando-se como belas flores de estufa, de vida breve, a nutrir-se do clima em que se consumirão.
São gentis, enquanto se locupletam, no entanto, afastam-se amargas e maledicentes da presença generosa de quem lhes foi devotado...
Censuram o benfeitor mediante alegações mesquinhas, justificando, com acusações, a própria enfermidade.
Aqueles por quem ora se entusiasmam, serão abandonados amanhã, com o mesmo ardor, logo não lhes posam ser úteis ou atendê-las nas suas exigências.
Não as censures, nem lhes concedas as tuas preocupações aumentando as dores que te ferem a alma.
Ora por elas, envolvendo-as de ternura. Elas estão equivocadas e despertarão um dia.
Prossegue ajudando quem te cruze o caminho, sem a preocupação de reter ninguém no teu círculo de afetividade.
O cristão autêntico não se faz compreender, ainda hoje, porém compreende sempre.
Seus pés sangram continuamente, porque a vida que escolheu é lição de progresso e libertação.
Mantém, na mente e no coração, o sentimento de gratidão por quem te auxilie. Desde que é dever socorrer e perdoar o inimigo, é muito mais justo permanecer fiel ao benfeitor e ao amigo.
Ninguém consegue o topo da subida, sem o primeiro passo, tanto quanto jamais alguém penetrará no insondável das realidades divinas sem a bênção do conhecimento haurido através da singeleza do alfabeto.
Por melhor que ora te encontres, por maiores que sejam os sinais do teu aparente progresso material, ignoras o amanhã...
E mesmo que sigas em contínua ascensão econômica e social, o crescimento moral tem regime de urgência e em todos estes campos não poderás negar a gratidão a quem, na tua hora de aspereza, concedeu-te o primeiro impulso, ofereceu-te mão generosa para que continuasses.
Não apenas os adversários, os invejosos e os políticos-religiosos infelizes fizeram-se os crucificadores de Jesus.
Foram, também, os amigos ingratos, os beneficiários reticentes, os companheiros moralmente dúbios...
Judas, que aparentava amá-lO, deixou-se enredar nos problemas que o perturbavam e, ingrato, O entregou...
Pedro, que Lhe era devotado, porém invigilante, tombando nas malhas de cruéis perturbações espirituais obsessivas O negou...
...E outros tantos que desapareceram, não Lhe ofertando amor ou fidelidade, carinho ou gratidão.
Muitos haviam sido aqueles a quem Ele ajudou; iluminou-os com a verdade e libertou-os dos males de vária procedência que os afligiam.
Sê grato, sempre, em qualquer circunstância, principalmente quando o teu companheiro gentil, se te apresente turbado ou triste, enfermo ou solitário, porquanto nesta fase é que ele necessita de amizade e não nos momentos em que pode doar, oferecer-se e amparar.
A gratidão, nascida da seiva do amor, é estrela que assinala cada alma na marcha da evolução, deixando sinais luminosos pelo caminho.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Otimismo. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Editora LEAL.

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Previna-se

 

Equilibre sua justiça, subtraindo-lhe as inclinações para a vingança.
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Acautele-se com o seu desassombro, para não cair em temeridade.
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Analise sua firmeza, para que se não transforme em petrificação.
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Ilumine suas diretrizes, a fim de que se não convertam em despotismo.
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Examine sua habilidade, evitando-lhe a internação em velhacaria.
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Estude sua dor para que não seja revolta.
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Controle seus melindres, de modo que se não instalem na casa sinistra do ódio.
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Vele por sua franqueza, a fim de que a sua palavra não destile veneno.
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Vigie seu entusiasmo para que não constitua imponderação.
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Cultive seu zelo nobre, mas não faça dele uma cartilha escura de violência.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

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domingo, 6 de novembro de 2011

MENSAGEM SEMANAL

O Maior Mandamento

4 – Mas os fariseus, quando viram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, se ajuntaram em conselho. E um deles,que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhes disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração,e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Estes dois mandamentos contêm toda a lei e os profetas. (Mateus, XII: 34-40)
5 – Caridade e humildade, esta é a única via de salvação; egoísmo e orgulho, esta é a via da perdição. Esse princípio é formulado em termos precisos nestas palavras: “Amarás a Deus de toda a tua alma, e ao teu próximo como a ti mesmo; estes dois pensamentos contêm toda a lei e os profetas”. E para que não houvesse equívoco na interpretação do amor de Deus e do próximo, temos ainda: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás a teu próximo como a ti mesmo”, significando que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar ao próximo, nem amar ao próximo sem amar a Deus, porque tudo quanto se faz contra o próximo, é contra Deus que se faz. Não se podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se encontram resumidos nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.

sábado, 5 de novembro de 2011

Critério de Julgamento

 

Há uma tendência muito grande para o indivíduo supervalorizar ou desconsiderar as tarefas que executa.
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Por processo de auto-afirmação, um grande número de criaturas se crê a razão pela qual o Sol se movimenta nos espaços, superestimando-se, em prosaico processo de engrandecimento pessoal.
Não se dão conta de que todos possuem critérios de avaliação e de julgamento, derrapando no ridículo que poderiam evitar.
Tornam-se, assim, desagradáveis no trato e na convivência, evitados por uns e antipatizados por outros.
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Da mesma forma, encontramos larga faixa de pessoas que se subestimam e não concedem o valor que merecem às suas realizações.
Crêem-se incapazes para qualquer atividade e supõem-se dispensáveis em toda parte.
Pessimistas, por índole, fazem-se desestimulantes e arredios, caindo em frustrações desnecessárias.
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Dá o valor real aos teus atos.
Se poderias fazer melhor o que te parece imperfeito, logra-o da próxima vez.
Se consideras insignificante o teu feito, menor seria sem ele.
Se outros realizam com mais eficiência qualquer coisa, exercita-te e chegarás à mesma posição dele.
Todas as ações positivas são importantes no contexto geral da vida.
Até mesmo o erro tem o sentido de ensinar como se não deve fazer o que ora resulta prejudicial.
Esforça-te um pouco mais, quando estiveres produzindo algo, e, mediante o teu critério de julgamento, valoriza sem excesso nem depreciamento o que faças, pensando na finalidade para que se destina.

Divaldo P. Franco. Da obra: Episódios Diários. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 27. LEAL.

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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Revele-se

Nas lutas habituais, não exija a educação do companheiro. Demonstre a sua.



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Nas tarefas do bem, não aguarde colaboração. Colabore, por sua vez, antes de tudo.



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Nos trabalhos comuns, não clame pelo esforço alheio. Mostre sua boavontade.



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Nos serviços de compreensão, não peça para que seu vizinho suba até você. Aprenda a descer até ele e ajude-o.



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No desempenho dos deveres cristãos, não aguarde recursos externos para cumpri-los. O melhor patrimônio que você pode dar às boas obras é o seu próprio coração.



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No trato vulgar da vida, não espere que seu irmão revele qualidades excelentes. Expresse os dons elevados que você já possui.



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Em toda criatura terrestre, há luz e sombra. Destaque sua nobreza para que a nobreza do próximo venha ao seu encontro.



Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã. Ditado pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, RJ: FEB.





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domingo, 30 de outubro de 2011

GRANDEZAS




O Sol que nos garante a existência, no distrito do Universo em que estagiamos é, aproximadamente, um milhão e trezentas mil vezes maior que a nossa Terra, entretanto, com toda essa grandeza, não é capaz de cumprir a missão da vela na vastidão noturna, quando te dispões a socorrer um enfermo desamparado.

O antigo palácio do Louvre, em Paris, é um dos mais amplos do mundo, porquanto, a sua área cobre o espaço aproximado de duzentos mil metros quadrados, mas, apesar disso, não se desloca para desempenhar o papel do telheiro humilde em que abrigas os que jazem sem teto.

A catarata de Paulo Afonso, no Brasil, é das mais possantes do Planeta, com cerca de oitenta metros de altura e capacidade aproximada de dois milhões de cavalos-vapor, todavia, embora o imenso potencial de força em que se caracteriza, não te substitui a energia, quando sustentas uma criança doente, na concha dos braços, acalentando-lhe os dias.

A maior bacia hidrográfica do Orbe Terrestre é a Bacia Amazônica, com cerca de sete milhões de quilômetros quadrados, apresentando o Amazonas como sendo o seu rio soberano, contudo, apesar de sua glória fluvial não é capaz de estender o copo de água pura que sentes a alegria de ofertar ao sedento que te bate à porta.

Segundo é fácil de observar, há grandezas e grandezas, no entanto, a maior de todas é a do amor com que renovas e engrandeces a vida.

Com esse recurso sublime, coloca-te sobre a majestade das próprias estrelas, de vez que, em nome de Deus, consegues aproximar-te dos irmãos do caminho, com o poder de servir e compreender, abençoar e auxiliar.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Mentores e Seareiros, Médium: Francisco Cândido Xavier - Autores Diverso

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Apresentação teatral abre campanha da imortalidade





No próximo sábado (29), o Grupo de Teatro Espírita Bezerra de Menezes vai apresentar a peça “Morte, Portal Para a Vida”, às 10h, no passeio da Rua do Comércio com a Rua do Livramento, no Centro. O evento marca a abertura da campanha sócio-educativa sobre a imortalidade da alma, que, há três anos, vem sendo realizada pela Federação Espírita do Estado de Alagoas (Feeal), através da sua Coordenadoria de Comunicação Social e Cultura Espírita.

Objetivando amenizar a angustia daqueles que sofrem e lamentam a ausência de seus entes queridos, especialmente no período de Finados, a campanha “Morte, Portal Para a Vida” pretende construir uma nova mentalidade acerca da morte, reafirmando a continuidade da vida e a preservação dos laços afetivos para além desta existência.

Através das artes cênicas, da música e de palestras sobre o tema, a campanha terá duração de cinco dias, sendo encerrada no 02 de novembro, com a distribuição de mensagens edificantes na entrada dos sete cemitérios de Maceió. Até lá, haverá distribuição de mensagens Lições de Vida, em pontos estratégicos da cidade, além de estande de livros espíritas, no Campo Santo Parque das Flores, e novas apresentações teatrais para freqüentadores de casas espíritas.

Maiores informações pelos telefones (82) 9955-8441 e 8865-8417.


Yvette Maria Moura
Comunicação Social e Cultura Espírita- Feeal
MTb 490/AL - (82) 8865-8417 e 9955-8441
http://palavrademaria.blogspot.com

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ORAÇÃO DIANTE DO TEMPO




Senhor Jesus!

Diante do calendário que se renova, deixa que nos ajoelhemos para implorar-te compaixão.

Tu que Eras antes que fôssemos, que nos tutelastes, em nome do Criador, na noite insondável das origens, não desvies de nós Teu olhar, para que não venhamos a perder o adubo do sangue e das lágrimas, oriundos das civilizações que morreram sob o guante da violência!...

Determinaste que o Tempo, à feição de ministro silencioso de tua justiça, nos seguisse todos os passos...

E, com os séculos, carregamos o pedregulho da ilusão, dele extraindo o ouro da experiência.

Do berço para o túmulo e do túmulo para o berço, temos sido senhores e escravos, ricos e pobres, fidalgos e plebeus.

Entretanto, em todas as posições, temos vivido em fuga constante da verdade, à caça de triunfo e dominação para o nosso velho egoísmo.

Na governança, nutríamos a vaidade e a miséria.
Na subalternidade, alentávamos o desespero e a insubmissão.
Na fortuna, éramos orgulhosos e inúteis.
Na carência, vivíamos intemperantes e despeitados.
Administrando, alongávamos o crime.
Obedecendo, atendíamos à vingança.
Resistíamos a todos os teus apelos, em tenebrosos labirintos de opressão e delinqüência, quando vieste ensinar-nos o caminho libertador.
Não Te limitaste a crer na glória do Pai Celeste.
Estendeste-Lhe a incomparável bondade.
Não Te circunscreveste à fé que renova.
Abraçaste o amor que redime.
Não Te detiveste entre os eleitos da virtude.
Comungaste o ambiente das vítimas do mal, para reconduzi-las ao bem.
Não Te ilhaste na oração pura e simples.
Ofertaste mãos amigas às necessidades alheias.
Não Te isolaste, junto à dignidade venerável de Salomé, a venturosa mãe dos filhos de Zebedeu.
Acolheste a Madalena, possuída de sete gênios sombrios.
Não consideraste tão-somente a Bartimeu, o mendigo cego.
Consagraste generosa atenção a Zaqueu, o rico necessitado.
Não apenas aconselhaste a fraternidade aos semelhantes.
Praticaste-a com devotamento e carinho, da intimidade do lar ao sol meridiano da praça pública.
Não pregaste a doutrina do perdão e da renúncia exclusivamente para os outros.
Aceitaste a cruz do escárnio e da morte, com abnegação e humildade, a fim de que aprendêssemos a procurar contigo a divina ressurreição...

Entretanto, ainda hoje, decorridos quase vinte séculos sobre o teu sacrifício, não temos senão lágrimas de remorso e arrependimento para fecundar o Saara de nossos corações...

Em teu nome, discípulos infiéis que temos sido, espalhamos nuvens de discórdia e crueldade nos horizontes de toda a Terra! É por isso que o Tempo nos encontra hoje tão pobres e desventurados como ontem, por desleais ao teu Evangelho de Redenção.

Não nos deixeis, contudo, órfãos de tua bênção...

No oceano encapelado das provações que merecemos, a tempestade ruge em pavorosos açoites... Nosso mundo, Senhor, é uma embarcação que estala aos golpes rijos do vento. Entre as convulsões da procela que nos arrasta e o abismo que nos espreita, clamamos por teu socorro! E confiamos em que te levantarás luminoso e imaculado sobre a onda móvel e traiçoeira, aplacando a fúria dos elementos e exclamando para nós, como outrora disseste aos discípulos aterrados: – “Homens de pouca fé, porque duvidastes?”.



pelo Espírito Irmão X - Do livro: Cartas e Crônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

FORTALEZA




Foi no tempo em que a Águia romana dominava o mundo. Nas praias do Adriático viviam miseravelmente alguns barqueiros.
Eram homens rudes, assim transformados pela miséria em que viviam e o trabalho árduo que desempenhavam.
Certo dia, um homem se aproximou deles e lhes pediu um barco. Desejava atravessar o mar. Solicitou que preparassem víveres, prometendo bem recompensá-los.
Os barqueiros, conhecedores das manhas do mar, lhe disseram que impossível seria a travessia naquela tarde/noite, pois grande tempestade se aproximava.
O desconhecido tinha pressa. Insistiu. Afinal, ordenou. O som da sua voz atemorizou os homens que, intimidados, embarcaram, iniciando a longa travessia.
Caiu a noite. O vento começou a soprar e logo um grande temporal os envolveu.
Em meio às altas e revoltas ondas, a embarcação não parecia nada além de uma casquinha de noz.
Os barqueiros se mostravam atemorizados, insistindo nos remos, lutando contra as enormes vagas que ameaçavam a fragilidade do barco.
O desconhecido permanecia impassível, rente ao leme, envolto em seu manto, como se nada estivesse acontecendo.
Percebendo que o pavor se apoderava da tripulação, voltou-se para ela e falou com energia:
Estão com medo? Nada temam. César está a bordo!
Foi uma surpresa para todos. Conduziam Júlio César, o famoso conquistador.
Sentiram-se revigorados. A esperança lhes renasceu e com músculos de ferro passaram a remar intensamente.
Viviam longe das honrarias palacianas, mas sabiam que aquele imperador, em mais de uma ocasião, salvara centenas de soldados de situações perigosas.
Encorajaram-se e agiram. Verdade é que o perigo era o mesmo. Exteriormente, nada mudara. Os ventos continuavam a sibilar, agressivos, as ondas lambiam-lhes os corpos rijos, a embarcação ainda estava em perigo.
Mas saber que o poderoso romano estava com eles, que suas vidas estavam interligadas, fez-lhes renascer o alento.
Mais tarde, o vento cedeu, o mar acalmou-se e à noite terrível, sucedeu o dia.
* * *
Assim deveria ser nossa confiança em Deus. Ainda que tudo parecesse perdido, irremediável, permanecer com a certeza de que Ele segue conosco.
Não desanimar nunca. Não desertar da luta, recordando da admirável frase do Apóstolo Paulo de Tarso: Tudo posso naquele que me fortalece.
* * *
Mais de uma vez, a simples presença de um homem incentivou outros tantos a prosseguir na batalha.
Durante a guerra civil americana, o Presidente Lincoln visitou os soldados, nos campos, com o objetivo de lhes levar novo ânimo, porque as tropas estavam com a moral muito baixa e já lutavam sem vigor.
Se a presença de um homem, de um líder, de alguém amado tem a capacidade de operar tais prodígios, que não podemos aguardar da presença de Deus que se faz, em nós, todos os dias?
Redação do Momento Espírita com base no cap. César e o barqueiro,
do livro Lendas do céu e da Terra, de Malba Tahan, ed. Melhoramentos.
Em 27.11.2009.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

TELHA DE VIDRO



Nem sempre a vida segue o curso que se deseja, que se espera. Assim foi com Rachel.
Depois da morte de seus pais, ela, ainda bem moça, deixou a cidade em que nascera para morar na fazenda, com os tios que mal conhecia.
Moraria na casa que havia sido construída por seu bisavô, há muito tempo. Era uma casa muito antiga e a maior parte dos móveis eram peças pesadas e escuras que ali estavam há mais tempo do que as pessoas saberiam dizer.
Seus tios eram pessoas simples, acostumados com a vida que sempre viveram, desconfiados com tudo que pudesse alterar a rotina que lhes dava segurança.
A chegada de Rachel representou para eles um certo transtorno.
Onde ficaria instalada a menina?
Como não havia um cômodo mais apropriado, deram-lhe um quarto pequeno, que ficava no sótão.
Nem o tamanho reduzido, nem o cheiro de mofo incomodaram Rachel.
O que lhe entristecia naquele quartinho abafado era apenas o fato de não ter janelas.
Não se podia ver o sol, nem o céu, nem as árvores do quintal ou as flores do jardim.
A luz limitava-se a entrar timidamente pela porta. A falta de claridade naquele quartinho parecia encher ainda mais de tristeza o coração dolorido da moça.
Até que um dia, depois de muito ter chorado em silêncio, Rachel, decidida a voltar a sorrir, pediu que lhe trouxessem da cidade uma telha de vidro.
Um pouco desconfiados, seus tios acabaram cedendo. Daí, um milagre aconteceu.
Mesmo sem janelas o quarto de Rachel, antes tão sombrio, passou a ser a peça mais alegre da fazenda.
Tão claro que, ao meio-dia, aparecia uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos que, só a partir de então, conheceram a luz do dia.
A lua branda e fria também se mostrava, às vezes, pelo clarão da telha milagrosa. E algumas estrelas audaciosas arriscaram surgir no espelho onde a moça se penteava.
O quartinho que era feio e sem vida, fazendo os dias de Rachel cinzentos, frios, sem luar e sem clarão, agora estava tão diferente...
Passou a ser cheio de claridade, luzes e brilho. Rachel voltou a sorrir.
Toda essa mudança só porque um dia ela, insatisfeita com a própria tristeza, decidiu colocar uma telha de vidro no telhado daquela casa antiga, trazendo para dentro da sua vida a luz e a alegria que faltavam.
* * *
Muitas vezes, presos a hábitos antigos e em situações consolidadas, deixamos de lado verdades que nos fazem felizes.
Deixamos que a ausência de janelas em nossa vida escureça nossas perspectivas, enchendo de sombras o nosso sorriso e o nosso cotidiano.
Vamos nos acomodando, aceitando estruturas que sempre foram assim e que ninguém pensou em alterar, ou que não se atreveu a tanto.
Mudanças e reformas são necessárias e sadias.
Nem todas dão certo ou surtem o efeito que desejaríamos, porém, cabe-nos avaliar a realidade em que nos encontramos e traçar metas para buscar as melhorias pretendidas.
Não podemos esquecer, porém, que em busca de nossos sonhos de felicidade não devemos simplesmente passar por cima do direito dos outros.
Nesse particular, cabe-nos lembrar a orientação sempre segura de Jesus, que devemos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem.
Redação do Momento Espírita, com base no
poema Telha de vidro, de Rachel de Queiroz.
Em 10.08.2009.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

DEUS QUER




... Deus não quer o meu progresso porquanto os meus caminhos estão interditados!

... Deus não quer a minha felicidade, já que tudo quanto me diz respeito resulta em insucesso.

... Deus não quer o meu bem-estar, porque somente sofrimentos me chegam!

... Deus não quer a minha paz, já que a luta jamais me abandona!

... Deus não quer o meu amor, pois que apenas a amargura se me faz companheira!

Estas e outras exclamações caracterizam a visão incorreta que a criatura tem em relação a Deus, especialmente quando está afetada pela revolta ou pela insatisfação.

No entanto, Deus quer o teu progresso; não aquele que se assenta na desonra e no vício;

Deus quer a tua felicidade; não, porém, feita de ilusão e de triunfo mentiroso, que logo passam;

Deus quer o teu bem-estar; todavia, na estrutura de uma vida íntima saudável, que resulta de uma depuração moral necessária;

Deus quer a tua paz legítima, após acalmados os anseios do coração e regularizados os débitos da consciência;

Deus quer o teu amor, superadas as sombras dos conflitos e as instabilidades da tua emoção.

Triunfo no mundo, é gozo que passa.

Triunfo com Deus, é harmonia que permanece.

Deus quer o melhor para ti, e, porque ainda não sabes elegê-lo, proporciona-te os meios para consegui-lo em definitivo, sem margem de o perder.


pelo Espírito Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=200.

domingo, 2 de outubro de 2011

O Servo Feliz

 

Certo dia, chegaram ao Céu um Marechal, um Filósofo, um Político e um Lavrador.
Um Emissário Divino recebeu-os, em elevada esfera, a fim de ouvi-los.
O Marechal aproximou-se, reverente, e falou:
- Mensageiro do Comando Supremo, venho da Terra distante. Conquistei muitas medalhas de mérito, venci numerosos inimigos, recebi várias homenagens em monumentos que me honram o nome.
- Que deseja em troca de seus grandes serviços? - indagou o Enviado.
- Quero entrar no Céu.
O Anjo respondeu sem vacilar:
- Por enquanto, não pode receber a dádiva. Soldados e adversários, mulheres e crianças chamam-no insistentemente da Terra. Verifique o que alegam de sua passagem pelo mundo e volte mais tarde.
O Filósofo acercou-se do preposto divino e pediu:
- Anjo do Criador Eterno, venho do acanhado círculo dos homens. Dei às criaturas muita matéria de pensamento. Fui laureado por academias diversas. Meu retrato figura na galeria dos dicionários terrestres.
- Que pretende pelo que fez? - perguntou o Emissário.
- Quero entrar no Céu.
- Por agora, porém - respondeu o mensageiro sem titubear -, não lhe cabe a concessão. Muitas mentes estão trabalhando com as idéias que você deixou no mundo e reclamam-lhe a presença, de modo a saberem separar-lhe os caprichos pessoais da inspiração sublime. Regresse ao velho posto, solucione seus problemas e torne oportunamente.
O Político tomou a palavra e acentuou:
- Ministro do Todo-Poderoso, fui administrador dos interesses públicos. Assinei várias leis que influenciaram meu tempo. Meu nome figura em muitos documentos oficiais.
- Que pede em compensação? - perguntou o Missionário do Alto.
- Quero entrar no Céu.
O Enviado, no entanto, respondeu, firme:
- Por enquanto, não pode ser atendido. O povo mantém opiniões divergentes a seu respeito. Inúmeras pessoas pronunciam-lhe o nome com amargura e esses clamores chegam até aqui. Retorne ao seu gabinete, atenda às questões que lhe interessam a paz Íntima e volte depois.
Aproximou-se, então, o Lavrador e falou, humilde:
- Mensageiro de Nosso Pai, fui cultivador da terra... plantei o milho, o arroz, a batata e o feijão. Ninguém me conhece, mas eu tive a glória de conhecer as bênçãos de Deus e recebê-las, nos raios do Sol, na chuva benfeitora, no chão abençoado, nas sementes, nas flores, nos frutos, no amor e na ternura de meus filhinhos...
O Anjo sorriu e disse:
- Que prêmio deseja?
O Lavrador pediu, chorando de emoção:
- Se Nosso Pai permitir, desejaria voltar ao campo e continuar trabalhando. Tenho saudades da contemplação dos milagres de cada dia... A luz surgindo no firmamento em horas certas, a flor desabrochando por si mesma, o pão a multiplicar-se!... Se puder, plantarei o solo novamente para ver a grandeza divina a revelar-se no grão, transformado em dadivosa espiga... Não aspiro a outra felicidade senão a de prosseguir aprendendo, semeando, louvando e servindo!...
O Mensageiro Espiritual abraçou-o e exclamou, chorando igualmente, de júbilo:
- Venha comigo! O Senhor deseja vê-lo e ouvi-lo, porque diante do Trono Celestial apenas comparece quem procura trabalhar e servir sem recompensa.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. Capítulo 5. FEB.

* * * Estude Kardec * * *