quarta-feira, 8 de junho de 2011

MÉRITO PESSOAL


A cada um segundo suas obras, ensinou o Mestre de Nazaré, há mais de 2000 anos.
A frase sintetiza perfeitamente a Lei de Justiça.
E o homem tem sofrido amargamente toda vez que não segue a preciosa máxima.
Recordamo-nos de um professor de tradicional escola, que promovia um concurso anual.
Tratava-se de eleger César. Isto mesmo, o Imperador romano de tantas glórias.
O concurso objetivava, naturalmente, estimular os alunos a debruçar-se de forma ímpar, sobre a História romana.
Ano a ano, o concurso, um verdadeiro duelo na área do conhecimento, movimentava professores, pais e alunos.
O César, além da toga romana, recebia a coroa de louros da vitória.
Sua foto passava a figurar na ala do colégio dedicada aos Césares.
O coordenador tinha em sua classe um aluno muito problemático. Indisciplinado, desordeiro, agressivo, era o terror de todos os professores.
Pois o coordenador resolveu nele investir. Falou-lhe de suas potencialidades e o desafiou a ser César.
O garoto pareceu se modificar. Passou a estudar, aplicando-se. Tão entusiasmado ficou que o coordenador resolveu lhe dar uma mãozinha.
Emprestou-lhe um livro, sinalizando, embora sutilmente, o capítulo que ele deveria estudar.
Seu desejo? Que ele ficasse entre os três finalistas para disputar a coroa de louros.
Como ele não conseguisse a classificação, o professor conferiu-lhe nota indevida, em detrimento de quem deveria ser o verdadeiro classificado.
Ninguém ficou sabendo disso, a não ser a própria consciência de quem agiu incorretamente. Mas, no teste oral, perante todos, o professor percebeu que o garoto colava.
Fingia pensar e consultava apontamentos que trazia presos ao braço esquerdo.
E somente não venceu porque, percebendo a desonestidade, o professor lhe fez uma pergunta que não constava do capítulo específico.
O tempo passou...
Vinte anos depois, aquele ex-aluno, agora rico industrial, pede uma revanche.
Em sua propriedade, em um final de semana, reúne o velho professor, os colegas de classe e os finalistas da época da adolescência.
Aqueles mesmos com os quais ele havia disputado o título de César, não alcançando êxito.
Começa o interrogatório, nos moldes da velha e longínqua escola.
Os colegas vibram. As esposas torcem por seus maridos. As crianças, por seus pais.
Terá o rapaz, homem agora, se preparado de forma digna? Saberá mesmo a temática?
Para tristeza do professor, em meio à inquirição, descobre que seu protegido continuava usando de malícia e desonestidade.
Através de minúsculo aparelho em seu ouvido direito, as respostas lhe estavam sendo transmitidas por alguém que ele contratara, mediante polpuda soma em dinheiro.
* * *
Toda vez que desejes investir em alguém faze-o de forma correta.
Nunca prejudiques a outrem, em nome dessa vontade de auxiliar.
Nunca entregues prêmios, cargos e encargos imerecidos.
Salutar é o investimento em quem deseja verdadeiramente crescer, melhorar, modificar-se.
Bom é o investimento em amor, confiança, incentivo.
Jamais o que privilegia, age com parcialidade, porque então, não estará auxiliando. Antes, prejudicando ao alvo dessas atenções.
A cada um segundo as suas obras. Pensa nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.07.2010.

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