Todos querem progredir, mas se esquecem de que o progresso tem o seu preço. O operário que sobe a um cargo de chefia paga essa elevação com o aumento da sua cota de responsabilidade. O homem ignorante, que adquire saber, assume novos compromissos perante a coletividade. A civilização que se desenvolve cria novas necessidades para si mesma e tem de supri-las com redobrado esforço. A evolução humana é acompanhada do desenvolvimento técnico e exige do homem maior controle de si mesmo.
A habilitação espiritual do homem para enfrentar o progresso foi proposta por Jesus nos princípios evangélicos. Desde o início do impulso do progresso que o Cristianismo deu ao nosso mundo, a carta de habilitação nos foi posta em mãos. Nela aprendemos a necessidade básica de amor ao próximo, de desapego aos bens terrenos, de orar e vigiar para que as tentações não nos empolguem; de tomar consciência da fragilidade humana e da responsabilidade do espírito, como ser imortal, diante das leis de Deus.
A lei de causa e efeito age em nosso destino como exigência de nossa própria evolução. Mas a lei do amor está em nós como providência divina que nos permitirá superar os efeitos negativos. O amor dissolve o mal. Quem ama repara voluntariamente as faltas do passado. Se a lei de renovação nos impele ao pagamento de pesados compromissos, o amor é o tesouro de que dispomos para adiantar esses resgates. Podemos pagar com amor o preço do progresso, ao invés de nos submeter-mos por negligencia à cobrança compulsória.
por Irmão Saulo - Do livro: Diálogo dos Vivos, Médium: Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires.
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