sábado, 24 de julho de 2010

SEDE RETOS



Escutamos ainda, pela voz da memória, a narrativa desses mundos que Deus, em sua infinita sabedoria e criatividade, gerou para todos.
Sentimo-nos pequeninos diante da magnitude da obra de Deus e, todavia, somos, nós mesmos, Sua mais bela criação.
O homem é como uma Via Láctea de estrelas, na composição de seu corpo, nos milhões e milhões de células que se agregam em sua formação, no sangue que estua, revitalizando-o, no pensamento fulgurante, no mecanismo perfeito da visão.
Deus criou o Espírito simples, mas destinado à perfeição, animando um corpo que é uma das manifestações mais perfeitas da obra do Criador.
Todavia, o homem, este homem que apregoa que nada se repete no universo, que tudo se renova, repete em si mesmo os erros milenares do passado. Continua afeiçoado à mentira, à vaidade, ao egoísmo, ao orgulho, à hipocrisia.
Queridos e amados filhos, renovai-vos nesta área, eliminai de vós esse ranço antigo, revitalizai as células morais já tão desgastadas.
Quando enceta seu périplo na carne, o homem parece vestir também, como quem veste um manto, todas as covardias morais e segue pela vida a fora, contradizendo-se, mentindo, caluniando, falseando, escondendo. Consegue ser hipócrita até na área religiosa, esta, provavelmente, a mais séria das hipocrisias.
O religioso hipócrita é aquele que, assomando às tributas, aos altares, aos púlpitos, bate no peito e apregoa a perfeição moral, as virtudes celestes. Mas, sequer, pode olhar para dentro de si mesmo, para o charco onde refocilam as suas mutilações morais.
Por que tem de ser assim?
Por que o homem que se diz religioso não constrói uma coerência entre aquilo que prega e aquilo que pratica?
Por que essa viciação milenar atravessa os tempos e permanece no homem da mesma forma?
Por que o homem encastela-se no mal e dele parece não querer sair?
Aqueles que se dizem religiosos são os mais frágeis nessa área. Ficam a falar no Evangelho, a falar em Jesus e na beleza dos Seus ensinamentos e, entretanto, a horas mortas, no encontro consigo mesmo, desvenda-se um mundo tenebroso, onde perecem moralmente.
Meus bem amados filhos, quando vos dizemos perseverai no bem, melhor diríamos promovei o bem em vós próprios.
É bela a caridade praticada para com nosso próximo que sofre. Por que então não a praticais em relação a vós mesmos?
Praticai a caridade convosco! Erradicai os vícios, o pensamento vicioso e ladino que se instala freqüentemente em vossa mente.
Amados, percorrei outras sendas, procurai outro caminho, alvejados que somos e que estamos pela luz divina do Cristo.
Repensemos as nossas atitudes, evitemos as mentiras desnecessárias e tolas. Recusemos as atitudes infantis de negação da verdade e afrontemos, intimoratos, as conseqüências dos nossas ações.
Sede retos, diz-nos Jesus. Sede retos, humildemente repetimos.
Que a paz de Jesus esteja convosco, hoje, amanhã e sempre.
Miguel Vive y Vives

Um comentário:

  1. As pessoas que pregam uma coisa e agem de forma errada moralmente falando, pensam que podem enganar as pessoas e até podem, por algum tempo, mas não o tempo todo. Incrivelmente são sabedores das consequencias deste falso moralismo. Seria como um fumante, dizer que desconhece os malefícios do cigarro. Sabemos que são resquícios de vidas passadas. Teoricamente, muito sofrimento poderia ser evitado, mas infelizmente não é assim na prática. Nada fica "escondido" aos olhos do nosso Pai. Tudo gira em causa e efeito, atitude e consequencia.

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