sábado, 30 de abril de 2011

DORES EXCESSIVAS

 

 

JOANNA DE ÂNGELIS

Reclamas o peso do fardo moral sobre os teus ombros frágeis, olvidando-te de que Deus não sobrecarrega a ninguém em demasia. Sempre confere os sofrimentos necessários de acordo com as resistências de que cada qual dispõe.

Identificas dificuldades onde se manifestam oportunidades de crescimento interior, porque te encontras fatigado pelos testemunhos constantes, esquecendo-te de que a árvore cresce silenciosamente embora tombe com grande ruído.

Acreditas-te vítima de ocorrências desgastantes e contínuas, quando, em
realidade, representam condições para o teu avanço ritual'>espiritual, desde que te candidataste ao empreendimento iluminativo.

Certamente, permanecer fiel ao dever, quando outros o abandonam, ou manter-se confiante nos momentos em que as circunstâncias apresentam-se menos favoráveis, constituem um
esforço muito significativo. Entretanto, mede-se o caráter de uma pessoa pelos valores dignificantes que o exornam.

O
indivíduo comum, que prefere avançar perdido na massa, na futilidade, desempenhando o papel do imediatista e aproveitador, não enfrenta esse tipo de desafios, nada obstante, experimenta outros conflitos perturbadores, porque ninguém se encontra na Terra em caráter de exceção, como quem realiza uma agradável jornada ao país da fantasia.

Aquele que se ilude com a
existência terrena igualmente desperta, cedo ou tarde, sendo convocado aos enfrentamentos do processo da evolução.

Desse modo, acumula experiências liberta
doras através dos aparentes insucessos e dos contínuos tributos de luta e de compreensão à existência corporal.

Para onde olhes defrontarás intérminas batalhas pela sobrevivência, pela afirmação dos valores mais nobres, mesmo que nas rudes refregas do
instinto em crescimento para a razão.

Nos reinos vegetal e ani
mal, o predador está sempre seguindo sua vítima, que adquire mecanismos de salvação, adaptando-se ao meio ambiente, mudando de forma, ocultando-se.

Embora a vitória da herança atávica para a preservação da vida, sucum
bem ante o ser humano, cuja inteligência é aplicada à conquista de instrumentos que lhes superam as habilidades, vencendo-os de contínuo.

Apesar disso, aqueles que sobrevivem mantêm prodigiosamente o
milagre da vida em operosidade.

O vendaval ameaça a árvore altaneira, que se dobra para deixá-lo passar, ou sofre-lhe o açoite destrui
dor, reerguendo-se depois e prosseguindo vitoriosa no mister que lhe foi estabelecido.

O barro submete-se ao o
leiro, aceita o aquecimento exagerado e mantém a forma que lhe foi conferida.

O solo é sulcado e sacudido de todos os lados, a fim de proporcionar a germinação das sementes.

Os metais derretem-se, de modo a receberem novas expressões que darão beleza ao mundo.

Tudo é renovação contínua, que decorre dos impositivos da
evolução.

Se perguntares o que sofre a semente no seio abafado da
terra, a fim de que possa libertar a vida que nela jaz adormecida, e se ela pudesse, responderia que o medo, a angústia e a opressão fazem parte de todas as suas horas até o momento em que as vergônteas recebem a luz do Sol e atingem o objetivo a que se destinam.

Se indagares ao triunfa
dor como lhe foi possível alcançar o pódio da vitória, ele te narrará inúmeros sofrimentos que nunca experimentaste, mas que foram superados com alegria, considerando a meta para onde dirige os passos.

Se inquirisses o Sol como pode manter a corte de astros à sua volta, e ele dispusesse de meios de explicar-te, contestaria que transforma a sua massa em
energia constante, gastando a média de quatrocentos e vinte milhões de toneladas por segundo.

Em toda p
arte o esforço enfrenta a luta, que se impõe como necessidade de transformações e de progresso.

Quem se nega ao
esforço permanece na paralisia, e aquele que foge à batalha de crescimento, asfixia-se na inutilidade.

Não te aflijas, portanto, pelos enfrentamentos necessários, jamais superestimando as ocorrências que te parecem afligentes.

Sempre existirá alguém mais sobrecarregado do que tu. Porque não se queixa e não lhe conheces o fadário, tens a impressão de que as tuas são
dores únicas e mais volumosas do que as de todos.

Há muitos corações crucificados que desfilam pelos t
eus caminhos e ignoras completamente o que lhes acontece.

Este, no qual te encontras, é um mundo de
provas e expiações, portanto, hospital de almas, oficina de reparos, escola de aperfeiçoamento.

É
natural que isso ocorra, porquanto será graças a esses fenômenos, nem sempre agradáveis, que alcançarás as estrelas.

Quem poderia imaginar que o Rei Solar tivesse de sofrer tanto, a fim de a
firmar o Seu amor por nós?

Se Ele, que é todo
amor e misericórdia, pureza e perdão, aceitou de boamente os testemunhos pavorosos para nos demonstrar a Sua grandeza, qual será a quota reservada a cada Espírito que transita na retaguarda a fim de conseguir o seu triunfo durante o seu processo de enriquecimento?

Não reclames, pois, nem te consideres abandonado pela sorte.

Colhes hoje o que semeaste há muito tempo.

Faculta-te agora uma semeadura diferente em relação ao futuro, de maneira que te libertes das
dores excruciantes deste momento, auferindo alegrias e bênçãos jamais imaginadas.

Aquieta, desse modo, as objurgações infelizes, o coração intranqüilo, superando o pessimismo e a amargura, e poderás enxergar melhor os acontecimentos que te envolvem, graças aos quais alcançarás a
plenitude.

Assim, não te permitas autocomiseração, nem
conflito perverso de qualquer natureza, entregando-te a Jesus e nEle confiando de forma irrestrita e terminante, pois que Ele cuidará de ti.

A tua atual
existência está programada para o êxito. Não mais tombarás nas sombras de onde procedes, se insistires por banhar-te com a clara luminosidade do amor de Deus.

Reflexiona melhor e com mais maturidade, de maneira que constatarás
alegrias e bem-estar pelo teu caminho, nada obstante algumas dificuldades naturais que todos devem enfrentar.

Alegra-te por seres incompreendido, por estares no campo de
elevação entre dissabores, porque a compensação divina é sempre o resultado do grau de esforço desenvolvido pelo ser humano durante a trajetória de elevação.

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