quinta-feira, 16 de junho de 2011

NOSSO PRECONCEITO



Preconceito é o conceito formado com base em julgamento próprio, com tom depreciativo. Deriva de análise tendenciosa, discriminatória.
Trata-se de um pré-julgamento, em que se desconhecem os detalhes. Define-se algo ou alguém, de acordo com nossos olhos de ver.
Isso tem causado muitos dissabores, no mundo, e continua a causar. Porque quem julga previamente não tem o cuidado de ficar com o conceito para si, mas o transmite a outros.
E esses, em ouvindo, não indagam se aquilo é verdadeiro ou não. Simplesmente admitem que seja.
Quando sabemos de alguém que se consorcia com outrem em que a diferença de idade é grande, a primeira pergunta que nos vem à mente é: Por que se casaram?
Se uma das pessoas tem fama, ou dinheiro, ou poder, logo cogitamos que o motivo para o consórcio seja do outro se aproveitar de um desses itens.
Esquecemos que pessoas famosas, como todas as pessoas, têm carências afetivas. Que buscam o amor, que desejam ser amadas.
Quando o velho doutor Hahnemann, vivendo na Alemanha, salvou da morte a parisiense Mélanie Gohier, mal poderia imaginar que seria ela a ponte para que a Homeopatia ficasse conhecida no mundo.
Sim, porque aquela mulher, de apenas trinta e cinco anos, se casou com o mestre alemão de oitenta anos.
O novo matrimônio de Hahnemann parece quase um conto. Ela era poetisa e pintora e desfrutava da amizade de excelentes poetas e pintores de Paris.
Logo após o casamento, em 1835, mudaram-se para Paris, onde ele obteve autorização para clinicar, a despeito da vigorosa oposição dos colegas alopatas.
A Academia de Medicina encaminhou um documento ao Ministro Guizot para que lhe fosse proibido o exercício da Medicina na França.
Guizot, por influência da esposa de Hahnemann, além de sua digna posição, decidiu o caso com grandeza ímpar e respondeu:
Trata-se de um sábio de grande mérito. A ciência deve ser de todos! Se a Homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor, cairá por si mesma.
Se ela é, ao contrário, um progresso, expandir-se-á apesar de nossas medidas proibitivas, e a Academia deve se lembrar, antes de tudo, que tem a missão de fazer progredir a ciência, de encorajar as descobertas!
Assim, a Homeopatia se estabeleceu em França, onde Hahnemann encontrou vários discípulos e seguidores.
Prosseguiu ensinando, curando e escrevendo, a despeito da avançada idade.
Aos oitenta e oito anos, ele regressou ao mundo espiritual. Estava forte e lúcido, mas com certeza já chegara ao fim a sua missão.
Deixou a Homeopatia reconhecida como ciência, a expandir-se pelo mundo.
Quem poderá, em sã consciência, deixar de agradecer a Melanie sua atuação junto ao grande mestre homeopata?
Não o tivesse levado a Paris, a cidade luz, teria a Homeopatia sido reconhecida e divulgada pelo mundo?
Assim, pensemos, antes de externar conceitos de valor preconceituosos. Busquemos analisar com olhos de ver e aprendamos a respeitar opções alheias.
Aprendamos a ter olhos compassivos, olhos que descobrem o bem. Olhos que veem as coisas positivas, sem julgamentos equivocados e precipitados.
Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Samuel Hahnemann.
Em 06.06.2011.

terça-feira, 14 de junho de 2011

DESAFIO COTIDIANO



Cada manhã é um novo desafio. A forma que o encaramos reflete nossa postura perante as Leis Divinas.
Há os que despertam descontentes e contemplam as horas novas como uma carga, que deve ser transportada a qualquer custo.
Outros olham o dia que surge e logo alçam o pensamento em fervorosa prece de gratidão, pela renovação da vida no planeta.
Os primeiros são os pessimistas, que ainda não aprenderam a perceber a vontade de Deus no transcorrer dos acontecimentos.
Os segundos são os que se alicerçam na fé, cientes de que a vida deve ser vivida em plenitude.
Para os primeiros, tudo transcorre mal. Se o ônibus atrasa, se a chuva os surpreende em plena rua, se a fila do caixa do banco está morosa, tudo é motivo para reclamação e desconforto.
Abrem os jornais e conseguem somente destacar as manchetes ruins, desagradáveis, que falam de agressões, de desemprego, baixos salários, fugas ao dever, corrupção.
Os segundos conseguem vislumbrar em todo transtorno uma oportunidade de servir.
Assim, aproveitam o tempo para ler, enquanto aguardam na fila do ônibus ou do caixa. Ou então para um sorriso, um gesto de boa vontade.
Ante a intempérie, agradecem a bênção dos ventos, da água, do frio, reconhecendo-lhes o justo valor.
Numa dessas manhãs, ouvimos a conversa de um senhor já idoso e que demonstrava, pelos trajes, sua condição de dificuldade econômica.
Falava do salário que ganhava, aliás, tomara a condução justamente para se dirigir ao banco, a fim de sacar o valor de sua aposentadoria por invalidez.
Mostrava-se feliz. Não podia mais trabalhar, pela enfermidade que o incapacitara. Contudo, sentia-se feliz por estar andando com suas próprias pernas.
Comentou sobre o atendimento médico e farmacêutico que busca, dizendo-se satisfeito por sempre o atenderem muito bem.
Detalhou como conseguia sobreviver com o mísero salário, economizando, pesquisando preços, não se permitindo alguns produtos alimentares.
E sorria, dando graças a Deus.
Em verdade, observando aquele anônimo, fomos levados a cogitar acerca da forma com que estamos encarando nossos dias, nossos problemas, nossa vida.
Quantos possuem muito mais do que o idoso desconhecido e nada fazem além de reclamar?
Sábios são os que, em meio à adversidade, conseguem elaborar preciosas lições de vida, modelos que podem ser seguidos pelos que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir.
* * *
A maior tristeza que pode se abater sobre a criatura, rotulando-a, fomentando desditas para o seu espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que lhe concede o Criador, para evoluir e brilhar.
Meditemos sobre isso e cultivemos as alegrias de que necessitamos, nos nobres serviços do amor.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 4, do livro Rosângela,
pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 4, ed. Fep.
Em 05.06.2009

segunda-feira, 13 de junho de 2011

CARIDADE



Caridade não é tão-somente a divina virtude, é também o sistema contábil do Universo, que nos permite a felicidade de auxiliar para sermos auxiliados.
Um dia, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as posses exteriores, e, se algo nos fica, será simplesmente a plantação das migalhas de amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome pela alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade de recebê-las.


EMMANUEL

Psicografado por Francisco Cândido Xavier

domingo, 12 de junho de 2011

Caridade Sempre






Serve, perdoa e passa, eis os clarões da senda.
A estrada para cima chama-se Caridade.
Onde a sombra persista faze mais luz e segue.
É na palma de espinhos que o Céu instala as rosas.
Coração a que ampares é novo passo à frente.
Na plantação do bem Deus espera por ti.
Emmanuel

Médium: Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 9 de junho de 2011

AMAR AO PRÓXIMO



Se alguém diz que ama a Deus, mas não ama o seu semelhante, é mentiroso. Isso foi escrito pelo Apóstolo João e nos convida a uma profunda reflexão.
Por que o amor a Deus passa inevitavelmente pelo amor ao próximo? Por que não basta amar a Deus no isolamento das criaturas, ou na indiferença ao semelhante?
Deus, ao nos criar, não nos cria perfeitos, mas oferece as oportunidades e possibilidades de se chegar à perfeição.
E, por grandiosidade de Sua justiça, essa perfeição se alcança por esforço próprio, por dedicação, e jamais por gratuidade ou dom divino, a escolher uns ou outros como mais ou menos amados por Ele e, consequentemente, com mais ou menos virtudes e dons.
Quando lemos a biografia de grandes vultos do amor ao próximo, como Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier ou Irmã Dulce, vemos a exemplificação do exercício no amor ao próximo.
E é natural que questionemos de onde eles retiraram forças para amar incondicional e intensamente, ao longo de toda uma vida?
Aprenderam a amar ao próximo no exercício do amor a que se propuseram, saindo de si mesmos, indo em direção ao outro, encontrando Deus.
O amor a Deus não se constrói de forma mística, transcendental ou isoladamente.
Entendendo isso, Jesus, personificação maior do amor a Deus, nos ensina que toda vez que auxiliarmos, que dermos de comer, que matarmos a sede de nosso irmão, é a Ele mesmo que estaremos fazendo isso.
Convida-nos Jesus a experimentar o exercício do amor a Deus aprendendo a amar ao próximo.
Afirma mesmo o Mestre Galileu que o maior mandamento da Lei de Deus é amar ao Pai, seguido do exercício de amar-se para amar ao próximo.
Se você busca o entendimento das Leis de Deus, de instaurá-Lo na sua intimidade, um bom início será o de olhar para o próximo, no exercício do amor.
Sempre temos recursos e meios de auxiliar, de demonstrar o amor na forma do desvelo, do carinho, da solidariedade ou da compaixão.
Ofereçamos a palavra edificante para incentivar os desvalidos, a presença fraterna para aqueles abandonados na solidão, ouvidos pacientes para um coração aflito com necessidade de desabafar.
Somos convidados ao exercício do amor ao próximo construído na compreensão frente àquele em desatino, em benevolência para o irmão em desequilíbrio ou indulgência na ação precipitada.
São pequenos gestos que se fazem exercícios de amor ao próximo, no objetivo de amar a Deus. Afinal, como nos alerta o Apóstolo João, se não conseguimos compreender nosso irmão, jamais teremos condições de amar e compreender a Deus.
Redação do Momento Espírita.
Em 29.12.2009

quarta-feira, 8 de junho de 2011

MÉRITO PESSOAL


A cada um segundo suas obras, ensinou o Mestre de Nazaré, há mais de 2000 anos.
A frase sintetiza perfeitamente a Lei de Justiça.
E o homem tem sofrido amargamente toda vez que não segue a preciosa máxima.
Recordamo-nos de um professor de tradicional escola, que promovia um concurso anual.
Tratava-se de eleger César. Isto mesmo, o Imperador romano de tantas glórias.
O concurso objetivava, naturalmente, estimular os alunos a debruçar-se de forma ímpar, sobre a História romana.
Ano a ano, o concurso, um verdadeiro duelo na área do conhecimento, movimentava professores, pais e alunos.
O César, além da toga romana, recebia a coroa de louros da vitória.
Sua foto passava a figurar na ala do colégio dedicada aos Césares.
O coordenador tinha em sua classe um aluno muito problemático. Indisciplinado, desordeiro, agressivo, era o terror de todos os professores.
Pois o coordenador resolveu nele investir. Falou-lhe de suas potencialidades e o desafiou a ser César.
O garoto pareceu se modificar. Passou a estudar, aplicando-se. Tão entusiasmado ficou que o coordenador resolveu lhe dar uma mãozinha.
Emprestou-lhe um livro, sinalizando, embora sutilmente, o capítulo que ele deveria estudar.
Seu desejo? Que ele ficasse entre os três finalistas para disputar a coroa de louros.
Como ele não conseguisse a classificação, o professor conferiu-lhe nota indevida, em detrimento de quem deveria ser o verdadeiro classificado.
Ninguém ficou sabendo disso, a não ser a própria consciência de quem agiu incorretamente. Mas, no teste oral, perante todos, o professor percebeu que o garoto colava.
Fingia pensar e consultava apontamentos que trazia presos ao braço esquerdo.
E somente não venceu porque, percebendo a desonestidade, o professor lhe fez uma pergunta que não constava do capítulo específico.
O tempo passou...
Vinte anos depois, aquele ex-aluno, agora rico industrial, pede uma revanche.
Em sua propriedade, em um final de semana, reúne o velho professor, os colegas de classe e os finalistas da época da adolescência.
Aqueles mesmos com os quais ele havia disputado o título de César, não alcançando êxito.
Começa o interrogatório, nos moldes da velha e longínqua escola.
Os colegas vibram. As esposas torcem por seus maridos. As crianças, por seus pais.
Terá o rapaz, homem agora, se preparado de forma digna? Saberá mesmo a temática?
Para tristeza do professor, em meio à inquirição, descobre que seu protegido continuava usando de malícia e desonestidade.
Através de minúsculo aparelho em seu ouvido direito, as respostas lhe estavam sendo transmitidas por alguém que ele contratara, mediante polpuda soma em dinheiro.
* * *
Toda vez que desejes investir em alguém faze-o de forma correta.
Nunca prejudiques a outrem, em nome dessa vontade de auxiliar.
Nunca entregues prêmios, cargos e encargos imerecidos.
Salutar é o investimento em quem deseja verdadeiramente crescer, melhorar, modificar-se.
Bom é o investimento em amor, confiança, incentivo.
Jamais o que privilegia, age com parcialidade, porque então, não estará auxiliando. Antes, prejudicando ao alvo dessas atenções.
A cada um segundo as suas obras. Pensa nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.07.2010.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

MAIOR DESAFIO




Cada um de nós tem desafios diferentes. A vida é feita de desafios diários.
Para quem não dispõe de movimentos nas pernas, transportar-se da cama para a cadeira de rodas, a cada manhã, é um desafio.
Para quem sofreu um acidente e está reaprendendo a andar, o desafio está em apoiar-se nas barras, na sala de reabilitação, e tentar mover um pé, depois o outro.
Para quem perdeu a visão, o grande desafio é adaptar-se à nova realidade, aprendendo a ouvir, a tatear, a movimentar-se entre os obstáculos sem esbarrar. É aprender um novo alfabeto, é ler com os dedos, é adquirir nova independência de movimentos e ação.
Para o analfabeto adulto, o maior desafio é dominar aqueles sinais que significam letras, que colocados uns ao lado dos outros formam palavras, que formam frases.
É conseguir tomar o lápis e escrever o próprio nome, em letras de forma. É conseguir ler o letreiro do ônibus, identificando aquele que deverá utilizar para chegar ao seu lar.
Cada qual, dentro de sua realidade, de sua vivência, apontará o que lhe constitui o maior desafio: dominar a técnica da pintura, da escultura, da música, da dança.
Ser um ás no esporte. Ser o primeiro da classe. Passar no vestibular. Ser aprovado no concurso que lhe garantirá um emprego. Ser aceito pela sociedade. Ser amado.
Para vencer um desafio é preciso ter disciplina, ser persistente, ser diplomático, saber perdoar-se e perdoar aos outros.
É ser otimista quando os demais estão pessimistas. Ser realista quando os demais estão com os pensamentos na lua. É saber sonhar e ir em frente.
É persistir, mesmo quando ninguém consiga nos imaginar como um prêmio Nobel de Química, um pai de família, um professor, prefeito ou programador.
Acima de tudo, o maior desafio para deficientes, negros e brancos, japoneses e americanos, brasileiros e argentinos, para todo ser humano, é fazer.
Fazer o que promete. Dar o primeiro passo, o segundo e o terceiro. Ir em frente.
Com que frequência se escutam pessoas dizendo que vão fazer regime, que vão estudar mais, que vão fazer exercício todo dia, que vão ler mais, que vão assistir menos televisão, que vão...
Falar, reclamar ou criticar são os passatempos mais populares do mundo, perdendo só, talvez, para o passatempo de culpar os outros pelo que lhe acontece.
Então, o maior desafio é fazer. E não adianta você dizer que não deu certo o que pretendia porque é cego, ou porque é negro, ou porque é amarelo, ou porque você é brasileiro. Ou porque mora numa casa amarela. Ou porque não teve tempo.
Aprenda com seus erros. Quando algo não der certo, você pode tentar de maneira diferente. Agora você já sabe que daquele jeito não dá.
Você pode treinar mais. Você pode conseguir ajuda, pode estudar mais, pode se inspirar com sábios amigos. Ou com amigos dos seus amigos.
Pode tentar novas idéias. Pode dividir seu objetivo em várias etapas e tentar uma de cada vez, em vez de tentar tudo de uma vez só.
Você pode fazer o que quiser. Só não pode é sentir pena de si mesmo. Você não pode desistir de seus sonhos.
* * *
Problemas são desafios. Dificuldades são testes de promoção espiritual.
Insucesso é ocorrência perfeitamente natural, que acontece a toda e qualquer criatura.
Indispensável manter o bom ânimo em qualquer lugar e posição.
O pior que pode acontecer a alguém é se entregar ao desânimo, apagando a chama íntima da fé e caminhar em plena escuridão.
Assim, confia em Deus, e, com coragem, prossegue de espírito tranquilo.
Redação do Momento Espírita, a partir de carta assinada por Fernando Botelho e endereçada
a um cego, de nome Juliano, residente em Curitiba, e do cap. 9 da obra Convites da vida,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, ed. Leal.
Disponível no CD Momento Espírita, Coletânea v. 8 e 9, ed. Fep.
Em 04.05.2009

domingo, 5 de junho de 2011

EGOÍSMO


Fundando-se o egoísmo no sentimento do interesse_pessoal, bem difícil parece extirpá-lo inteiramente do coração humano. Mas, à medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos_valor_dão_às_coisas_materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação.