domingo, 3 de outubro de 2010

DONATIVOS DESPREZADOS




Cumprir os próprios deveres sem esperar que os amigos teçam láureas de gratidão.

Calar toda queixa.

Abster-se do gracejo nas conversas de fundo edificante para não desencorajar a responsabilidade nascente.

Grafar páginas consoladoras e construtivas sem a pretensão de sermos compreendidos ou elogiados.

Prestar favores oportunos ao próximo sem a idéia de que o próximo venha, por isso, a dever-nos qualquer cousa, ainda mesmo o agradecimento mais simples.

Reconhecer que as faltas dos outros podiam ser nossa,s a fim de que saibamos desculpa-los sem condições.

Não supor que o ouvinte ou os ouvintes seja obrigado a pensar pela nossa cabeça.

Executar os erros de quem se exprime numa assembléia, sem sorrisos de mofa, para que o iniciante no cultivo do verbo superior não se sinta frustrado em seus intentos de bem fazer.

Não atribuir a outrem essa ou aquela falha havida em serviço.

Auxiliar aos irmãos menos felizes sem exprobrar-lhes a conduta passada.

Não acusar e nem criticar pessoas sob o pretexto de estarem ausentes.

Silenciar diante dos grandes ou pequenos escândalos, sem considerações deprimentes, orando em favor daqueles que os provocaram.

Não reclamar homenagens afetivas nessa ou naquela circunstância.

Ouvir com respeito à palavra ou a dissertação supostamente fastidiosa, sem ofender a quem fala.

Evitar a maledicência em derredor de gestos, atitudes e frases sob nossa observação.

Substituir espontaneamente e sem qualquer apontamento desfavorável, nas boas obras, o seareiro em falta nas atividades previstas.

Executar com sinceridade as obrigações que a vida nos preceitua sem a preocupação de invadir as tarefas alheias.

Não opor contraditas às opiniões do interlocutor e sim ajuda-lo, sem presunção, a entender a verdade em torno disso ou daquilo, no momento adequado.

Amar sem pedir que os entes amados se convertam em bibelôs dos nossos caprichos.

Não exigir das criaturas humanas a perfeição moral que todos estamos muito longe de possuir.

Deixar os companheiros tão livres para encontrarem a própria felicidade quanto aspiramos a ser livres por nossa vez.



pelo Espírito Melitão Pacheco - Do livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.

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