A força do ESPÍRITO
IMPULSIONADOS PELO FILME CHICO XAVIER, QUE JÁ BATEU RECORDES DE BILHETERIA, CENTROS ESPÍRITAS PERCEBEM A PROCURA DE CURIOSOS EM BUSCA DE MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O ASSUNTO
Talvez seja o tom de mistério que leva doutrinas como o espiritismo a despertar tanto interesse no público, mesmo que o assunto já tenha sido esmiuçado em tantas obras. Mas o fato é que o filme Chico Xavier reacendeu a curiosidade daqueles que nunca pisaram em um centro espírita. O tema estava adormecido pela mídia desde 2002, depois da morte de seu mais ilustre representante brasileiro, mas voltou a fazer parte das rodas de discussões e a aquecer o mercado cinematográfico sobre o assunto.
Em todo o Brasil, o filme inspirado na obra do jornalista Marcel Souto Maior e que estreou no dia em que o médium Francisco Cândido Xavier completaria cem anos, bateu o recorde de bilheteria no primeiro fim de semana de exibição, com 590 mil espectadores. Depois de três semanas em cartaz, mais de duas milhões de pessoas já assistiram ao longa. A arrecadação até agora é de R$ 18,5 milhões. Em Joinville, as duas empresas de cinema estrearam o filme em quatro horários diários e seguem as exibições com quase o mesmo número de sessões. No GNC Cinemas, por exemplo, a média de público foi de três mil na primeira semana, 2,2 mil na segunda e mil na terceira. Para se ter uma comparação, “Os Normais 2”, em todo o período em que ficou em cartaz, levou quase seis mil pessoas, número que o filme do médium já bateu, e ainda vai aumentar.
Sucesso nos cinemas, o filme também pode ter ajudado nas vendas do estande da Federação Espírita Catarinense na Feira do Livro de Joinville, um dos mais visitados nos dez dias do evento. As vendas de obras sobre espiritismo e psicografia disponíveis tiveram um aumento de 80% em relação ao ano passado.
Nunca os sete centros espíritas de Joinville receberam a visita de tantos interessados na doutrina. Até espíritas que estavam afastados retomaram a participação nos encontros, segundo o presidente da Federação Espírita Catarinense, Elonyr Teixeira. “Motivados pelo filme, muitos vêm buscar soluções para os problemas e inquietações, mas o que pregamos é a orientação espiritual. A solução está dentro das pessoas”, explica Teixeira, que acha o número de centros na cidade pouco para atender a grande procura. “O ideal é que tivesse um centro em cada bairro”, reforça.
O fato é que depois de conhecer a vida de Chico Xavier, inevitavelmente as pessoas passaram a se interessar pela doutrina. Mesmo que a versão de Daniel Filho tenha sido baseada em relatos do próprio médium e de pessoas que conviveram com ele, floreadas com algumas estratégias ficcionais, como em qualquer outra produção cinematográfica, Teixeira, que conheceu o médium pessoalmente, afirma que de forma geral o longa foi bem fiel à realidade e traz uma boa imagem para o espiritismo.
Uma das únicas cenas que fogem da vida real foi o velório do padre que dava conselhos a Chico Xavier quando, ainda criança, ele se comunicava com a mãe desencarnada. A situação na verdade não ocorreu, foi apenas uma “licença poética”, lembrada pelo presidente da Sociedade Espírita de Joinville, Alberto Ferreira. Inclusive, o padre Sebastião Scarzello, interpretado no filme, morreu há pouco tempo em Joinville, onde se tornou monsenhor da Igreja Católica.
Ferreira ressalta que não foi apenas o filme a fonte que despertou a curiosidade das pessoas. A novela que recém estreou na Rede Globo, “Escrito nas Estrelas”, também é baseada em uma obra de Chico Xavier, intitulada “E a Vida Continua”.
Seguindo a onda de sucesso de bilheteria, “Nosso Lar”, adaptação do best-seller de Chico Xavier, escrito em 1942, também ganhará adaptação para o cinema. O longa-metragem que trata da história de um médico atuando no mundo espiritual tem estreia prevista para setembro. Outro trabalho que será lançado em breve é o de Luis Eduardo Girão, que no ano passado financiou “Bezerra de Menezes” e, agora, retorna com o longa “As Mães de Chico Xavier”.
AN.com.br
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O filme realmente é muito bom. Aos poucos as pessoas estão buscando informações, porque na grande maioria das vezes, até então, havia um preconceito, onde ESPÍRITA era sinônimo de MACUMBEIRO. Meus filhos já sentiram preconceito também, ao ponto de omitirem o fato de serem espíritas, por ouvirem piadas de colegas na escola, como: Você bate um tambor, é? Faz macumba? Isso ocorre porque, a educação segue de pai para filho. Muitas pessoas são católicas ou evangélicas porque seus avós e pais são. Seria o tradicional. Quando acham que a doutrina é voltada para trabalhos voltados para o mal, a mente se fecha totalmente. Enfim, é um processo lento. A responsabilidade de SER ESPÍRITA é muito grande. Quem não consegue suportar, muitas vezes retorna a sua religião de batismo. Porém, quando temos conhecimento do nosso compromisso, das consequencias dos nossos atos, muitas vezes bate o medo e a busca da fuga. Cada um tem seu tempo, não tem como "atropelar" o crescimento espiritual.
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