segunda-feira, 31 de maio de 2010
EM CASA
Ninguém foge à lei da reencarnação.
Ontem, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.
Hoje, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.
Ontem, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício.
Hoje, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.
Ontem, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia, os exemplos menos felizes.
Hoje, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho problema, o cálice amargo da redenção.
Ontem, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.
Hoje, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.
Ontem, abandonamos a companheira inexperiente, à mingua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência.
Hoje, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos permanência no curso infatigável da tolerância.
Ontem, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhe o espírito, a punhaladas de ingratidão.
Hoje, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, afim de aprender a plantar carinho e fidelidade.
À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faz o melhor que possas.
Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para, os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam.
A humildade é chave de nossa libertação.
E sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa, nos, alicerces invisíveis da luta em casa.
EMMANUEL
domingo, 30 de maio de 2010
A LÍNGUA
Não obstante pequena e leve, a língua é, indubitavelmente, um dos fatores determinantes no destino das criaturas.
Ponderada - favorece o juízo.
Leviana - descortina a imprudência.
Alegre - espalha otimismo.
Triste - semeia desânimo.
Generosa - abre caminho à elevação.
Maledicente - cava despenhadeiros.
Gentil - provoca reconhecimento.
Atrevida - traz a perturbação.
Serena - produz calma.
Fervorosa - impõe a confiança.
Descrente - invoca a frieza.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Preces e Mensagens Espirituais.
Ditado pelo Espírito André Luiz
sexta-feira, 28 de maio de 2010
BEM-AVENTURADOS...OS AFLITOS
Autor
Emmanuel
Emmanuel
Problema intrincado.
Muitos companheiros disseram isso, no impedimento que te aborrece.
No entanto, o Sublime Orientador te situou, à frente dele, para que lhe descubras a solução.
Serviço impraticável.
Outros proclamaram semelhante afirmativa, referindo-se ao encargo que te pesa nos ombros.
O Senhor, porém, te chamou a executá-lo, ciente da tua capacidade e da tua força.
Tentação invencível.
Vozes diferentes formularam a mesma observação, na crise interior que escalda o pensamento.
Todavia, o Eterno Amigo te permite experimentá-la para que lhe extingas o magnetismo calamitoso.
Parente difícil.
Opinião idêntica foi lançada por afeiçoados diversos, diante do coração querido que te incomoda no lar.
Entretanto, o Excelso Benfeitor te colocou na equipe doméstica, a fim de que o ampares, na provação que lhe agrava a existência.
Companheiro obsediado.
Conceituação análoga está sendo mantida por muita gente, perante o amigo que te propele a constantes desgostos.
O Mentor Infalível, contudo, te envolveu na luta, que desgasta o companheiro em perturbação, para que lhe sustentes a reabilitação.
Todas as dificuldades no mundo, sejam grandes inquietações ou dissabores pequenos, constituem lição e trabalho simultâneos a que nos convida o Divino Semeador, para que se intensifiquem na Terra a seara da libertação de todos os valores do espírito.
Bem aventurados os aflitos - disse Jesus.
Os aflitos bem aventurados, porém, não são simplesmente aqueles que choram e sofrem, deitando críticas e queixumes, e sim aqueles que recebem as tribulações e dores transitórias da vida, por benditas e honrosas oportunidades de servir, com o Cristo de Deus, agindo com bondade operosa e paciência incansável na vitória do bem.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
ONDE HOUVER ÓDIO...
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Incrível é o poder que tem o antiamor, essa hidra a que chamamos ódio.
Começando por desnutrir e desmantelar o cerne do seu portador, segue, mundo afora, espargindo seus miasmas e se multiplicando no seio de muitas vidas, tornando amarga a vivência.
O indivíduo odiento, relativamente aos que o rodeiam, é alguém que se acha encharcado pelo mesmo ódio que destila.
É alguém que odeia a si mesmo, e que, por isso adoece.
Assim, se desejamos erradicar o ódio do mundo, o primeiro lugar onde devemos tratá-lo, atendê-lo, é dentro de nós mesmos.
Todas as ações odientas que vemos gritando pelo mundo, fazendo vítimas, causando dor e revolta, têm seu início no íntimo enfermo do ser humano.
É o auto-ódio que precisa ser tratado.
O ódio contra si mesmo é a maior tragédia da mente humana.
O perfeccionismo exagerado, que penaliza seu portador, quando não alcança os resultados almejados, é manifestação de auto-ódio.
Os insucessos devem ser estímulo para acertar numa próxima vez e nunca razão de autoflagelo ou decepção profunda consigo mesmo.
Quem se odeia avança para o fim sem cerimônia, seja o fim da saúde, da alegria, do sossego ou o fim da família, dos amigos, da vida, ao cabo de tudo.
Adere aos vícios de difícil erradicação, justificando não poder abandoná-los, escusando-se de fazer mínimos esforços para isso.
O ser que se detesta, imprime em tudo o que faz o selo da negatividade, complicando o que poderia ser simples.
Assim, é preciso parar tudo e cultivar o seu oposto: o autoamor.
Quando Francisco de Assis apresenta a proposta do Onde houver ódio, que eu leve o amor, ele não se refere apenas ao ódio de fora, exterior.
Sabia muito bem, quando se colocou como instrumento da paz que os maiores inimigos do homem estão em sua intimidade.
Desta forma, amar a si mesmo é salvar o mundo.
O amor a si mesmo faz com que desejemos aprender para sermos úteis; faz com que trabalhemos para progredir.
O amor a si mesmo está no perdão concedido, que evita que carreguemos os dejetos prejudiciais da mágoa, do rancor, no coração.
O amor a si mesmo está em preservarmo-nos dos vícios, dos excessos.
Está em cuidar do corpo, sem exageros, e cuidar também da alma, dos pensamentos; do que lemos, assistimos, conversamos.
O amor a si mesmo está longe de ser esta paixão doentia, representada muito bem pela figura mítica de Narciso, que o impediu de pensar em qualquer outra coisa além de sua própria imagem.
É um amor maduro, que faz com que saibamos quem somos, que conheçamos nosso potencial, nosso valor; que saibamos de nossas imperfeições, mas que não nos deixemos assustar ou paralisar por elas; que nos demos novas chances, com alegria, tendo sempre em mente que nosso destino, como Espíritos imortais, será sempre a felicidade.
Redação do Momento Espírita.
Em 26.05.2010.
Incrível é o poder que tem o antiamor, essa hidra a que chamamos ódio.
Começando por desnutrir e desmantelar o cerne do seu portador, segue, mundo afora, espargindo seus miasmas e se multiplicando no seio de muitas vidas, tornando amarga a vivência.
O indivíduo odiento, relativamente aos que o rodeiam, é alguém que se acha encharcado pelo mesmo ódio que destila.
É alguém que odeia a si mesmo, e que, por isso adoece.
Assim, se desejamos erradicar o ódio do mundo, o primeiro lugar onde devemos tratá-lo, atendê-lo, é dentro de nós mesmos.
Todas as ações odientas que vemos gritando pelo mundo, fazendo vítimas, causando dor e revolta, têm seu início no íntimo enfermo do ser humano.
É o auto-ódio que precisa ser tratado.
O ódio contra si mesmo é a maior tragédia da mente humana.
O perfeccionismo exagerado, que penaliza seu portador, quando não alcança os resultados almejados, é manifestação de auto-ódio.
Os insucessos devem ser estímulo para acertar numa próxima vez e nunca razão de autoflagelo ou decepção profunda consigo mesmo.
Quem se odeia avança para o fim sem cerimônia, seja o fim da saúde, da alegria, do sossego ou o fim da família, dos amigos, da vida, ao cabo de tudo.
Adere aos vícios de difícil erradicação, justificando não poder abandoná-los, escusando-se de fazer mínimos esforços para isso.
O ser que se detesta, imprime em tudo o que faz o selo da negatividade, complicando o que poderia ser simples.
Assim, é preciso parar tudo e cultivar o seu oposto: o autoamor.
Quando Francisco de Assis apresenta a proposta do Onde houver ódio, que eu leve o amor, ele não se refere apenas ao ódio de fora, exterior.
Sabia muito bem, quando se colocou como instrumento da paz que os maiores inimigos do homem estão em sua intimidade.
Desta forma, amar a si mesmo é salvar o mundo.
O amor a si mesmo faz com que desejemos aprender para sermos úteis; faz com que trabalhemos para progredir.
O amor a si mesmo está no perdão concedido, que evita que carreguemos os dejetos prejudiciais da mágoa, do rancor, no coração.
O amor a si mesmo está em preservarmo-nos dos vícios, dos excessos.
Está em cuidar do corpo, sem exageros, e cuidar também da alma, dos pensamentos; do que lemos, assistimos, conversamos.
O amor a si mesmo está longe de ser esta paixão doentia, representada muito bem pela figura mítica de Narciso, que o impediu de pensar em qualquer outra coisa além de sua própria imagem.
É um amor maduro, que faz com que saibamos quem somos, que conheçamos nosso potencial, nosso valor; que saibamos de nossas imperfeições, mas que não nos deixemos assustar ou paralisar por elas; que nos demos novas chances, com alegria, tendo sempre em mente que nosso destino, como Espíritos imortais, será sempre a felicidade.
Redação do Momento Espírita.
Em 26.05.2010.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
SORRISO II
Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.
Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade.
Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança.
No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.
No mundo, é chamamento de simpatia.
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.
Não te roga o desesperado a solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.
Não te perturbem as criaturas que se arrojam aos precipícios da violência e do crime. Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem.
Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre.
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.
Livro: Sentinelas da Alma. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.
Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade.
Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança.
No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.
No mundo, é chamamento de simpatia.
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.
Não te roga o desesperado a solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.
Não te perturbem as criaturas que se arrojam aos precipícios da violência e do crime. Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem.
Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre.
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.
Livro: Sentinelas da Alma. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Cada Manhã
Emmanuel
Cada manhã, volves ao corpo que te suporta a intemperança e recebes a bênção do sol que te convida ao trabalho, a palavra do amigo que te induz à esperança, o apoio constante da Natureza, o reencontro com os desafetos para que aprendas a convertê-los em laços de beleza e harmonia e, sobretudo, a graça de lutar por teu próprio aprimoramento, a fim de que o tempo te erga à vitória do Bem.
Desencorajar leve impulso do Bem é o mesmo que sufocar a semente que, divina e multiplicada, será, no caminho, a base de nosso pão.
Chora, mas constrói o melhor ao teu alcance.
Sofre, mas adianta-te no caminho.
Todos somos parcelas de imensa legião de trabalhadores em nome do Cristo, com o dever de cooperar incessantemente para que a harmonia e a felicidade se ergam na Terra, a benefício de todas as criaturas.
Ainda sim, no contexto geral das atividades, às vezes de sacrifício a que somos chamados, é indispensável compreender que podes e deves conquistar a tua própria paz, e que a tua própria paz depende, exclusivamente, de ti.
Entretanto, existe a âncora que resiste a todas as ventanias da adversidade. Resguardando-te nessa defesa, não há desequilíbrio que te arraste fora do lugar e do dever que te competem.
Apega-te essa âncora e não temas, porque essa amarra bendita ao alcance de todos é, claramente, Jesus Cristo.
Por mais sofras, guarda a fé em Deus e segue adiante, no caminho que a vida te deu a trilhar.
A própria Natureza é um livro de confiança na Providência Divina.
(Do livro "Caminho Iluminado", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)
Cada manhã, volves ao corpo que te suporta a intemperança e recebes a bênção do sol que te convida ao trabalho, a palavra do amigo que te induz à esperança, o apoio constante da Natureza, o reencontro com os desafetos para que aprendas a convertê-los em laços de beleza e harmonia e, sobretudo, a graça de lutar por teu próprio aprimoramento, a fim de que o tempo te erga à vitória do Bem.
Desencorajar leve impulso do Bem é o mesmo que sufocar a semente que, divina e multiplicada, será, no caminho, a base de nosso pão.
Chora, mas constrói o melhor ao teu alcance.
Sofre, mas adianta-te no caminho.
Todos somos parcelas de imensa legião de trabalhadores em nome do Cristo, com o dever de cooperar incessantemente para que a harmonia e a felicidade se ergam na Terra, a benefício de todas as criaturas.
Ainda sim, no contexto geral das atividades, às vezes de sacrifício a que somos chamados, é indispensável compreender que podes e deves conquistar a tua própria paz, e que a tua própria paz depende, exclusivamente, de ti.
Entretanto, existe a âncora que resiste a todas as ventanias da adversidade. Resguardando-te nessa defesa, não há desequilíbrio que te arraste fora do lugar e do dever que te competem.
Apega-te essa âncora e não temas, porque essa amarra bendita ao alcance de todos é, claramente, Jesus Cristo.
Por mais sofras, guarda a fé em Deus e segue adiante, no caminho que a vida te deu a trilhar.
A própria Natureza é um livro de confiança na Providência Divina.
(Do livro "Caminho Iluminado", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)
segunda-feira, 24 de maio de 2010
A LUZ DA PAZ
E andei pelo mundo, procurando a luz da paz.
Fui à Grécia, admirando o Partenon e lugares outros em que pontificaram sábios da antiguidade; dirigi-me a Roma, onde me acomodei nas escadas do Coliseu, refletindo nos cristãos perseguidos;
Viajei a Índia, onde partilhei as orações dos crentes que se banhavam nas águas do Ganges, em Benarés;
Segui para o Egito, maravilhando-me à frente das Pirâmides que imortalizam a pompa dos faraós;
Transitei pelas ruas de Meca e orei com os muçulmanos, entre as recordações do iluminado profeta do Islã;
Busquei Paris e conheci a Torre Eiffel, orgulho da França;
Visitei o Palácio de Versalhes, moradia de reis e fidalgos ilustres; encaminhei-me para Londres, encantando-me ali com a severa nobreza do Castelo da Torre;
Na Espanha, conheci o Escurial, nos arredores de Madri, cheguei a Granada e entrei no castelo do rei Broabdil que encerrou, naquele País, o domínio dos Árabes e voltei-me a Barcelona, onde admirei a fortaleza de Monjnich;
Apreciei a riqueza artística dos Jerôninos e usufrui as amenidades de Sintra, em Portugal;
Fui à Nova York onde expressei o meu respeito pela inteligência humana, diante dos arranha-céus que lhe assinalam a grandeza;
Caminhei através de todas as grandes cidades das Três Américas, mas não encontrei a luz da paz.
Saudoso do lar regressei a nossa casa em Vila Nova Conceição, em São Paulo.
Era noite e minha mãe lia o Evangelho. Abracei-a emocionado e li o texto exposto. Era a parábola do Bom Samaritano.
As palavras falavam em letras que me ficaram na memória:
- “Então, um doutor da lei, perguntou abeirando-se do Divino Mestre”:
- Senhor, que deverei fazer para possuir a vida eterna?
O Cristo sorriu e considerou:
- O que está escrito na Lei, o que lês nela?
O homem acentuou:
- Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, com as tuas forças de espírito e ao teu próximo como a ti mesmo.
Entretanto o Doutor da lei ainda inquiriu pra o tentar:
- Senhor, e quem é o meu próximo?
Jesus, explicou, usando brandura e paciência:
- Um homem que se dirigia de Jerusalém para Jericó saiu em poder dos salteadores que o despojaram, cobriam-no de ferimentos, deixaram-no semimorto.
Um sacerdote, que passou perto da vitima, estugou o passo e seguiu para frente, negando-lhe atenção.
Logo após, um levita passou pelo mesmo lugar, mas não se interessou pelo ferido, seguindo adiante.
Mas um samaritano, que viajava, comoveu-se ao ver o homem caído, desceu do animal e, aproximando-se do desconhecido, dirigiu-lhe palavras de conforto, balsamizou-lhe as feridas e colocando-o sobre o animal, levou-o à hospedaria onde lhe ofereceu abrigo e segurança.
Jesus fez a pequena pausa e interrogou:
- A seu ver, qual dos três era o próximo do infeliz?
O doutor respondeu:
- Aquele que usou de misericórdia para com ele.
Num gesto simples, o Cristo lhe observou:
- Então, vai e faze tu o mesmo.”
Chegados ao término da leitura, um telefone tilintou.
Minha mãe foi atender e compreendi para logo o que se passava.
Uma senhora jazia em estado grave e a amiga que suscitara a chamada pelo fio comunicou que o doente pedia o socorro de uma prece.
Minha mãe não teve duvidas.
Chamando o Papai Raul e dando-lhe ciência do problema, ambos, logo após, tomaram o carro na direção indicada.
Segui junto deles e pude ver a doente que se aproximava da agonia
Minha mãe e outras senhoras pediram a Misericórdia de Deus para a enferma e, embora se afastassem, entendi que o meu dever era permanecer ali na tarefa do auxilio.
Junto de Benfeitores que ali se mantinham, trabalhei todo à noite no aposento simples.
O dia amanheceu com melhoras positivas para a doente e, conquanto me sentisse cansado, reconheci que uma alegria diferente me nascia no coração.
Chorando de felicidade, reconhecia, por fim, que eu, que me decidira a transitar pela terra, procurando o dom sublime, encontrara-o ali, no gesto de minha mãe ao lado de meu pai Raul, compreendendo que o amor ao próximo que Jesus nos legou, sentido e praticado devidamente, é a única força que realmente nos concede a luz da paz por dentro do coração.
pelo Espírito Augusto Cezar - Do livro: Presença de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.
O PENSAMENTO
O que se pensa sempre responde pelo clima emocional onde se vive. Mede-se, pois, a psicosfera de alguém pela incidência freqüente do seu pensamento, no que elege.
A inteireza moral é uma defesa para qualquer tipo de agressão, difícil de atingida;
a conduta digna irradia forças contrárias às investidas perniciosas;
o hábito da prece e da mentalização edificante aureola o ser de força repelente que dilui as energias de baixo teor vibratório;
a prática do bem fortalece os centros vitais do perispírito que rechaça, mediante a exteriorização de suas moléculas, qualquer petardo portador de carga danosa;
o conhecimento das leis da Vida reveste o homem de paz, levando-o a pensar nas questões superiores sem campo de sintonia para com as ondas carregadas de paixão e vulgaridade.
pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, Do livro: Loucura e Obsessão, Médium: Divaldo Pereira Franco.
sábado, 22 de maio de 2010
A DISCRIÇÃO
Sê amigo conveniente, sabendo conduzir-te com discrição e nobreza junto àqueles que te elegem a amizade.
A discrição é tesouro pouco preservado nas amizades terrenas, normalmente substituída pela insensatez, pela leviandade.
Todas as pessoas gostam de companhias nobres e discretas, que inspiram confiança, favorecendo a tranqüilidade.
Ouve, vê, acompanha e conversa com nobreza, sendo fiel à confiança que em ti depositem.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
PAZ E TRABALHO
Livro: PazEmmanuel & Francisco Cândido Xavier
Na atualidade do mundo, é possível também exerças expressivo papel em algum drama familiar.
Observa, porém, que não te encontras a sós. Em torno de ti, outras provações se desenrolam, quase sempre, com características mais dolorosas do que as tuas.
As tribulações daqueles que carregam enfermidades irreversíveis; os grupos domésticos involuntariamente envolvidos em questões de delinqüência; os pais que se responsabilizam por filhos doentes, cujo raciocínio se apaga, gradativamente, nos sanatórios; os filhos que perderam os pais nas cinzas da morte, e que, muitas vezes, passam do sofrimento ao clima do ódio por bagatelas de herança; as equipes familiares que se reconhecem desafiadas por violentos processos de obsessão; a tragédia de muitos amigos que abandonaram a fé e se despenham no suicídio; as mulheres desprotegidas com filhos pequeninos no colo e os grupos inumeráveis de crianças desorientadas, que se localizam na rebeldia e nos hábitos infelizes, preparando o amanhã de inquietação que as espera.
Se te encontras na condição de peça na engrenagem de hoje, a que se acolhem tantas criaturas aflitas, não te entregues ao luxo do desânimo, e sim, trabalha, servindo sempre.
É preciso aprender a suportar os revezes do mundo, sem perder a própria segurança.
Chora, mas constrói o melhor ao teu alcance.
Sofre, mas adianta-te no caminho.
Não pares na estrada, a fim de lamentar o passado ou acalentar amarguras vencidas.
Todos somos parcelas de imensa legião de trabalhadores em nome do Cristo, com o dever de cooperar incessantemente para que a harmonia e a felicidade se ergam na Terra, a benefício de todas as criaturas.
Ainda assim, no contexto geral das atividades, às vezes de sacrifício, a que somos chamados, é indispensável compreender que podes e deves conquistar a tua própria paz, e que a tua própria paz depende, exclusivamente, de ti.
LINHAS DA EVOLUÇÃO
Livro: Glossário Espírita-Cristão
Marco Prisco & Divaldo P. Franco
"Caridade e humildade, tal a senda única da salvação." (Alan Kardec. E.S.E. Cap.XV. Item 5.)
Observando os companheiros a quem você deseja ajudar, seja breve na exposição e demorado no socorro.
Sem o suor do exemplo, os mais belos comentários perdem a legitimidade.
Utilize-se do poço do caminho, sem lhe tisnar a limpidez das águas. Mais tarde você poderá necessitar dele novamente.
Seu vestuário desvela para os outros suas íntimas inclinações. Use a roupa, sem a ela escravizar-se.
Mantenha a higiene de seu corpo para preservar a saúde. No entanto, viver excessivamente preocupado com a limpeza é sintoma de desequilíbrio.
Cobiçando o melhor de cada dia, viva cada minuto nobremente, como se fosse o último a que você tivesse direito. O depois começa agora.
Pare para refletir, não obstante sabendo refletir para não parar. Quem avança, sem estacionar, pára sem forças para avançar.
Planifique, antes de agir, e demonstrará respeito pelo serviço. Evite, porém, planificar assoberbado de preocupações, pois que assim você jamais realizará algo.
Se você acredita em felicidade vivendo a sós, disponha-se para inquietantes aflições. A gota de orvalho no deserto reflete a glória de longínqua estrela, mas não dá vitalidade à terra onde se aquieta e consome, sem ajudar.
Em todas as conjunturas de sua vida, recorde-se da caridade, primeiro, e da humildade, logo depois.
"Caridade e humildade, tal a senda única da salvação."
quinta-feira, 20 de maio de 2010
FOFOCAGEM...
Livro: Ponto de Encontro
Jair Presente & Francisco Cândido Xavier
O Centro da Caridade
Prosseguia eficiente.
Muito serviço prestado,
Atraindo muita gente.
A médium da direção
Era Emília Sabugosa;
Trabalhava com prazer,
Missionária generosa.
Fosse qual fosse o problema
De doutrina ou de família,
Na hora do justo acerto,
Chamava-se Dona Emília.
Certa noite, veio a médium,
Discretamente a chorar...
Todo o grupo fez silêncio,
Respeitando-lhe o pesar.
Em afastado recanto,
Amiga atenta lhe fala,
Era Dona Conceição;
Procurando confortá-la.
- "Emília, que tem você?"
Pergunta-lhe Conceição;
Em pranto reponde a médium:
- "Não sei viver sem Janjão!..."
Conceição nada mais disse.
Chocada, tomou assento;
O esposo de Dona Emília
Chamava-se Antônio Bento.
Quem era aquele Janjão?
Algum amante escondido?
Aquele choro da médium
Não encontrava sentido...
Começou a fofocagem...
Conceição falou com Joana,
Joana falou com Jandira,
Jandira com Tatiana.
Tatiana, impressionada,
Transmitiu tudo ao marido
E, o marido em confidência,
Falou da ocorrência a muitos,
Mostrando-se confundido...
O clima fez-se de brasa,
Quase todos os amigos
Abandonaram a casa.
Com ofício ou sem ofício,
Exigiram demissão,
Retirou-se, compungida,
Até Dona Conceição.
No Centro da Caridade,
Sempre cheio e luzidio,
Pregava-se, agora, às moscas,
No salão triste e vazio...
Inteirando-se do caso,
Convidou muitos amigos,
A fim de falar a todos
Do estranho acontecimento.
Noite marcada, vieram
Adolescentes e adultos,
Muitas jovens enfeitadas,
Senhoras e amigos cultos.
No momento do discurso
Para a justa explicação
A médium desapontada
Ergue-se e mostrou Janjão;
Era um cachorro doente,
Seu fila de estimação.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
VARANDO SOMBRAS
Empeços, lutas, problemas, limitações, críticas...
Deixemos a mágoa de lado e sigamos em frente, trabalhando e compreendendo sempre.
Os que não desejam avançar, tentarão prejudicar-nos a caminhada.
Os que não querem servir, buscarão envolver-nos no desânimo.
Os que não acreditam no bem, assumirão atitudes estranhas contra nós.
Mas não recuemos.
O nosso compromisso é com a própria consciência.
Varemos as sombras como archote da fé operosa.
No serviço do Evangelho, ninguém se encontra sozinho.
Forças divinas suplementam as nossas forças e vozes tutelares inspiram os nossos passos.
Haveremos de triunfar.
A obra pertence ao Cristo de Deus e nada deterá a sua marcha vitoriosa.
pelo Espírito Batuira - do livro: Brilhe Vossa Luz - Francisco Cândido Xavier/Carlos A. Baccelli - Espíritos Diversos.
terça-feira, 18 de maio de 2010
CHEFIA E SUBALTERNIDADE
Livro: Sinal Verde - 16André Luiz & Francisco Cândido Xavier
Não olvidar que o chefe é aquela pessoa que se responsabiliza pelo trabalho da equipe.
A melhor maneira de reverenciar a quem dirige, será sempre a execução fiel das próprias obrigações.
Quem administra efetivamente precisa da colaboração de quem obedece, mas se quem obedece necessita prestar atenção e respeito a quem administra, quem administra necessita exercer bondade e compreensão para quem obedece, a fim de que a máquina do trabalho funcione com segurança.
Orientar é devotar-se.
Aquele que realmente ensina é aquele que mais estuda.
Um chefe não tem obrigação de revelar ao subordinado os problemas que lhe preocupam o cérebro, tanto quanto o subordinado não tem o dever de revelar ao chefe os problemas que porventura carregue no coração.
CARIDADE
Autor:
Chico Xavier (médium)
José Silvério Horta (espírito
Filhos, em verdade, outra virtude não existe mais bela.
Todos os dons da vida, emoldurando-a, empalidecem como os lumes terrenos quando o sol aparece vitorioso.
Desde a antiguidade, a ciência e a filosofia erigem à própria exaltação gloriosos monumentos que se transformam em cinza, a fim de que elas mesmas se renovem.
Em todos os tempos, a autoridade e o poder fazem guerra que esbarram no sepulcro, entre sombra e lamentação.
Só a Caridade, filha do Amor Celeste, é invariável.
Com ela, desceu Nosso Senhor Jesus Cristo à treva humana e, abraçando os fracos e enfermos, os vencidos e desprezados, levantou os alicerces do Reino de Deus que as Forças do Bem na Terra ainda estão construindo.
Vinde, pois, à Seara do Evangelho, trazendo no coração a piedade fraternal que tudo compreende e tudo perdoa!...
Acendamos a flama da caridade quando orarmos!
Em nossas casas de socorro espiritual, achamo-nos cercados por todos os tipos de sofrimento, enquanto nos devotamos à prece...que decorrem de tristes almas desencarnadas a carregarem consigo as escuras raízes de ilusão e delinqüência, com que se prendem à retaguarda...
São as filas atormentadas daqueles que traficaram com o altar, que venderam a consciência nos tribunais da justiça, que mercadejaram com os títulos respeitáveis, que menosprezaram a benção do lar, que tripudiaram sobre o amor puro, que fizeram do corpo físico uma porta à viciação, que se renderam às sugestões das trevas alimentando-se de vingança, que fizeram da violência cartilha habitual de conduta, que acreditaram na força sobre o direito, que se desmandaram no crime, que sepultaram a mente em pântanos de usura e que se abandonaram, inermes, à ociosidade, à perturbação, à perversidade e à morte moral...
Para todos esses corações encarcerados na sombra expiatória, é indispensável saibamos trazer, em nome do Cristo, a chama do sacrossanto amor que ilumina e salva, esclarece e aprimora...
Inegavelmente, enquanto na carne, não conseguis analisar a extensão das consciências em desequilíbrio que se nos abeiram das preces, como sedentos em torno à fonte...
Viveis, provisoriamente, a condição do manancial incapaz de saber quão longo é o caminho da própria corrente na regeneração do deserto.
Cabe-nos, assim, o mais amplo esforço para que a caridade persista em nossos pensamentos, palavras e ações, porquanto é imprescindível avivá-la também quando agimos.
No círculo doméstico e na vida pública, tanto quanto em todos os domínios de vossa atuação nas lides terrestres, sois igualmente defrontados pelos companheiros em desajuste que, como nos acontece a todos, anseiam por reerguimento e restauração.
Guardemos caridade para com todos aqueles que nos rodeiam...Para com os felizes que não sabem medir a própria ventura e para com os infortunados que não podem ainda compreender o valor da provação que os vergasta, para com jovens e velhos, crianças e doentes, amigos e adversários!...
Cultivemo-la em toda parte...Caridade que saiba renunciar a favor de outrem, que se cale ajudando em silêncio, e que se humilhe, sobretudo, a fim de que o desespero não domine os corações que pretendemos amar...
Todos na Terra suspiram pelo melhor.
A mulher que vedes, excessivamente adornada, muita vez traz o coração chagado de angústia.
O homem que surge, assinalado pela riqueza terrestre, quase sempre é portador de um vulcão no crânio entontecido.
A juventude espera orientação, a velhice pede amparo.
Onde estiverdes, não condeneis!
O lodo da miséria nasce no charco da ignorância em cujos laços viscosos a leviandade ainda se enleia.
Nós, porém, que já conhecemos a lição do Senhor, aquinhoados que fomos por sua benção, podemos abreviar o caminho para a grande libertação, desde que a caridade brilhe conosco, dissipando a sombra e lenindo o sofrimento.
É assim que vos concitamos à mais intensa procura do Cristo para que o Cristo esteja em nós, de vez que somente no Espírito Divino de Jesus é que conseguiremos vencer a dominação das trevas, estendendo no mundo o império silencioso da caridade, por vitoriosa luz do Céu.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
NECESSÁRIO ACORDAR
Livro: Pão NossoEmmanuel & Francisco Cândido Xavier
"Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá". - Paulo. (Efésios, 5:14).
Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus. Alguns encontram obscuridades nos textos, outros perseveram nas questiúnculas literárias. Inquietam-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-se na Terra.
Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores.
Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretam-nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento. O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender.
A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho.
Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes. Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão dos acontecimentos, enceguecidas, dormente e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoa, a fim de que o Cristo se esclareça.
"Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá". - Paulo. (Efésios, 5:14).
Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus. Alguns encontram obscuridades nos textos, outros perseveram nas questiúnculas literárias. Inquietam-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-se na Terra.
Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores.
Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretam-nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento. O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender.
A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina. Faz-se indispensável examinar-se, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho.
Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes. Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão dos acontecimentos, enceguecidas, dormente e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoa, a fim de que o Cristo se esclareça.
domingo, 16 de maio de 2010
CURSO DE PASSE
PENSE NISSO...
Se você considerasse as provações e as desvantagens do ofensor...
Se experimentasse na própria pele o processo obsessivo do companheiro caído em tentação...
Se você carregasse a sombra da ignorância, tanto quanto aquele que erra...
Se sofresse a dificuldade do amigo que lhe não pode atender aos desejos...
Se estivesse doente qual a pessoa que procura ser agradável sem conseguí-lo...
Se você fosse uma das criaturas, cuja segurança depende do seu bom humor...
Se conhecesse todas as necessidades de quem precisa de sua cooperação...
Se percebesse em si mesmo o esgotamento daquele que serviu até o extremo cansaço e agora já não lhe pode ser útil...
Se meditasse nas consequências de sua irritação ou de sua cólera...
Se você refletisse na caridade da paz e da alegria, em favor dos outros, que lhe capitalizará, cada vez mais, a própria felicidade, certamente que você nunca perderia a paciência e saberia trazer no coração e nos lábios a boa palavra e o sorriso fraterno por bênçãos incessantes de Deus.
pelo Espírito André Luiz - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.
sábado, 15 de maio de 2010
CARIDADE, A META
Livro: VigilânciaJoanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
Guarda, na mente, que a caridade em teus atos deve ser a luz que vence a sombra.
Enquanto não compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem a realiza, ligando o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da virtude por excelência.
Poderás repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o sentimento da amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a essência da caridade.
Repartirás tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não ofertares compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.
Atenderás aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não adicionares ao gesto a gentileza fraternal, estarás apenas desincumbindo-te de um mister de pequena monta.
Ofertarás o pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras de bondade, não alcançaste o sentido real da caridade.
Distribuirás haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não obstante, sem o calor do teu envolvimento emocional em relação a eles, não atingiste o fulcro da virtude superior.
A caridade é algo maior do que o simples ato de dar.
Certamente, a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe sofre a falta. Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que o amor se faça presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na ação beneficente.
A caridade material preenche os espaços abertos pela miséria sócio-econômica, visíveis em toda parte.
Além deles, há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que renteiam contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto:
A indulgência, em relação aos ingratos e agressivos; a compaixão, diante dos presunçosos e perversos; a tolerância, em favor dos ofensores; a humildade, quando desafiado ao duelo da insensatez; a piedade, dirigida ao opressor e déspota; a oração intercessória, pelo adversário; a paciência enobrecida, face às provocações e à irritabilidade dos outros; a educação, que rompe as algemas da estupidez e da maldade que se agasalham nas furnas da ignorância gerando a delinqüência e a loucura. . .
A caridade moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.
Exercendo-a, recorda também da caridade em relação a ti mesmo.
Jesus, convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as modalidades da caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais perfeito que se conhece, tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do mal, através da ação do amor.
Caridade, pois, eis a meta.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
A ALEGRIA
Livro: Rosângela Rosângela & J. Raul Teixeira
A alegria começa no indivíduo, no momento em que ele se põe ansioso por propiciar felicidade aos outros.
Não se pode esquecer que, na memorável quão iluminativa expressão do Santo de Assis, é no ato de ofertar que o homem recebe, indubitavelmente.
Entretanto, o conceito de oferenda toma nova forma com Jesus e com a mensagem do Seu Evangelho, de vez que na doação de elementos passageiros, ajuntam-se as energias, as vibrações indestrutíveis oferecidas pela alma, na externalização do júbilo espiritual.
No pão que sacia a fome, quanto no amplexo que aproxima, eis a alegria.
Na dose de remédio como na vestimenta que agasalha, temos a alegria.
No carinho com que se cativa ou firmeza com que se orienta e corrige, vemos a alegria.
Alegria é franca exposição do amor de Deus, que se apresenta por meio dos filhos que se dispõem à oferta de si mesmos, como alguém que anela por ser como o óleo na lanterna que clareará o porvir, ou como o fermento de bênçãos a levedar a massa dos corações, na estrada da vida.
Você que afirma estar em busca de amor, engaje-se nele e doe alegria.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
INCOMPREENSÕES
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
Não reclames do filho aquilo que ele ainda não te pode dar.
Ele é filho do Criador, quanto nós mesmos. Ninguém se faz amado através da exigência.
Dá tudo! aqueles que desejamos ajudar ou salvar nem sempre conseguem compreender, de pronto, o sentido de nossas palavras, mas podem ser inclina-dos ou arrastados à renovação por nossos atos e exemplos.
Em muitas ocasiões, na Terra, somos esquecidos e humilhados por aqueles a quem nos devotamos, mas, se soubermos perseverar na abnegação, acendemos no próprio espírito o abençoado lume com que clareamos a estrada, além do sepulcro!...
* * * * *
Tudo passa no mundo... Os gritos da mocidade menos construtiva transformam-se em música de meditação na velhice!
Ampara teu filho que é também teu irmão na Eternidade, mas não te proponhas escravizá-lo ao teu modo de ser!
Monstruosa seria a árvore que se pusesse a devorar o próprio fruto; condenável seria a fonte que tragasse as próprias águas!
Os que amam, sustentam a vida e nela transitam como heróis, mas os que desejam ser amados não passam muitas vezes de tiranos cruéis...
* * * * *
Levanta-te! Ainda não sorvestes todo o cálice. Além disso, Jesus espera por ti...
Os que lhe batem à porta, consternados e desiludidos, são teus familiares igualmente... Esses velhos abandonados que te procuram tiveram também pais que os adoravam e filhos que lhes dilaceraram o coração...
Esses doentes que apelam para a tua capacidade de auxiliar conheceram, de perto a meninice e a graça, a beleza e a juventude!...
* * * * *
Tuas dores, não são únicas. E o sofrimento é a forja purificadora, onde iras perder o peso das paixões inferiores, a fim de te alçar à vida mais alta... Quase sempre é na câmara escura da adversidade que percebe-mos os raios da Inspiração Divina, porque a saciedade terrestre costuma anestesiar-nos o espírito...
Procura teu filho, com a lâmpada acesa do amor, nos filhos alheios, e o Senhor abençoarte-a, convertendo-te a amargura em paz do coração... Ergue-te e aguarda de pé a luta dentro da qual reeducarás aqueles que mais amas...
Não te rendas ao sopro frio do infortúnio, nem creias no poder do cansaço...
Que seria de nós se Jesus, entediado de nossos erros, se entregasse à fadiga inútil?
Ainda que o corpo se recolha às transformações da morte, mantém-te firme na fé e no otimismo... O túmulo é a penetração na luz de novo dia para quantos lhe atravessam a noite com a visão da esperança e do trabalho.
Não aguardes por agora, senão renúncia e sacrifício... Jesus até hoje não foi compreendido, mesmo por muitos que se dizem seus seguidores.
Auxilia, perdoa e espera!... As vitórias supremas do espírito brilham além da carne.
Ele é filho do Criador, quanto nós mesmos. Ninguém se faz amado através da exigência.
Dá tudo! aqueles que desejamos ajudar ou salvar nem sempre conseguem compreender, de pronto, o sentido de nossas palavras, mas podem ser inclina-dos ou arrastados à renovação por nossos atos e exemplos.
Em muitas ocasiões, na Terra, somos esquecidos e humilhados por aqueles a quem nos devotamos, mas, se soubermos perseverar na abnegação, acendemos no próprio espírito o abençoado lume com que clareamos a estrada, além do sepulcro!...
* * * * *
Tudo passa no mundo... Os gritos da mocidade menos construtiva transformam-se em música de meditação na velhice!
Ampara teu filho que é também teu irmão na Eternidade, mas não te proponhas escravizá-lo ao teu modo de ser!
Monstruosa seria a árvore que se pusesse a devorar o próprio fruto; condenável seria a fonte que tragasse as próprias águas!
Os que amam, sustentam a vida e nela transitam como heróis, mas os que desejam ser amados não passam muitas vezes de tiranos cruéis...
* * * * *
Levanta-te! Ainda não sorvestes todo o cálice. Além disso, Jesus espera por ti...
Os que lhe batem à porta, consternados e desiludidos, são teus familiares igualmente... Esses velhos abandonados que te procuram tiveram também pais que os adoravam e filhos que lhes dilaceraram o coração...
Esses doentes que apelam para a tua capacidade de auxiliar conheceram, de perto a meninice e a graça, a beleza e a juventude!...
* * * * *
Tuas dores, não são únicas. E o sofrimento é a forja purificadora, onde iras perder o peso das paixões inferiores, a fim de te alçar à vida mais alta... Quase sempre é na câmara escura da adversidade que percebe-mos os raios da Inspiração Divina, porque a saciedade terrestre costuma anestesiar-nos o espírito...
Procura teu filho, com a lâmpada acesa do amor, nos filhos alheios, e o Senhor abençoarte-a, convertendo-te a amargura em paz do coração... Ergue-te e aguarda de pé a luta dentro da qual reeducarás aqueles que mais amas...
Não te rendas ao sopro frio do infortúnio, nem creias no poder do cansaço...
Que seria de nós se Jesus, entediado de nossos erros, se entregasse à fadiga inútil?
Ainda que o corpo se recolha às transformações da morte, mantém-te firme na fé e no otimismo... O túmulo é a penetração na luz de novo dia para quantos lhe atravessam a noite com a visão da esperança e do trabalho.
Não aguardes por agora, senão renúncia e sacrifício... Jesus até hoje não foi compreendido, mesmo por muitos que se dizem seus seguidores.
Auxilia, perdoa e espera!... As vitórias supremas do espírito brilham além da carne.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
SIMPATIA
Livro: Plantão da PazEmmanuel & Francisco Cândido Xavier
Auxilia o pântano e receberás a terra fecunda.
Purifica a fonte poluída e recolherás a água potável.
Seleciona o barro escuro e encontrarás a argila precisa em teu vaso.
Ampara hoje a sementeira frágil e terás a colheita feliz de amanhã; Lavra a pedra e terás valiosas utilidades.
Aperfeiçoa a madeira bruta e exibirás preciosas peças de beleza e aprimoramento.
Não desprezes o cascalho contundente e nele, muitas vezes, identificarás a existência do ouro.
Assim também não fujas à dor, porque a dor bem aproveitada é nobre instrumento, através do qual verte para nós outros a corrente dos recursos espirituais.
Se desejas realização e vitória, dons e talentos no campo da própria vida, não te esqueças da necessidade de simpatia.
Auxilia a todos, busca entender tudo e tudo respeitar, e, com o tempo, perceberás que todos virão ao teu encontro, estendendo-te amparo e compreensão para que subas livremente à grandeza da Vida Maior.
CONVITE À PERSEVERANÇA
"...Mas quem perseverar até o
fim, esse será salvo."
(Mateus: 10-22).
fim, esse será salvo."
(Mateus: 10-22).
Não asseveres: "é-me impossível fazer!"
Nem redargas: "Não consigo!"
Nunca informes: "sei que é totalmente inútil aceitar."
Nem retruques: "é maior do que as minhas forças."
Para aquele que crê, o impossível é tarefa que somente demora um pouco para ser realizada, já que o possível se pode realizar imediatamente.
Instado a ajudar não te permitas condições, especialmente se fruis o tesouro da possibilidade.
Fácil ser delicado sem esforço, ser amigo sem sacrifício, ser cristão sem auto-doação...
Perseverança nos objetivos elevados, com oferenda de amor, é materialização de fé superior.
Para que seja atuante, a fé deve nutrir-se do poder dos esforços caldeados para as finalidades que parecem inatingíveis.
Todos podem iniciar ministérios...
Tarefas começantes produzem entusiasmos exaltados.
Mede-se, porém, o verdadeiro cristão e, particularmente, o espírita pelo investimento que coloca na bolsa de valores imortalistas a render juros de paz...
Unge-se, portanto, de fé e deixa que resplandeça a tua fidelidade ao lado de quem padece.
Não fosse o sofrimento, ninguém suplicaria socorro.
Não fosse a angústia ninguém se encorajaria a romper os tecidos da alma para exibir exulcerações...
Ninguém se compraz carregando demorada canga, não obstante, confiando em alívio, lenitivo...
Nas cogitações que te cheguem ao plano da razão, interroga como gostarias que fizessem contigo se foras o outro, o sofredor, o necessitado que ora te roga ajuda.
Assim, envolve-te na lã do "Cordeiro de Deus" e persevera ajudando.
Não somente dando o que te sobra mas aquela doação maior que te parece difícil, a quase impossível...
A perseverança dar-te-á paz e plenitude. Insiste na sua execução.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Convites da Vida.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
5a edição. Salvador, BA: LEAL, 1991.
SANTUÁRIO INTERIOR
Só existe, na vida, em verdade, uma edificação que resiste à ventania implacável das horas - aquela em que nossa alma recolhe da argila humana a experiência necessária para erguer em si mesma o templo da humildade e do amor...
Na procura da felicidade e da paz, todos somos viajantes do mundo, caminhando sobre as cinzas de nossos ídolos mortos.
Construímos palácios de ouro de que nos retiramos desencantados e abraçamos paixões que nos calcinam os sonhos, a fogo de aflição.
Seguimos para diante, entre flores que morrem, luzes que se apagam, cânticos que emudecem...
Só existe, na vida, em verdade, uma edificação que resiste à ventania implacável das horas – aquela em que nossa alma recolhe da argila humana a experiência necessária para erguer em si mesma o templo da humildade e do amor.
Santuário feito de suor e de lágrimas, nele rendemos culto incessante à compreensão e à fraternidade, por facultar-nos mais amplo entendimento da Bondade de Deus.
Nele, por vezes, agoniada solidão nos aflige, entretanto, é aí dentro que conseguimos silêncio bastante para ouvir os apelos do Alto que nos conclamam à Luz Espiritual, através da renunciação no bem dos outros.
E, quase sempre a fim de erigi-lo, no coração e na consciência, é imprescindível padecer provas e dores que nos aproximem da vida.
Alcançando-o, porém, respiramos na antecâmara da Vida Mais Alta, porque aí, nesse recanto indevassável fala o Mestre e ouve o aprendiz, assimilando, por fim, a lição que o integrará na posse do Céu em si mesmo para sempre.
(Do livro "Visão Nova", pelo Espírito AGAR, Francisco Cândido Xavier, Autores Diversos)
ANJOS GUARDIÃES
Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.
Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.
São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.
Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.
*
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.
Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.
* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.
terça-feira, 11 de maio de 2010
REFORMA ÍNTIMA
Espíritos que somos, fomos todos criados “simples e ignorantes, isto é, sem saber”,3 devendo, através das múltiplas chances encarnatórias, conhecer a verdade e palmilhar a estrada da evolução rumo à perfeição, o que nos proporcionará “a pura e eterna felicidade”, 4 que é nossa destinação.
Jesus, há mais de dois mil anos, ensinou-nos o Mandamento do Amor, base indispensável para qualquer melhoria individual e coletiva. A seguir, com as importantes parábolas, Ele nos exemplificou quais atitudes devemos ou não tomar. E, como roteiro seguro, receita para essa escalada luminosa rumo ao progresso, legou-nos as Bem-aventuranças, verdadeiro “coração” do Sermão da Montanha: aí, nessas pérolas inigualáveis de sabedoria e doçura, encontramos, em maravilhosa simplicidade, os recursos íntimos que devemos desenvolver em nós a fim de capacitar-nos para pensar, sentir e agir no bem.
Mais tarde, em pleno século XIX, a Doutrina Espírita veio, com a permissão de Deus e sob a orientação do Cristo, recordar-nos seus ensinos, enfatizando a necessidade de que os sigamos para sermos realmente felizes, o que é o anseio de toda a Humanidade.
Assim, com esclarecimentos detalhados, é-nos sinalizada, como imprescindível, a nossa reforma íntima, único meio de alcançarmos nossas metas de júbilo e pureza. Aliás, Jesus já nos animava a encetar essa reconstrução interior, ao afirmar: “Vós sois a luz do mundo. 5 Vós sois o sal da terra”.6
E nós, como estamos? Apesar de todas essas informações, de todos esses avisos,muitos de nós ainda estamos claudicantes nesse mister, às vezes até caminhando invigilantes, descuidados, esquecendo que, embora o progresso seja uma lei divina, nós somos seres inteligentes: “o princípio inteligente do Universo”,7capazes de alcançar patamares evolutivos superiores, mais ou menos rapidamente, conforme o uso que façamos de nosso livre-arbítrio.
Por que é tão difícil praticarmos com autenticidade a Lei de Amor? Para algumas pessoas, a palavra “amor” encerra tanta grandeza, tanta sensação de incomensurável, que não raro se sentem esmagadas” e incompetentes ante esse peso, praticamente desistindo dessa inadiável empreitada.
Todos nós precisamos entender que “reformar”significa “novamente dar forma a alguma coisa”,“modificá-la para melhor”, e, porque não, “retocá-la”, “embelezá-la”... É higienizarmos nosso interior, sanando-o de miasmas pestilenciais, eliminando sombras persistentes, as quais, desavisadamente, permitimos que nos invadissem, e que insistem em querer ocultar a luz da verdade que irá nos libertar.
Um bom amigo nosso (Milton Menezes), em suas explanações em tarefas espíritas, costuma alertar a seus ouvintes de que, se não nos achamos aptos ainda a cultivar o amor incondicional, devemos dedicar-nos corajosa e persistentemente a semear e cultivar os “filhotes do amor” (respeito, paciência, tolerância, humildade, simplicidade etc.).
Desse modo, embora enfrentando numerosas dificuldades individuais, iremos paulatinamente eliminando erros e edificando virtudes, as quais nos levarão ao Amor Incondicional, semelhante ao de Jesus. Por conseguinte, ouçamos a voz de Jesus em nós, e, com perseverança, anulemos conscientemente os adornos enganosos do Homem Velho, que nos cerceiam a evolução, e dediquemo-nos a esculpir em nós mesmos o Homem Novo, tornado-nos Cidadãos do Universo, dignos filhos amados de nosso Pai.
Não tenhamos dúvida de que, então, estaremos transformando a Terra realmente num mundo azul, belo e evangelizado. Recordemos as palavras judiciosas do Dalai Lama: Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior.
.1Latim: “Sempre ascendendo”.
2ROMANELLI, Rubens C. Primado do espírito,
3. ed. Belo Horizonte: Ed. Síntesi, 1965. Tópico III – Temas Filosóficos: Evolução, p. 55.
3KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Q. 115.
4Idem, ibidem.
5MATEUS, 5:14. Bíblia sagrada (CD-ROM). Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1996.
6MATEUS, 5:13. Idem.
7KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Q. 23.
8Disponível em:
AJUDE SEMPRE...
Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a fazer lume.
Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se.
No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme os calhaus em obras úteis.
Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa, com o silêncio.
Não adote a incerteza, perante as situações difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa.
Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o com bondade.
Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-lhe adubo.
Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante.
Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra.
É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado.
***
Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se.
No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme os calhaus em obras úteis.
Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa, com o silêncio.
Não adote a incerteza, perante as situações difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa.
Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o com bondade.
Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-lhe adubo.
Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante.
Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra.
É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado.
***
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
QUEM AMA
Quem ama nada exige.
Perdoa sem traçar condições.
Sabe sacrificar-se pela felicidade alheia.
Renuncia com alegria ao que mais deseja.
Não espera reconhecimento.
Serve sem cansaço.
Apaga-se para que outros brilhem.
Silencia as aflições, ocultando as próprias lágrimas.
Retribui o mal com o bem.
É sempre o mesmo em qualquer situação.
Vive para ser útil aos semelhantes.
Agradece a cruz que leva sobre os ombros.
Fala esclarecendo e ouve compreendendo.
Crê na Verdade e procura ser justo.
Quem ama, qual o samaritano anônimo da parábola do Mestre, levanta os caídos da estrada, balsamiza-lhes as chagas, abraça-os fraternalmente e segue adiante...
* * *
Xavier, Francisco Cândido; Baccelli, Carlos A.. Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Alexandre de Jesus.
4a edição. Araras, SP: IDE, 1987.
Perdoa sem traçar condições.
Sabe sacrificar-se pela felicidade alheia.
Renuncia com alegria ao que mais deseja.
Não espera reconhecimento.
Serve sem cansaço.
Apaga-se para que outros brilhem.
Silencia as aflições, ocultando as próprias lágrimas.
Retribui o mal com o bem.
É sempre o mesmo em qualquer situação.
Vive para ser útil aos semelhantes.
Agradece a cruz que leva sobre os ombros.
Fala esclarecendo e ouve compreendendo.
Crê na Verdade e procura ser justo.
Quem ama, qual o samaritano anônimo da parábola do Mestre, levanta os caídos da estrada, balsamiza-lhes as chagas, abraça-os fraternalmente e segue adiante...
* * *
Xavier, Francisco Cândido; Baccelli, Carlos A.. Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Alexandre de Jesus.
4a edição. Araras, SP: IDE, 1987.
MEDIUNIDADE NO TEMPO DE JESUS
Paulo da Silva Neto Sobrinho
“Se alguém julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um mandamento do Senhor nas coisas que estou escrevendo para vocês” (PAULO, aos coríntios).
Introdução
A mediunidade é uma faculdade humana que consiste na sintonia espiritual entre dois seres. Normalmente, a usamos para designar a influência de um Espírito desencarnado sobre um encarnado, entretanto, julgamos que, acima de tudo, por se tratar de uma aquisição do Espírito imortal, pouco importa a situação em que se encontram esses dois seres, para que se processe a ligação espiritual entre eles.
É comum que ataques ao Espiritismo ocorram por conta desse “dom”, como se ele viesse a acontecer exclusivamente em nosso meio. Ledo engano, pois, conforme já o dissemos, é uma faculdade humana, e assim sendo, todos a possuem, variando apenas quanto ao seu grau.
Os detratores querem, por todos os meios, fazer com que as pessoas acreditem que isso é coisa nova, mas podemos provar que a mediunidade não é coisa nova e que até mesmo Jesus dela pode nos dar notícias. É o que veremos a seguir.
A mediunidade e Jesus
Quando Jesus recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu está próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenômeno, que o Mestre estava falando mesmo era da faculdade mediúnica. Entretanto, por conta dos tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico. Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.
O evangelista Mateus narra o seguinte:
“Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles. Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações. Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer. Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”. (10,16-20).
A primeira observação que faremos é que por ter tentado a Eva, dizem que a serpente seria o próprio satanás, entretanto, isso fica estranho, porquanto o próprio Jesus nos recomenda sermos prudentes como as serpentes. Esse fato demonstra que tal associação é apenas fruto do dogmatismo que só produz o fanatismo religioso.
Essa fala de Jesus é inequívoca quanto ao fenômeno mediúnico: “não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês”, e arremata: “Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”. A tentativa de esconder o fenômeno fica por conta da expressão “o Espírito do Pai”, quando a realidade é “um Espírito do Pai” a mudança do artigo indefinido para o artigo definido tem como objetivo principal desvirtuar a fenomenologia em primeiro plano e em segundo, mais um ajuste de texto bíblico para apoiar a trindade divina copiada dos povos pagãos.
O filósofo e teólogo Carlos Torres Pastorino abordando a questão da mudança do artigo, diz:
“...Novamente sem artigo. Repisamos: a língua grega não possuía artigos indefinidos. Quando a palavra era determinada, empregava-se o artigo definido ‘ho, he, to’. Quando era indeterminada (caso em que nós empregamos o artigo indefinido), o grego deixava a palavra sem artigo. Então quando não aparece em grego o artigo, temos que colocar, em português, o artigo indefinido: UM espírito santo, e nunca traduzir com o definido: O espírito santo”. (Sabedoria do Evangelho, volume 1, pág 43).
Se sustentarmos a expressão “o Espírito do Pai” teremos forçosamente que admitir que o próprio Deus venha a se manifestar num ser humano. Pensamento absurdo como esse só pode ser pela falta de compreensão da grandeza de Deus. Dizem os cientistas que no cosmo há 100 bilhões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões de estrelas, fazendo do Universo uma coisa fora do alcance de nossa limitada imaginação, mas, mesmo que a custa de um grande esforço, vamos imaginar tamanha grandeza. Bom, façamos agora a pergunta: o que criou tudo isso? Diante disso, admitir que esse ser possa estar pessoalmente inspirando uma pessoa é fora de proposto, coisa aceitável a de povos primitivos, cujos conhecimentos não lhes permitem ir mais longe, por restrição imposta pelo seu hábitat.
A mediunidade no apostolado
Um fato, que reputamos como de inquestionável ocorrência da mediunidade, aconteceu logo depois da morte de Jesus, quando os discípulos reunidos receberam “como que línguas de fogo” e começaram a falar em línguas, de tal sorte que, apesar da heterogeneidade do povo que os ouvia, cada um entendia o que falavam em sua própria língua. Fato extraordinário registrado no livro Atos dos Apóstolos, desta forma:
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem”. (Atos 2, 1-6).
Aqui podemos identificar o fenômeno mediúnico conhecido como xenoglossia, que na definição do Aurélio é: A fala espontânea em língua(s) que não fora(m) previamente aprendida(s). Mas, como da vez anterior, tentam mudar o sentido, para isso alteram o artigo indefinido para o definido, quando a realidade seria exatamente que estavam “repletos de um Espírito santo (bom)”.
Fato semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos:
“Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos. De fato, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...” (At 10, 44-46).
Episódio que confirma que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34), daí podermos estender à mediunidade como uma faculdade exclusiva a um determinado grupo religioso, mas existindo em todos segmentos em suas expressões de religiosidade.
A mediunidade como era “transmitida”
A bem da verdade não há como ninguém transmitir a mediunidade para outra pessoa, entretanto, pelos relatos bíblicos, a imposição das mãos fazia com que houvesse sua eclosão, óbvio que naqueles que a possuíam em estado latente. Vejamos algumas situações em que isso ocorreu.
Em Atos 8, 17-18:
“Então Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos, e eles receberam o Espírito Santo. Simão viu que o Espírito Santo era comunicado através da imposição das mãos. Dêem para mim também esse poder, a fim de que receba o Espírito todo aquele sobre o qual eu impuser as mãos”.
Simão era um mago que, com suas artes mágicas, deixava o povo da região de Samaria maravilhado. Mas, ao ver o “poder” de Pedro e João, ficou impressionado com o que fizeram, daí lhes oferece dinheiro a fim de que dessem a ele esse poder, para que sobre todos os que ele impusesse as mãos, também recebessem o Espírito Santo.
Em Atos 19, 1-7:
“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões mais altas e chegou a Éfeso. Encontrou aí alguns discípulos, e perguntou-lhes: ‘Quando vocês abraçaram a fé receberam o Espírito Santo?’ Eles responderam: ‘Nós nem sequer ouvimos falar que existe um Espírito Santo’. Paulo perguntou: ‘Que batismo vocês receberam?’ Eles responderam: ‘O batismo de João’. Então Paulo explicou: ‘João batizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus’. Ao ouvir isso, eles se fizeram batizar em nome do Senhor Jesus. Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e começaram a falar em línguas e a profetizar. Eram, ao todo, doze homens”.
Será que podemos entender que o batismo de Jesus é “receber o Espírito Santo”, conseguido pela imposição das mãos? A narrativa nos leva a aceitar essa hipótese, apenas mantemos a ressalva feita anteriormente quanto à expressão “o Espírito Santo”.
A mediunidade como os dons do Espírito
Na estrada de Damasco, Paulo, que até então perseguia os cristãos, numa ocorrência transcendente, se encontra com Jesus, passando, a partir daí, a segui-lo. Durante o seu apostolado se comunicava diretamente com o Espírito de Jesus, demonstrando sua incontestável mediunidade.
Aliás, o apóstolo Paulo foi quem mais entendeu do fenômeno mediúnico, tanto que existem recomendações preciosas de sua parte aos agrupamentos cristãos de então. Ele o chamava de “dons do Espírito”. “Sobre os dons do Espírito, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância” (1Cor 12,1), mostrando-se interessado em que todos pudessem conhecer tais fenômenos.
E esclarece o apóstolo dos gentios:
“Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer”. (1 Cor 12,4-11).
Novamente, mudando-se “o Espírito” para “um Espírito”, estaremos diante da faculdade mediúnica, basta “ter olhos de ver”.
Ao que parece, naquela época, os médiuns se preocupavam mais com a xenoglossia Paulo para desfazer esse engano novamente faz outras recomendações aos coríntios (1Cor 14,1-25). Disse ele:
“...aspirem aos dons do Espírito, principalmente à profecia. Pois aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o entende, pois ele, em espírito, diz coisas incompreensíveis. Mas aquele que profetiza fala aos homens: edifica, exorta, consola. Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo, ao passo que aquele que profetiza edifica a assembléia. Eu desejo que vocês todos falem em línguas, mas prefiro que profetizem. Aquele que profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a menos que este mesmo as interprete, para que a assembléia seja edificada...”.
Conclusão
Como apregoa a Doutrina Espírita o fenômeno mediúnico nada mais é que uma ocorrência de ordem natural. Podemos identificá-lo desde os mais remotos tempos da humanidade, e não poderia ser diferente, pois, em se tratando de uma manifestação de uma faculdade humana, deverá ser mesmo tão velha quanto a permanência do homem aqui na Terra.
Mas, infelizmente, a intolerância religiosa, a ignorância e, por vezes, a má-vontade, não permitiu que fosse divulgada da forma correta, ficando mais por conta de uma ocorrência sobrenatural, que só acontecia a uns poucos privilegiados. Coube ao Espiritismo a desmistificação desse fenômeno, bem como a sua explicação racional. Kardec nos deixou um legado importantíssimo para todos que possam se interessar pelo assunto, quando lança O Livro dos Médiuns, que recomendamos aos que buscam o conhecimento dessa fenomenologia, ainda muito incompreendida em nossos dias.
Nov/2004.
Referência bibliográfica.
PASTORINO, Carlos Torres, Sabedoria do Evangelho, volume 1, Revista Mensal Sabedoria, Rio, 1964.
Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, Paulus, São Paulo, 43ª ed. 2001.
AÇÃO DA AMIZADE
A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Esperança.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
LEAL.
domingo, 9 de maio de 2010
MEDITAÇÃO
Sou filho de Deus e herdeiro da Criação.
O amor, divina luz, fulgura em mim.
Meus pensamentos renovam-me em ação incessante.
Cresço para a perfeição com o meu trabalho de cada dia.
Respiro em comunhão com a Vida Infinita.
Vivo entre meu Pai e meus irmãos, no silêncio e na atividade.
Valho-me do discernimento para encontrar a verdade pela porta do bem.
Estou aprendendo a encontrar a Infinita Sabedoria em todas as situações, seres e coisas do meu caminho.
Minha vontade é a minha bússola no mar da experiência.
Procuro no próximo a melhor parte.
Esqueço todo mal.
Recebo as dificuldades como lições.
Transformo-me naquilo que imagino.
Reconheço que devo render culto à Providência Divina, servindo aos outros.
A alegria é o meu clima.
A confiança é o meu processo de realizar.
Teço invisíveis laços para a materialização dos meus desejos.
Todas as criaturas me ensinam algo de belo e útil.
Agir para bem fazer é a minha obrigação incessante.
Em Deus tudo posso.
pelo Espírito Múcio Teixeira - Do livro: Falando à Terra, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.
Quando Deus criou as Mães
Diz uma lenda que o dia em que o bom Deus criou as mães, um mensageiro se acercou Dele e Lhe perguntou o porquê de tanto zelo com aquela criação.
Em quê, afinal de contas, ela era tão especial?
O bondoso e paciente Pai de todos nós lhe explicou que aquela mulher teria o papel de mãe, pelo que merecia especial cuidado.
Ela deveria ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados até namoro terminado.
Deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressa preparando o lanche do filho, enquanto mexesse nas panelas para que o almoço não queimasse.
Que tivesse noções básicas de enfermagem e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e colocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada.
Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitir segurança ao filho de passos vacilantes. Mãos que soubessem transformar um pedaço de tecido, quase insignificante, numa roupa especial para a festinha da escola.
Por ser mãe deveria ser dotada de muitos pares de olhos. Um par para ver através de portas fechadas, para aqueles momentos em que se perguntasse o que é que as crianças estão tramando no quarto fechado.
Outro para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente, olhos normais para fitar com doçura uma criança em apuros e lhe dizer: Eu te compreendo. Não tenhas medo. Eu te amo, mesmo sem dizer nenhuma palavra.
O modelo de mãe deveria ser dotado ainda da capacidade de convencer uma criança de nove anos a tomar banho, uma de cinco a escovar os dentes e dormir, quando está na hora.
Um modelo delicado, com certeza, mas resistente, capaz de resistir ao vendaval da adversidade e proteger os filhos.
De superar a própria enfermidade em benefício dos seus amados e de alimentar uma família com o pão do amor.
Uma mulher com capacidade de pensar e fazer acordos com as mais diversas faixas de idade.
Uma mulher com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dor mas, ainda assim, insistir para que o filho parta em busca do que lhe constitua a felicidade ou signifique seu progresso maior.
Uma mulher com lágrimas especiais para os dias da alegria e os da tristeza, para as horas de desapontamento e de solidão.
Uma mulher de lábios ternos, que soubesse cantar canções de ninar para os bebês e tivesse sempre as palavras certas para o filho arrependido pelas tolices feitas.
Lábios que soubessem falar de Deus, do Universo e do amor. Que cantassem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantos da vida.
Uma mulher. Uma mãe.
* * *
Ser mãe é missão de graves responsabilidades e de súbita honra. É gozar do privilégio de receber nos braços Espíritos do Senhor e conduzi-los ao bem.
Enquanto haja mães na Terra, Deus estará abençoando o homem com a oportunidade de alcançar a meta da perfeição que lhe cabe, porque a mãe é a mão que conduz, o anjo que vela, a mulher que ora, na esperança de que os seus filhos alcancem felicidade e paz.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.
Em 04.05.2010.
sábado, 8 de maio de 2010
BANDA LARGA E MENTE ESTREITA
Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.
Eis a ideia veiculada numa determinada campanha publicitária nacional, que toca numa temática bastante interessante.
Nos tempos de desenvolvimento tecnológico incessante e revolucionário; nos tempos da velocidade da informação, e da conectividade em tempo real com o mundo todo, é necessário pensar.
Pensar se tudo isso, realmente, está sendo utilizado em favor do desenvolvimento humano, ou é apenas mais uma distração criada pela alma imatura do homem terreno.
Sim, pois, se pouco ou nada nos acrescenta como Espíritos, no que diz respeito ao nosso progresso moral, ao nosso melhor comportamento, de que nos adianta?
De que nos adianta ter a facilidade no acesso à informação, se não sabemos o que fazer com ela?
De que adianta ficar sabendo de tantas e tantas coisas, se não sabemos selecionar o que eu quero e o que eu não quero para mim?
Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.
A mente estreita é esta que se perde em meio a tantas possibilidades, sem saber para onde ir.
Naufragam ao invés de navegarem na Web.
Gastam seu tempo querendo saber da vida dos outros, do que aconteceu aqui ou ali, inaugurando apenas uma nova forma de voyeurismo e fofoca - apenas isso.
A mente estreita lê, mas não pensa sobre o que leu, não emite opinião, apenas aceita...
A mente estreita prefere o contato virtual, dos perfis raramente sinceros, do que a conversa olho no olho, sem barreiras, sem máscaras.
A tecnologia está à nossa disposição para nos ajudar. É o conhecimento intelectual engendrando o progresso moral, propiciando o adiantamento do ser humano, e não sua destruição.
A chamada informação nunca foi tão fácil e farta, é certo, mas será ela, por si só, suficiente?
O que mudou em nós, seres humanos, as agilidades tecnológicas da nova era? Tornamo-nos melhores? Mais caridosos? Mais dispostos a nos vermos todos na Terra como irmãos?
Talvez para alguns sim, os de mente larga e coração amplo.
Tantas comunidades do bem na rede, tantas propostas nobres ligando pessoas em todo o mundo!
Inúmeras mensagens de consolo, de esclarecimento, diariamente cruzam os ares virtuais da internet, e levam carinho e alegria a muitos lares infelizes.
São muitos os exemplos de como os avanços intelectuais podem ser bem utilizados em favor do desenvolvimento humano.
Sejamos nós estes de mente larga, que querem e trabalham pelo bem comum, das mais diferentes formas possíveis, e que se utilizam de mais este instrumento, para viver o amor.
* * *
O Universo é a condensação do amor de Deus, e somente através do amor poderá ser sentido, enquanto pela inteligência será compreendido.
Conhecimento e sentimento unindo-se, harmonizam-se na sabedoria que é a conquista superior que o ser humano deverá alcançar.
Busquemos a plenitude intelecto-moral, conforme tão bem acentua o nobre Codificador do Espiritismo, Allan Kardec.
Redação do Momento Espírita com citações do cap. Desenvolvimento
científico, do livro Dias gloriosos, do Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. Fep.
Em 28.12.2009
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