As enfermidades, as intempéries o fanatismo, a hipocrisia e outras coisas mais, indicamos necessidade de cultivarmos a prudência e a previdência. Necessitamos ser prudentes e previdentes em nossos negócios, comprando só o que precisamos, e fiando só o que podemos; ser prudente e previdente com nossas amizades com as nossas palavras: porque, as vezes uma palavras, porque as vezes uma palavra é o bastante para tornar um lar infeliz; destruir uma amizade tão cara, e que já mais a adquiriremos: é por faltar a prudência e previdência que em muitos lares não há paz que a nossa saúde periclita que os nossos haveres se esvaem que a nossa vida se desmorona que o nosso crédito se desfaz é por falta de prudência e previdência que diariamente presenciamos desastres em todos o gênero de atividades e até mesmo na moral de forma que para podermos possuir a terra, temos necessidade de sermos prudentes, previdentes, resignados , perseverantes e constantes sem estas qualidades não há mansuetude não há paciência sem paciência, não há humildade, sem humildade, não há amor, sem amor não há salvação, sem paciência não podemos vencer os obstáculos multiformes que nos rodeiam. Como vemos, a paciência, é uma das virtudes básicas que interpenetra todas as outras.
Se nos morre um dos entes queridos, os amigos com ares compungidos, logo nos dizemos, tinha paciência, se ficamos doentes, tenha paciência, se perdermos os haveres ou o emprego, tenha paciência, se perdermos o trem ou cairmos, tenha paciência: é a paciência, sempre a paciência que se evoca para resolver todos as coisas dolorosas e inesperadas.
Uma vez que todos falam em paciência, é porque devem saber o que é paciência. Agora, pergunto o que é a paciência?
Diante desta pergunta inesperada, ficam mudos , porque não tem refletido sobre ela. Para uns, paciência é ficar com os braços cruzados, para esses digo: que paciência dessa forma, é preguiça, para outros, paciência é esperar que, o que querem se realize, sem nada fazer para isso: a esses digo que permanecer assim, é ignorância.
Se cruzar os braços é preguiça e esperar a realização de seus desejos sem nada fazerem é ignorância, então o que é a paciência? A paciência, meus amigos, é uma força da alma, é uma potência divina, uma qualidade do espírito, que dentro de nós se acha em gérmen, em estado latente, está em gérmen dentro de nós, como dentro de uma semente de laranja em gérmen se encontra uma laranjeira, com tronco, galhos, flores, perfume e frutas sazonados e doces, mas, se partirmos essa semente, nada disso encontramos mas sabemos que lançando a terra essa semente, germinará e se cultivarmos no fim de certo tempo, teremos uma laranjeira carregada de frutas premiando os nossos esforços.
Assim é a paciência, é preciso ser cultivada. Para a semente de laranja, sabemos que é no solo, mas a paciência que é impalpável, intangível, em que lugar a devemos cultivar? É no campo dos aborrecimentos, contrariedades e amolações, é no plano da incompreensão e dos prejuízos. A laranjeira deu nos laranjas, mas quais são as frutas da paciência ? São a serenidade, a calma, a tranqüilidade, a imperturbabilidade, esse tesouro que o ladrão não rouba, a ferrugem não corrói, e o tempo não consome.
Se nunca ninguém nos aborrecer, amolar, perturbar e prejudicar sendo atendido por todos, e por todos obedecido, ficaremos sem oportunidade de cultivarmos a paciência. Logo é preciso que nos aborreçam além e prejudiquem, é indispensável passar por estas contrariedades e motivos.
Os que nos aborreçam, contrariam e prejudicam, deixam de ser nossos inimigos, para serem nosso benfeitores, sendo nossos benfeitores são nossos credores, sendo nossos credores precisam pagar-lhes e de que forma? Perdoando-lhes incondicionalmente tudo o que nos fizeram, e em troca fazer-lhes todo o bem que estiver ao nosso alcance. Cientes que, com desesperos, não se resolvem dificuldades, com gritos, não se adquire direitos, e que as ações, são de quem as pratica e não de quem as recebe. Só com esta conduta possuiremos as nossas almas. Arredaremos senão todos ao menos grande parte dos obstáculos que impedem a divulgação da doutrina de Jesus.
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